domingo, 14 de julho de 2013

São Luís tem ganhado, nos últimos anos, contornos e formas diferenciados em suas novas construções

A beleza de uma nova cidade

 
Patrícia Godinho
Da equipe de O Estado


São Luís mudou nos últimos anos. De um lado da Ponte José Sarney, no São Francisco, uma cidade histórica, cheia de adornos, mirantes, azulejos. Do outro lado, uma cidade ainda em formação, que cresce verticalmente e já começa a se impor. Há alguns anos, era quase possível contar o número de edifícios na capital maranhense. Nos dias de hoje, já é possível observar detalhes diferenciados que dão um ar moderno a esta nova cidade. É a arquitetura dando forma ao padrão do “menos é mais”, como dizia Ludwig Mies Van der Rohe, conhecido como um dos representantes da arquitetura moderna.
A concentração de prédios com um padrão estético diferenciado é maior na região da Ponta d’Areia, mas em bairros como Renascença e Calhau também é possível observar construções recentes com detalhes arquitetônicos que eram pouco vistos em São Luís, há alguns anos.
 
 
A especulação imobiliária e a tecnologia impulsionaram a verticalização de setores em São Luís. Este processo simultâneo aconteceu em todo o país – o do crescimento da população urbana e o aumento do número de cidades que passaram a ter serviços e características de metrópoles. O aumento do número de veículos e, com isso, a melhoria em estradas e na pavimentação – embora ainda com muitos problemas estruturais - criaram um novo cenário, com mais pessoas vivendo em zonas urbanas que rurais.
Junto ao processo de urbanização, ocorreu a necessidade de ocupação de novas áreas no entorno das cidades. As políticas econômicas de moradia possibilitaram financiamentos a longos prazos e, consequentemente, novos mercados. Por isso é que a verticalização sempre é apontada como um marco revolucionário na paisagem urbana, principalmente por produzir impactos significativos na estrutura interna das cidades, com destaque para padrões arquitetônicos cada vez mais modernos.

Consolidação - Certamente, um dos desafios da arquitetura moderna na capital foi se consolidar em uma região com heranças pátrias na construção e no comportamento, absolutamente entranhados no contexto histórico, pois o que determina a construção é a época. Mas São Luís recepcionou muito bem as novas características: traços sem ornamentação, utilizando formas geométricas simples e a supervalorização do concreto aparente. As construções modernizadas dão a clara impressão de que o prédio é limpo, é útil e seguro. Os casarões pomposos, as catedrais e igrejas históricas contornadas de adornos na paisagem tropical não ocupam mais o cenário principal, embora ainda tenham espaço na cidade. É a vez dos prédios comerciais e residências verticais. A impressão é que um prédio novo surge a cada manhã, tão rápida tem sido a expansão imobiliária na capital maranhense, um fator importante na transformação do aspecto visual da cidade.
O arquiteto Marcelo Carvalho, especialista em Incorporação e Desenvolvimento de Novos Produtos na Cyrela Brazil Realty, destaca que São Luís vive um momento de consolidação de padrões. Ele ressalta que a expansão imobiliária agregou significativamente em beleza, comodidade e ampliação de serviços para atender as demandas que correspondem ao estilo de vida atual, o que contribui para a transformação estética de parte da cidade.
“É possível notar nas fachadas da cidade nova um novo conceito de viver, com linhas retas, materiais próprios e em alguns locais a presença da azulejaria, como resguardo de uma herança histórica. As pessoas querem o que é contemporâneo. Na verdade, São Luís só acompanha um movimento que é nacional, mas ainda precisa se adaptar. Expandir esta cidade com a disposição geográfica que ela possui já é um desafio imenso, por conta dos canais e rios que compõem a Ilha”, esclarece.
Marcelo cita dois prédios residenciais como os que mais chamam sua atenção em São Luís, localizados no bairro Calhau, por serem arquitetura moderna. “São dois prédios pequenos e a sutileza com que estão inseridos naquela paisagem natural é impressionante. Sempre que passo em frente imagino a paz que deve ser morar lá em cima”, descreve.
Patrícia Pessoa, gerente de Incorporação da Cyrela Brazil Realty, aponta que um conceito importante é a quebra de paradigmas sobre as regiões ainda não consolidadas, a exemplo do Bairro Jardins, que está sendo construído no Alto do Calhau. Segundo a arquiteta, o produto se tornou atrativo e possibilitará um equilíbrio arquitetônico ao local, além de potencializar as regiões no entorno. Para Patrícia Pessoa, uma ideia consolidada dita um comportamento. Outro aspecto considerável e favorável à organização do espaço urbano, segundo ela, é o conceito de condomínio clube, que é anterior à modernidade. “É uma convenção social. O cliente, juntamente com sua família, pode usufruir de uma estrutura com lazer, entretenimento, segurança que talvez não teria vivendo fora da coletividade. Dificilmente teria uma academia em casa, segurança reforçada exclusiva, uma piscina maior que a de um clube e neste conceito de coletividade a família desfruta de mais qualidade de vida”, explica.

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