O professor doutor Rafael Moreira é o convidado da Academia Maranhense de Letras (AML), entidade da qual é membro correspondente, para fazer um bate-papo hoje, às 17h, na sede da AML (Centro). Professor da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, ele falará sobre o tema O Forte de São Luís e a engenharia militar francesa do século XVII.
Para dar dinâmica ao encontro - aberto a professores, pesquisadores, estudantes e interessados no tema - Rafael Moreira pretende dar um tom de conversa ao evento. "Falarei uns 10 a 15 minutos sobre o assunto, colocando mais perguntas, dúvidas e hipóteses do que respostas seguras, e a discussão se generaliza e vai estendendo: um bate-papo", resume o professor, que há anos está radicado em Portugal e veio a São Luís atendendo ao convite do Governo do Maranhão para participar das comemorações dos 400 anos de São Luís.
Este é um assunto sobre o qual o pesquisador vem se dedicando e diz respeito ao Forte de São Luís (Fort St. Louis), no contexto da arquitetura militar do tempo. "Tenho estudado muito (este tema) e pretendo aprofundar rapidamente, preenchendo algumas lacunas, se tiver tempo para isso", adianta Rafael Moreira.
Palestra - Na conversa, o professor abordará questões como qual seria a forma do Forte de São Luís no contexto da arquitetura militar do tempo - em comparação com seu irmão gêmeo do Canadá, o Fort Saint-Louis de Québec-Ville, fundado em 1608, agora restaurado e musealizado; ou com os tratados de fortificação do início do século XVII, sobretudo os da chamada Escola Francesa, e os gigantescos trabalhos práticos de terraplanagem, medidas e cálculos que a sua construção exigiu.
Ele falará ainda sobre o que ainda existe hoje deste forte, ou seja, o fosso da Rua do Egito e o detrás da Sé e o grande desnível entre a cota da Praça D. Pedro II e a da Praça Benedito Leite. "Estamos tão habituados que ninguém repara, mas onde passaria o fosso da fachada do forte - ainda visível numa foto antiga do Palácio dos Holandeses, demolido para se fazer nos anos 1940 o Palácio do Comércio ou Hotel Central e a sede da Associação Comercial - é onde haveria a ponte-levadiça da entrada principal do forte francês e holandês", diz o professor, que deseja que o assunto desperte interesse nos participantes. "Quero algo que todos participem, se interessem, e alguém - ou muitos - tenham alguma coisa a dizer ou uma observação, que pode ser preciosa, a fazer", deseja o convidado da AML.
Rafael Moreira é maranhense, mas reside em Portugal, e integra o Departamento de História da Arte, da Universidade Nova de Lisboa, sendo também consultor da Fundação Caluste Gulbekian. A palestra na AML será feita a convite do presidente da instituição, Benedito Buzar.
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