domingo, 4 de maio de 2014

Tumulto marcou provas do concurso do TRT aplicadas na manhã de ontem

Suspeita de vazamento de gabarito na internet uma hora após o início da aplicação das provas revoltaram cerca de 700 candidatos.


Foto: Flora Dolores
Candidatos inscritos no concurso do TRT exigem anulação do mesmo
 
Cerca de 700 candidatos deixaram de fazer as provas do concurso do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 16ª Região, realizado ontem pela manhã, para o preenchimento de vagas para o cargo de técnico judiciário por conta de pane no fornecimento de energia, que causou o desligamento dos aparelhos de ar condicionado das salas do Bloco B, da Faculdade Estácio, no Canto da Fabril. Outro problema ocorrido com o concurso teria sido a suspeita do vazamento de gabarito de provas e do tema da redação, que, segundo candidatos, uma hora após o início das provas já estavam na internet. As provas foram iniciadas às 8h. Apesar dos problemas, o juiz auxiliar da presidência do TRT, Gustavo Castro, afirmou ontem que o concurso continuava com sua validade garantida. As provas aplicadas à tarde, para o cargo de analista judiciário, transcorreram normalmente. Estão sendo oferecidas 21 vagas - 17 para técnico judiciário e quatro para analista judiciário, e ainda para cadastro de reserva. Se inscreveram no concurso 31. 324 pessoas.
Os candidatos afirmaram que os equipamentos de ar condicionado pararam de funcionar antes de os cadernos de provas serem entregues, o que teria dificultado a continuidade dos testes, já que não havia ventilação nas salas. “O ambiente era insalubre. Sem condições nenhuma de se realizar uma prova”, afirmou o candidato Júlio César Batista Almeida. Mesmo assim, conforme disseram os candidatos, os fiscais entregaram as provas e os cartões de resposta e ainda repassaram o tema da redação -
O cinema e sua relação com a identidade de uma nação. Um tumulto foi iniciado e candidatos afirmaram que não haveria condições de a prova ser realizada.
Centenas de concorrentes tomaram conta dos corredores do bloco. Por volta das 9h, as provas, que deveriam começar às 8h, ainda não haviam sido iniciadas e vários vídeos e fotos da confusão e também do caderno de provas, do gabarito e o tema da redação já estavam na internet, segundo candidatos.
Revoltados, alguns concorrentes saíram das salas e foram para a porta da Faculdade Estácio. Eles gritavam palavras de ordem e queriam que o concurso fosse anulado, pois a partir daquele momento não teriam mais condições psicológicas de se submeterem a nenhum tipo de teste. Outros se dirigiram ao Plantão Central da RFFSA para registrar boletim de ocorrência. Um terceiro grupo partiu para a sede da Polícia Federal (PF), todos com os cartões-resposta nas mãos, para também registrar denúncia. “Nós registramos o boletim, pois foi violada a segurança da prova e queremos que o concurso seja anulado”, afirmou o candidato José de Ribamar Belo Barbosa.
Por volta das 11h, as poucas pessoas que ainda restavam no prédio se preparavam para iniciar a prova, que, segundo os fiscais, iria ser aplicada, independentemente do que ocorreu. Ele informou que a orientação havia sido repassada pela Fundação Carlos Chagas (FCC), organizadora do evento.

Explicações – O juiz auxiliar da presidência do TRT, Gustavo Castro, que também é membro da comissão do concurso, afirmou, ontem, que o certame ainda é válido e que acredita que não houve vazamento de gabarito, mas que hoje a comissão analisaria a situação e os pedidos de impugnação protocolados. “Não será prejudicado alguém que realmente teve o seu direito lesado, mas, se ele [o candidato] não tem razão, não tem direito. Vamos analisar cada situação e resolver isso o mais rápido possível, pois a população necessita muito desses servidores, que devem ser incorporados ao quadro do tribunal até setembro”, afirmou.
Em nota, a Faculdade Estácio informou que o prédio foi locado para a Fundação Carlos Chagas para a realização do concurso e que uma vistoria havia sido realizada na véspera das provas, dia 3, pela equipe de manutenção da faculdade, sendo o prédio entregue em perfeito estado e condições para a fundação. Ontem, segundo a nota, assim que foi detectada a pane elétrica, que causou o desligamento dos aparelhos de ar condicionado, uma equipe técnica foi acionada para resolver o problema.
A Fundação Carlos Chagas não se pronunciou sobre o caso. Uma das coordenadoras da prova afirmou que não tinha autorização para falar e que hoje a Fundação se pronunciaria.

Saiba mais


O Concurso Público para provimento de cargos do Quadro Permanente de Pessoal do Tribunal Regional do Trabalho da 16ª Região e Formação de Cadastro de Reserva tem 31.324 inscritos. O concurso está sob a responsabilidade da Fundação Carlos Chagas (FCC).
As provas pela manhã eram apenas para o cargo de técnico judiciário, voltada para candidatos do ensino médio. Os concorrentes deveriam se apresentar às 7h30, os portões seriam fechados às 8h e eles teriam 4h30 minutos para responder as 60 questões objetivas e escrever mais uma redação. Durante o período da tarde, a partir das 14h, foram realizadas as provas para os cargos de analista judiciário, que transcorreram normalmente.
O Edital prevê que os alunos entrem com recursos. Para tanto, será admitido recurso quanto ao indeferimento do requerimento de isenção do valor da inscrição; à aplicação das provas; às questões das provas objetivas e gabaritos preliminares; à vista da folha de respostas da prova objetiva, da prova discursiva e da prova de estudo de caso e ao resultado das provas.
Os recursos deverão ser interpostos no prazo de dois dias úteis após a ocorrência do evento que lhes der causa.

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