Greenpeace entrega denúncias contra guserias ao MPF
A organização não governamental (ONG) Greenpeace informou ter entregado na tarde de ontem uma denúncia ao Ministério Público Federal do Maranhão (MPF-MA) sobre ilegalidades encontradas, com base numa pesquisa feita pela entidade nos últimos dois anos, na cadeia de produção do ferro-gusa no Maranhão e no Pará. Para chamar a atenção das autoridades, o Greenpeace promove, desde o início desta semana, um protesto na Baía de São Marcos, amarrando ativistas à corrente da âncora do cargueiro Clipper Hope, programado para carregar 31,5 mil toneladas de ferro-gusa no Porto do Itaqui.
Além do protesto no mar, a ONG agiu ontem em terra, mais
precisamente na sede do MPF, localizada na Avenida Senador Vitorino Freire,
bairro Areinha, em São Luís (MA). A entrega das denúncias foi testemunhada pelo
padre Dário Bossi, coordenador da rede Justiça nos Trilhos; Rosana Diniz, do
Conselho Indigenista Missionário (Cimi); e Edmilson Pinheiro, do Fórum Carajás.
A denúncia também será encaminhada ao Ministério de Meio Ambiente (MMA),
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), além da Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
Denúncia - De acordo com o Greenpeace, foram reunidos na
pesquisa indícios de várias irregularidades na cadeia de produção do ferro-gusa,
como trabalhadores em situação análoga à escravidão e extração de madeira dentro
de Terras Indígenas e Unidades de Conservação. Estas denúncias foram compiladas
no relatório Carvoaria Amazônia, publicado no site da organização.
"Algumas empresas da região onde se concentram as denúncias já
respondem a uma ação civil pública, porque o carvão que utilizam não tem
certificado de origem. Esse trabalho [do Greenpeace] permite aprofundar a
investigação, em que teremos de responder qual é a origem do carvão e o nome das
pessoas envolvidas", disse o procurador da República Alexandre Soares, segundo o
informe do Greenpeace.
Mais
A Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA) enviou um comunicado
ao navio Rainbow Warrior, da ONG Greenpeace, no qual informa que as condições
climáticas (fortes chuvas, ventos constantes) e a força das correntes marítimas
na Baía de São Marcos são riscos à segurança dos ativistas que se penduram na
corrente da âncora do cargueiro Clipper Hope.
Por isso, a CPMA recomendou aos manifestantes o retorno ao
Rainbow Warrior, ressaltando que o comandante da referida embarcação será
responsabilizado por eventuais acidentes que venham ocorrer com a sua
tripulação, caso o protesto seja mantido.
Em resposta, Joel Stewart, identificado como responsável pelo
navio do Greenpeace, informou que a tripulação e os ativistas a bordo estão
cientes dos riscos e que estão plenamente preparados (e equipados) para realizar
as referidas ações marítimas com segurança.
Um barco da Marinha, ontem, segundo o Greenpeace, passou ao
largo do Rainbow Warrior e os militares registraram o protesto em fotos e vídeo
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