terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Ampliação do Porto do Itaqui aquece mercado de grãos no Maranhão

Especialista avalia aumento de 30% neste ano na movimentação de grandes empresas que mantêm base de negócios.



 
Foto: Flora Dolores
Edificação de dois dos quatro armazéns no canteiro de obras do Tegram, construído no Porto do Itaqui

A conclusão da primeira etapa de ampliação do Porto do Itaqui, prevista para junho deste ano, já ampliou o comércio de grãos no estado, de acordo com notícia publicada pelo jornal Valor Econômico, no fim de semana, repercutida ontem em sites especializados no setor. Segundo o corretor Claudeir Pires, que atua em todo o Norte e Nordeste, as tradings aumentaram o volume de compra de soja neste ano em 30% nos polos do Maranhão.
"As aquisições estão sendo feitas para entrega imediata porque as tradings têm silos próprios e estão fazendo a programação para entregar no porto a partir de junho", disse Pires. Ele afirma que, até o ano passado, as compras
eram concentradas entre maio e julho, meses em que a Vale deixava de escoar minério de ferro e cobre por Itaqui (pelo berço 105, arrendado à mineradora, que o denomina Píer II) e permitia que as tradings utilizassem seu terminal para escoar soja.
Ainda de acordo com o corretor, entre as empresas que aumentaram o volume de compras no estado estão Ceagro, Algar Agro, Multigrain, Bunge e Cargill.
Leonardo Freitas, diretor superintendente da Algar Agro, confirmou ao Valor que a empresa ampliou o volume de negócios no Maranhão e na região do Matopiba (confluência entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) por conta da inauguração do primeiro berço e armazém do porto, porém não revelou volumes.
"Todas as empresas aumentaram os negócios para enviar a soja entre julho e novembro", disse. Mas ele lembrou que a região já é a principal aposta da Algar há alguns anos, devido à proximidade com o importante mercado consumidor do Nordeste. A empresa estima que vai comprar 1,5 milhão de toneladas de soja nesta safra, volume 11% superior ao do ciclo 2012/13. Desse total, 600 mil toneladas devem ser exportadas por diferentes portos.
Pelos cálculos de Freitas, o escoamento de soja da cidade de Porto Franco, no Cerrado maranhense, onde fica a fábrica de processamento de soja da trading, até Itaqui será 15% mais barato do que enviar os grãos para o porto de Santos, em São Paulo.
Victor Nogueira, diretor da Ceagro, não confirmou que a empresa esteja com planos adicionais de compra de soja na região devido ao crescimento do porto. Disse, apenas que a empresa deseja expandir os negócios em todas as regiões do país. "Não nos sentimos confortáveis em antecipar negócios sem saber se as obras estarão realmente prontas no prazo", afirmou o executivo.

Tegram - O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram) terá capacidade estática de armazenamento de 500 mil toneladas, compreendendo quatro armazéns com capacidade para 125 mil toneladas cada e movimentação final de 10 milhões de toneladas ao ano em sua segunda fase, prevista para 2019."Ainda não fizemos os cálculos para saber quanto será possível escoar nesta primeira fase do projeto", afirmou Randal Luciano, gerente executivo do consórcio que administra Itaqui (Nova
Agri, Glencore, CGG e Consórcio Crescimento).
Atualmente, o porto maranhense movimenta 2,5 milhões de toneladas de grãos ao ano, volume baixo se comparado ao do porto de Santos, por exemplo, que movimenta 14 milhões de toneladas anualmente. A intenção do governo maranhense e do consórcio, que está investindo
R$ 600 milhões, é transformar Itaqui no terceiro mais importante porto do país e o principal exportador das regiões Norte e Nordeste em 10 anos.

Número


600 Milhões de reais estão sendo investidos pelo Consórcio Tegram e pelo Governo do Estado para transformar Itaqui no terceiro mais importante porto do país e o principal exportador das regiões Norte e Nordeste em dez anos.

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