domingo, 29 de dezembro de 2013

Vida longa ao novo rei do xadrez nacional,Rafael Leitão, orgulho do Maranhão

Quem é Rafael Leitão?

 
Leitão
Por Rogério Santos, na Revista Meio Jogo
 
Após a sua sexta conquista em campeonatos brasileiros absolutos, fizemos um raio-x desse incrível enxadrista, que figura a muito tempo na categoria de lendas do xadrez nacional.
Rafael Leitão se destaca entre os demais enxadristas brasileiros, pois ele foi o mais jovem brasileiro a conseguir o título de Grande Mestre Internacional, com apenas 18 anos de idade. Entre os brasileiros, ele é o mais bem colocado no ranking da FIDE (até dezembro de 2013), ocupando a primeira posição do ranking. Detentor de diversos títulos, ele começou a adquirir experiência ainda jovem, quando conquistou de uma maneira surpreendente três títulos mundiais FIDE, sendo eles:
- sub-8, sub-12 (compartido) e sub-18.
O título do campeonato sub-18 é um dos mais festejados por Rafael, e muito parabenizado por diversos especialistas do xadrez, pois o alto nível das partidas exigiu muito do enxadrista brasileiro, e ele se demonstrou altamente capaz de jogar de igual pra igual, e até mesmo vencer as potências de xadrez da Rússia.
Muito carismático e atencioso, Rafael começou cedo com o incentivo do pai, no seu querido Maranhão. Aos quinze anos, o fã de Mikhail Tal, teve que tomar uma difícil decisão:
“Em 1995 tive um dilema pouco comum para um garoto de 15 anos de idade: abandonar a cidade natal e morar a dois mil quilômetros de toda a família ou abdicar de um sonho. Seria muito difícil continuar jogando xadrez morando em São Luís, muito distante de São Paulo, o nosso centro enxadrístico. Havia recebido um convite para morar em Americana e depois de muito pensar resolvi aceitá-lo, entre os prantos de minha mãe e o apoio de meu pai. As pessoas que conhecem minha personalidade sabem como foi difícil esta decisão, como reluto em embarcar rumo ao desconhecido. Um pouco mais deve ser dito sobre como recebi este convite. Em 1994, algum tempo depois de jogar um Aberto do Brasil em Americana, recebi um telefonema inusitado: tratava-se de uma oferta para representar a cidade em duas competições. A primeira experiência foi ótima, pois jogando com meu amigo Rodrigo Fernandez, fomos campeões brasileiros interclubes de relâmpago. E o que veio a seguir foi um dos torneios mais marcantes da minha carreira, os Jogos Abertos do Interior, em Campinas. Um ambiente espetacular, instalado em um lindo chalé e pela primeira vez em contato real com Grandes Mestres do porte de Alonso Zapata e Gilberto Milos. E a amizade com uma pessoa que estava predestinada a entrar para a história do xadrez paulista em poucos anos: José Alberto Ferreira dos Santos. José Alberto foi o grande responsável por minha vinda a Americana. Movido por puro idealismo convidou-me a dividir o lar com sua família e assim vivemos por quase dois anos. Além disso, foi o Zé quem articulou os primeiros contatos que eventualmente concretizaram meu treinamento com Gilberto Milos, treinamento este que eventualmente me levou ao título de Grande Mestre. “
Agora, com 34 anos, podemos ver que sua decisão foi uma das mais felizes que poderia ter feito. Vida longa ao novo rei do xadrez nacional.

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