sexta-feira, 8 de junho de 2012

Potencial para a produção de mel no Maranhão atrai investidores

O potencial dos cinco biomas existentes no Maranhão que possibilita a produção de mel durante todo o ano está atraindo empresários interessados em investir na extração do produto no estado. Dario Chiachiarini, gerente da empresa argentina Parodi Apicultura e Aglayrton Câmara, da Cearapi, estiveram reunidos, quarta-feira, com o secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, Cláudio Azevedo, para discutir a instalação de um Entreposto de Mel da empresa Parodi nas regiões do Alto Turi e Gurupi, responsáveis por cerca de 70% da produção de mel do estado.
A Prodapys, empresa exportadora de mel de Santa Catarina, também aposta na produção de mel do Maranhão e está construindo uma unidade da empresa em Santa Luzia do Paruá.
No caso da região do Alto Turi, o pasto apícola é explorado no período de junho a setembro. Na área dos mangues a apicultura migratória acontece nos meses de setembro a dezembro.
Eucalipto - Outra alternativa que está sendo utilizada pelos apicultores do Maranhão e de outros estados é a produção de mel em plantios de eucalipto. No povoado Alto Brasil, município de Grajaú, por exemplo, já existem cerca de 10 mil colmeias instaladas em 35 mil hectares de plantios de eucalipto. A estimativa é de que, com a estiagem que está ocorrendo com maior intensidade nos outros estados do Nordeste, seja triplicada a produção de mel no Maranhão.
"Cerca de 50 mil colmeias foram instaladas este ano no Maranhão por apicultores da Bahia, Ceará, Piauí e Pernambuco", informou o representante da Cearapi, Aglayrton Câmara.
Previsão - A previsão é de que seja acrescentada uma produção de cerca de 3.600 toneladas à produção autal do Maranhão, que é de 1.800 toneladas. "Vamos atingir essa produção caso não ocorra nenhum problema de seca e as condições das floradas permaneçam boas", alertou o consultor do Sebrae e apicultor, Euler Gomes Tenório, que também participou da reunião.
Vale ressaltar que nos anos de 2003 e 2004, o Maranhão produzia aproximadamente 300 toneladas de mel.
O secretário afirmou que o governo estadual incentiva as empresas que ajudam no desenvolvimento do Maranhão e citou o Programa ProMaranhão, que concede incentivos fiscais para empresas que desejam se instalar aqui, como uma das ações de apoio a esses empresários. "Nós também vamos apoiar mais a iniciativa empreendedora, trabalhando a capacitação de produtores de mel e de produtores de abelha rainha", assinalou.
A empresa Parodi Apicultura, que está realizando uma fusão com a empresa Cearapi, inicialmente está viabilizando a instalação de uma unidade de extração móvel de mel. "O envolvimento social da apicultura é muito grande. Nós trabalhamos na Região Nordeste e exportamos nosso mel para os Estados Unidos e Europa. Queremos investir no Maranhão, que tem potencial muito grande para a exploração do mel", ressaltou Dario Chiachiarini.
Certificação - O representante da Cearapi, Aglayrton Câmara, explicou que desde 2004 produz mel no Maranhão e que um dos grandes problemas do estado é a falta de certificação do produto. "A Parodi já possui essa certificação e isso vai proporcionar uma estrutura melhor para os apicultores maranhenses, que irão crescer junto com a nossa empresa", ressaltou.
Euler Gomes Tenório informou que no Maranhão somente uma empresa de São Luís tem certificação do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), mas só pode comercializar na Ilha de São Luís. "Falta empreendedorismo dos apicultores maranhenses. Atualmente o que acontece é que eles vendem para empresas de fora que comercializam esse mel, o que não gera nenhuma receita para o Maranhão. Com a certificação do mel do Maranhão, os apicultores poderiam vender diretamente para outros estados e países, pois 90% do mel produzido no Brasil é exportado", alertou.
Bebedouro
Com o produtor de mel do município de Maracaçumé, Rolf Benkert, Euler Tenório foi o autor do invento do aparelho "Bebedouro Inteligente", apresentado recentemente no 19º Congresso de Apicultura e Meliponicultura de Gramado/RS.
O aparelho de transferência de tecnologia foi bastante elogiado pelos participantes do congresso e tem como objetivo o fornecimento de água para as abelhas no período de poucos recursos hídricos com boa relação custo-benefício.

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