quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Aprovada pelo Cade a venda da OGX Maranhão para a empresa paulista Cambuhy

Operação envolve um aumento de capital de R$ 200 milhões na OGX Maranhão, valor que será pago pela Cambuhy e pela alemã E.ON.

04/12/2013 00h00
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem a venda da OGX Maranhão para a empresa de investimentos paulista Cambuhy, que tem como um dos sócios a família Moreira Salles, que controlou, até 2007, o Unibanco, antes da fusão com o banco Itaú. A
operação foi aprovada sem restrições e anunciada no fim do mês de outubro.
Antes da operação, a OGX, do empresário Eike Batista, tinha 66,7% de participação na OGX Maranhão, que possui blocos exploratórios terrestres na Bacia do Parnaíba e fornece gás para abastecer usinas de energia térmica.
A operação envolve um aumento de capital de R$ 200 milhões na OGX Maranhão. O valor será pago pela Cambuhy e pela alemã E.ON, que é sócia majoritária da Eneva, permitindo a entrada da Cambuhy Investimentos, fundo de private equity, no negócio. Já a Eneva (ex-MPX), que detém 33,3% do empreendimento, e a OGX, não participarão do aumento de capital e serão diluídas.
A entrada de dois sócios na operação foi fundamental para que o acordo fosse fechado. A Eneva não possui dinheiro suficiente para fazer a aquisição e tocar, sozinha, os investimentos necessários no projeto, segundo apurou a Folha. Com o dinheiro novo injetado pelos sócios, a OGX Maranhão terá recursos para desenvolver os seus projetos.

Dívida - Também foi fechado um acordo com os bancos credores do empreendimento para a rolagem da dívida de R$ 600 milhões da OGX Maranhão. O empréstimo, que venceria em janeiro do ano que vem, agora deve ficar apenas para janeiro de 2015.
A OGX precisa muito de dinheiro novo para seguir operando enquanto está em recuperação judicial. Nas contas da própria petroleira, ela ficará com caixa negativo de cerca de R$ 95 milhões (US$ 43 milhões) na última semana do ano. A expectativa das pessoas envolvidas no negócio é que o acordo seja aprovado, pelo menos parcialmente pelo juiz, e que esse dinheiro esteja disponível para a OGX em dezembro.
O processo de recuperação judicial protege legalmente a OGX, que pode suspender temporariamente seus pagamentos enquanto prepara um plano de reestruturação. Nesse intervalo, ela não pode quebrar. Por isso, o dinheiro da venda da OGX Maranhão é tão importante.

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