segunda-feira, 8 de julho de 2013

Milhares brincam na 60ª edição do Lava-Boi de Ribamar

 

 

Mesmo sob sol forte, milhares brincam no Lava-Boi de Ribamar

Evento, que já está na 60ª edição, foi realizado sábado e ontem na cidade balneária com a participação de diversos grupos.
 
Gisele Carvalho
Da equipe de O Estado
08/07/2013 00h00
Pelo 60ª ano, o Lava-Bois de São José de Ribamar levou milhares de pessoas para a principal avenida da cidade balneária para se despedir dos festejos juninos deste ano. Mesmo depois da temporada de apresentações no mês de junho, brincantes e amantes do bumba meu boi de sotaque de matraca fizeram um show de cultura popular ontem na Avenida Gonçalves Dias e no Parque Municipal do Folclore Therezinha Jansen.
A programação teve início à beira-mar no sábado, com apresentações de grupos como a Dança de Boiadeiro Forasteyro Country, o Boi Meu Tamarineiro, Allysson Ribeiro e Banda e show de Alessandra e Banda. A Banda Forró Estourado foi a principal atração da noite.
Ontem, a festa seguiu até a meia-noite com o cortejo e apresentação de dezenas de grupos de bumba meu boi. Cerca de 100 mil pessoas enfrentaram o calor que fez durante o dia em São José de Ribamar para participar do encontro de grupos de bumba meu boi, que reverenciaram o santo que dá nome à cidade.
Um dos grupos que participaram do evento foi o Boi Sítio de Apicum. Apesar do forte calor, índias e caboclos de fita cantaram e dançaram como se ontem fosse a primeira apresentação da temporada puxados pelo cantador Pantera.
O Boi de Panaquatira, um dos mais tradicionais batalhões de São José de Ribamar, também fez o público que cercava a avenida arriscar alguns passos e tocar suas matracas. O integrante Elivaldo de Jesus Ferreira, que representa Mãe Catirina, disse que este ano ele completa 28 anos de presença no Lava-Bois. “Esse sol que
está fazendo não é nada. Vou aguentar muito mais porque é muita paixão pelo boi. A gente cria energia para vir para cá só para mostrar nossa cultura”, disse.
O ex-presidente do Boi de Panaquatira, Ivaldo Mendonça Farranha, contou que ficou emocionado com a apresentação do grupo. “É emocionante ver o pessoal mantendo a tradição. Eles se apresentaram a noite toda e vão encerrar só hoje [ontem]. Aqui não tem negócio de cansaço”, afirmou.
O ponto alto da festa foi quando o Boi da Maioba chegou à avenida. A multidão cantou o hino nacional com o cantador Chagas ao som de matracas e pandeirões. O grupo fez ainda uma saudação ao padre Bráulio Ayres, que já foi pároco de São José de Ribamar e chegou recentemente da Itália, onde passou três anos e meio. Brincantes e público fizeram uma salva de matracadas ao padre.

Animação – O público do Lava-Bois também não decepcionou e fez a festa no circuito Avenida Gonçalves Dias - Praça da Matriz – Parque Folclórico. Quem mora na principal avenida da cidade abriu as portas e janelas de sua casa e participou da festa. O procurador de Justiça Eduardo Nicolau assistiu às apresentações dos grupos folclóricos pela 57ª vez do terraço de sua casa. “Essa é uma festa muito boa. É a manifestação da cultura maranhense pura sem a interferência do poder público, que só faz estragar quando pega. É espontâneo, tanto que eles vêm sem pagamento”, disse.
A moradora ribamarense Iranilde Reis Câmara (66) saiu de casa para acompanhar o batalhão do Boi da Maioba até o Parque Folclórico. Em companhia da prima e do genro cariocas Rosemary Reis Câmara e Orlandilson Verde Sousa, ela levou suas matracas para a festa. “Deixei para vir assistir o São João só hoje. A festa passa todinha em frente a minha casa”, disse.
Os turistas cariocas disseram que vieram do Rio de Janeiro para o Maranhão só para prestigiar o Lava-Bois de Ribamar que era tão comentado por Iranilde Reis Câmara.

Estrutura - Segundo o secretário municipal de Turismo e Cultura de São José de Ribamar, Edson Calixto, a intenção da organização do evento foi dar todo suporte necessário para que as famílias continuem se sentindo a vontade para ir ao Lava-Bois. Esquemas de segurança, saúde e trânsito foram montados para oferecer tranquilidade aos brincantes.
Além da segurança feita por homens da Polícia Militar e segurança privada, o hospital municipal e o centro de saúde Honório Gomes tiveram equipes reforçadas. “Você vê toda a cidade movimentada por essa festa, desde o início da avenida até o Parque Therezinha Jansen. Queremos que todos que venham sejam muito felizes aqui e voltem nos outros anos”, afirmou.

Oportunidade – Muitos vendedores ambulantes aproveitaram mais uma edição do encontro de grupos folclóricos para garantir uma renda extra. Além de vender água mineral e outras bebidas, as pessoas estavam vendendo desde peças de artesanato até isopor para latas de cerveja.
O comerciante José Augusto Gomes da Costa levou uma grande quantidade de chapéus de sua loja localizada no João Paulo, em São Luís, para o Lava-Bois. “As vendas estão melhores que no ano passado. Acho que é porque estou colocando tudo com o preço mais barato, mais em conta”, justificou.
Lucilene Kenia Silva, moradora do Residencial Sítio Natureza, que fica localizado em Paço do Lumiar, aproveitou para recolher latinhas de metal para vender para reciclagem. Ela chegou ao local da festa por volta de 10h e pretendia ficar até as 14h. “Este é o primeiro ano que vim. Espero ganhar pelo menos uns R$ 50,00 ou 60,00 na venda”, disse.

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