Grupos de diferentes estilos e ritmos voltaram a transformar o Centro Histórico em palco da folia momesca, para diversão do público.
Thiago Bastos
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado
Foto: Douglas Júnior
Fuzileiros da Fuzarca desfila
Um desfile de cores, ritmos e fantasias. A rotina de um término
de expediente no principal centro comercial de São Luís (Rua Grande) deu lugar,
no fim da tarde de ontem, ao cortejo carnavalesco, promovido pelo Governo do
Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secma). Participaram de
cerca de 20 grupos, entre blocos tradicionais, alternativos, organizados e
afros, além de baterias de escolas de samba e tribos de índio. Após passarem
pela Rua Grande, os grupos seguiram na noite de ontem para o Centro Histórico,
onde se dividiram e se apresentaram em quatro pontos: Praça Nauro Machado, Canto
da Cultura, Praça da Faustina, e praça ao lado da Casa do Maranhão.
Assim como ocorreu há uma semana, a concentração das
brincadeiras aconteceu em frente à Biblioteca Pública Benedito Leite (Centro), a
partir das 16h. Alguns grupos aproveitaram a ocasião para, de maneira informal,
acertar os instrumentos de percussão e ensaiar a coreografia, antes da
apresentação. O ensaio foi interrompido momentaneamente devido à chuva forte que
caiu na região central da cidade.
Assim que a chuva parou, um dos grupos que mais chamava a
atenção foi fundado no dia 11 de fevereiro de 1936, o Fuzileiros da Fuzarca. Com
mais de 70 integrantes, o bloco levou para o cortejo os já famosos membros com
mais de 40 anos de participação no Carnaval de rua. Uma das integrantes mais
famosas do Fuzileiros, Ana Maria Nina Tavares, com 19 anos de participação na
festa de Momo, carregava o estandarte do bloco. “Eu sinto uma disposição tão
grande por ser uma foliã dessa festa que me faz sentir tão viva”, disse.
Outro grupo que se destacou, ainda na concentração, foi o bloco
tradicional da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). Constituído
por 70 integrantes, sendo todos portadores de síndrome de Down, o bloco se
apresentou pela primeira vez no cortejo promovido pela Secma. “Esses jovens têm
uma vida feliz, ao contrário do que muitos pensam. E a participação no cortejo
comprova que, independentemente das condições físicas, eles são capazes de tocar
instrumentos como qualquer pessoa. Tenho muito orgulho deles”, disse Manoel
Gaudino, responsável pelo bloco da Apae.
Diversão - Por volta das 18h, o cortejo saiu em direção ao
principal centro comercial da cidade. Vários populares acompanharam os grupos
durante o percurso até o Centro Histórico. Na Rua Grande, funcionários de lojas
pararam temporariamente as atividades para acompanhar o cortejo. “Decidi me
divertir. Depois de um dia estressante, nada melhor do que um bom samba para
relaxar”, disse Caio Carmon, gerente de uma loja situada na Rua Grande e que se
juntou aos integrantes do Fuzileiros da Fuzarca durante o evento.
Alguns turistas também prestigiaram a passagem do cortejo pela
Rua Grande. “Estou encantado com o que vi. Muitos ritmos distintos num mesmo
local, com acessórios e danças empolgantes. Muito bonito de se ver a cultura do
Maranhão”, disse o aposentado carioca Antônio de Souza Teixeira, de 65 anos, que
está em São Luís a passeio há pouco mais de uma semana.
Após percorrerem a Rua Grande, o cortejo seguiu pelas ruas João
Vital e do Giz, passou pela praça da Faustina, até encerrar o itinerário no
Canto da Cultura. No local, os grupos foram recebidos pelo bloco de fofões da
Secma, liderado pela secretária titular da pasta, Olga Simão. “Em nome do
Governo do Estado, desejo um bom Carnaval, com paz e alegria a todos”, disse a
secretária.
Problemas
Na Praça da Faustina, a predominância foi dos grupos de tambor
de crioula. No total, de acordo com a Secma, seis grupos (de Wendell, de Dona
Roxa, de Ademar, de Mocajituba, de Cândido Coelho e de Analice) agitaram o
local, sob o ritmo dos passos das coreiras.
No Canto da Cultura, se apresentaram grupos de tambor de crioula
(de Eliézio e Crioula de Joel), blocos tradicionais (Príncipe de Roma, Os
Magnatas, Os Trapalhões e Os Apaixonados), blocos afro (Akomabu), bloco do
samba, bloco organizado (Cobra nas Estrelas), além do Bicho Terra, bateria da
escola Flor do Samba e banda Jegue Folia.
Na Praça Nauro Machado, também se apresentaram grupos de tambor
de crioula, blocos (tradicionais, organizados e alternativos), baterias de
escolas de samba da capital maranhense, além de bandas regionais.
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