domingo, 14 de julho de 2013

Espetáculos do São João fora de época atraem cada vez mais pessoas.

 

 
 
Para muitos, o Vale Festejar é o São João fora de época, mas para o público que lotou o arraial montado na Lagoa da Jansen no fim de semana, o projeto é o São João em época de férias. Famílias, casais, grupos de amigos da capital, interior do estado e outras cidades do país aproveitaram para se divertir ao som das toadas dos grupos de bumba meu boi que passaram pelo arraial na noite de sábado, dia 13.
Para abrir a programação, uma atração típica das festas juninas do Nordeste, a quadrilha. A Formosinha do Sertão ficou responsável de preparar o público para receber a principal atração do São João do Maranhão, o bumba meu boi. Oito grupos estavam programados para fazerem a festa no arraial e o Bumba Meu Boi de Guimarães, um dos principais representantes do sotaque de zabumba, o mais antigo do estado, foi o primeiro a chegar com seu batalhão.
O músico carioca Alexandre Dias, que pela primeira vez assistiu a uma apresentação de bumba meu boi, disse que ficou impressionado não apenas com a peculiaridade das indumentárias, mas com a qualidade técnica das batidas das zabumbas. “Até onde eu sei, o bumba meu boi é feito por pessoas das comunidades, sem formação musical. Apesar disso, eles têm uma cadência e uma técnica muito boas. É realmente muito bom de ouvir”, comentou.
O Bumba Meu Boi de Barbosa, da cidade de Rosário, o mais antigo grupo do sotaque de orquestra, prosseguiu com a festança. Nonato Silva, cantador do grupo, colocou a brincadeira no palco tão logo o Guimarães foi embora para não deixar a animação do público esfriar. “Aqui cada minuto é precioso, por isso não podemos perder tempo. O público veio para curtir um pouco mais o São João e nós temos que fazer a festa”, comentou.

Destaque - Mas os grupos de bumba meu boi que passaram pelo palco do Vale Festejar na noite de sábado tiveram que dividir as atenções com o pequeno André Luiz Ferreira, de apenas 3 anos. Dançando com seu boizinho, o menino se tornou atração do terreiro, atraindo olhares curiosos e encantados do público que fez questão de fotografá-lo. “Nunca tinha visto uma criança dançar com tanta alegria, brincando de miolo de boi. Geralmente, elas querem ser vaqueiros, índias. Muito bonito vê-lo dançar”, disse a aposentada Marly Menezes.
Segundo a mãe do garoto, Glaucia Ferreira, este ano ele fez questão de ir para os arraiais da cidade com seu couro de boi. “Ele diz que quer ser miolo de boi, então mandamos fazer esse boizinho para ele poder se divertir nos arraiais”, disse. A desenvoltura do garoto chamou tanta atenção que ele acabou dividindo o palco com o Bumba Meu Boi Meu Tamarineiro, do sotaque de orquestra. “A gente fica feliz quando vê uma criança interessada pelo São João. É sinal que nossa brincadeira vai continuar”, disse o vaqueiro Gilberto Costa, que há 30 anos dança no São João.
E André Luiz não foi a única criança que caiu na festança no sábado. No espaço montado na Lagoa da Jansen, famílias inteiras se divertiam ao som das orquestras, matracas, zabumbas e pandeirões. Além disso, muitos casais de namorados escolherem o terreiro para passarem um tempo a mais, juntos, e em época de férias, muitos visitantes aproveitaram para conhecer um pouco mais da cultura do Maranhão.
A festança foi encerrada à 1h de domingo, deixando o público com vontade de brincar mais São João. “Não sabia que os grupos de bumba-boi se apresentavam também em julho. Pensava que era só no período junino. Achei ótimo. No próximo fim de semana trarei meus amigos para o arraial”, disse Maria Joana Valentin, que está em São Luís acompanhada de um grupo de amigos do Paraná.

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O projeto Maranhão Vale Festejar é realizado pela Associação do Bom Menino das Mercês e patrocinado pela Vale. Esta é a sua 11ª edição, a primeira delas aconteceu no ano de 2002. No início, o arraial era montado no Convento das Mercês e depois mudou para a Lagoa da Jansen. A festança acontece de sexta-feira a domingo, a partir das 18h com encerramento à 1h. Por noite, 10 atrações se revezam no palco do São João fora de época.

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