domingo, 29 de junho de 2014

Alcione prova que Santo de casa faz milagre sim

Cerca de 20 mil pessoas lotam Arraial da Lagoa para ver Alcione

Interação do público com a Marrom durou todo o show, que foi marcado por um repertório composto por clássicos dos seus mais de 40 anos de carreira.
 
Jock Dean e Gisele Carvalho
Da equipe de O Estado
 
Foto: De Jesus
Alcione cantou seus sucessos
 
Em um show marcado pela musicalidade maranhense, a cantora Alcione levou cerca de 20 mil pessoas ao Arraial da Lagoa da Jansen, na noite de sexta-feira, dia 27, em São Luís. Voltando a se apresentar no São João do Maranhão, a Marrom apresentou um repertório composto por clássicos dos seus mais de 40 anos de carreira, canções de compositores maranhenses, além de tambor de crioula, reggae e quadrilha. Tudo para fazer um show com a cara do São João do Maranhão. E o público aprovou.
Ainda na coletiva de imprensa que antecedeu o show, Alcione afirmou que festa de São João de verdade é em São Luís. “A gente entende muito dessa festa, por isso que sabemos fazer bonito. Eu estava com saudades de cantar em São Luís e o público daqui é mais exigente porque conhece minha história, meu repertório, então, a responsabilidade de cantar na minha terra é muito maior que quando canto em outro lugar”, disse.
A saudade era recíproca, o público aplaudiu e gritou quando Alcione subiu ao palco. Para começar a matar a saudade que estava do público do Maranhão nada melhor que Namorada do sol, do também maranhense Nonato Buzar, cantada na abertura do show. Para reatar de vez a aliança com os fãs conterrâneos, ela cantou Estranha loucura, um dos maiores sucessos da sua carreira, e que fez o público vibrar ao reconhecer as primeiras notas da canção, que foi emendada com Além da cama, sob aplausos da plateia.
A enfermeira Simone Lima era uma das mais empolgadas com o show. Ela disse que estava realizando um sonho àquela noite e que tinha outro que pretendia concretizar até o fim da sexta-feira. “Eu nunca tinha vindo a um show da Alcione. Ela é maravilhosa. Eu estou muito emocionada. As músicas dela marcaram muitos momentos importantes da minha vida, por isso, quero tirar uma foto com ela para registrar essa noite linda”, comentou.
Emoção, aliás, foi o que não faltou no show da Marrom, que apresentou em sequência Cajueiro velho, Amor surreal - que fez parte da trilha sonora da novela Salve Jorge, da Rede Globo – e, atendendo a pedidos do público que desde o início do show gritavam A loba, ela cantou a música, um dos seus grandes sucessos, lançada em 2001, no disco A paixão tem memória. “Essa loba aqui não pode sair do Maranhão sem cantar essa música”, brincou Alcione.

Homenagens - Depois foi a vez de Alcione mostrar a maranhensidade dos ritmos locais. Tambor de crioula, de Papete, foi a escolhida para abrir as homenagens. As toadas de bumba meu boi também não ficaram de fora do repertório e Boi de lágrimas representou a principal manifestação folclórica do São João maranhense. Com Pisa na fulô, ela prestou uma homenagem a João do Vale, um dos maiores compositores do estado. Em ritmo de quadrilha Frevo mulher, de Alceu Valença – que se apresenta hoje na Lagoa -, e Pagode russo, de Jackson do Pandeiro, colocaram o público para dançar.
Encerrando o bloco maranhense do show, ela cantou o reggae de Da Jamaica a São Luís. Alcione prestou também uma homenagem aos cantores Jair Rodrigues e Emílio Santiago e ao estilista maranhense Chico Coimbra, seus amigos de longa data que faleceram esse ano, cantando uma música especialmente para eles. “Foram grandes homens e amigos muito queridos que estão fazendo muita falta não só a mim, mas a todas as pessoas que conviviam com eles”, declarou.
Jorge Oliveira aplaudiu a apresentação de Alcione e disse que ela deveria voltar mais vezes a São Luís. “Alcione é uma das nossas maiores cantoras e é sempre bom vê-la no palco no Maranhão. Ela parece bem mais à vontade quando se apresenta aqui. É como se estivesse cantando na sua casa para um grupo de amigos. Pena que não venha com tanta frequência a São Luís, mas espero que volte logo”, comentou.

Clássicos - Tema da personagem Preta, interpretada por Taís Araújo em Da cor do pecado, novela que teve parte da sua trama centrada em São Luís, Você me vira a cabeça não poderia ficar de fora do show, assim como Gostoso veneno, um dos maiores clássicos da carreira de Alcione. Em mais uma demonstração de carinho à sua terra natal, a Marrom cantou Pedra de responsa, antes de colocar todo mundo para sambar com Meu ébano e Não deixe o samba morrer, música que encerrou o show da cantora.
Alcione não foi a única atração do Arraial da Lagoa na sexta-feira, dia 27. Os grupos juninos também fizeram a festa no terreiro, encantando o público com o seu bailado e colorido das suas indumentárias. Quem abriu a noite foi o sotaque de zabumba do Boi da Fé em Deus. O sotaque é o mais antigo e um dos mais tradicionais do estado. O Boi Brilho da Ilha fez o público dançar com sua orquestra. Quem também defendeu o sotaque de orquestra foi o Boi Mocidade de Rosário, que encerrou a noite de sexta-feira.

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