terça-feira, 4 de outubro de 2011

Vale anuncia dois navios da sua frota de supergraneleiros



Depois do Vale Brasil, agora são os Itália e Rio de Janeiro que integram a seleta lista dos navios de 400 mil toneladas


Cerimônia de lançamento ao mar do Vale Itália
Vale Rio de Janeiro e Vale Itália são os primeiros de sete navios Valemax encomendados ao estaleiro sul-coreano Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co; Vale Brasil é o primeiro da frota, construído na China e que iniciou operações em maio

A Vale realizou na última semana de setembro, em Busan, na Coréia do Sul, a cerimônia de batismo de dois novos navios da classe Valemax, identificados pela sigla VLOC (very large ore carrier, em inglês), os maiores do mundo nessa categoria, com 362 metros de comprimento, 400 mil toneladas de porte bruto e capacidade de carga de 391 mil toneladas. São eles: Vale Rio de Janeiro e Vale Itália, que foram encomendados ao estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co.

Os dois supergranaleiros fazem parte de uma encomenda de sete navios ao estaleiro sul-coreano. O Vale Rio de Janeiro foi entregue ontem e o Vale Itália está previsto para ser entregue em outubro deste ano. A mineradora também tem encomendados 12 Valemax ao estaleiro chinês Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries, que construiu o primeiro da frota, o Vale Brasil, que entrou em operação em maior deste ano, carregando 391 toneladas de minério no Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), em São Luís (MA).

Ainda em relação aos novos Valemax, segundo informes da mineradora, Giovanna Du Lac Capet, esposa de Emilio Riva, Chairman da Ilva-Taranto & Riva Group, é a madrinha do Vale Itália, e Sonia Zagury, diretora de Finanças da Vale, é a madrinha do Vale Rio de Janeiro. O Vale Itália será destinado principalmente ao transporte de minério de ferro entre Brasil e Taranto, na Itália.

De acordo com a Vale, o desenvolvimento deste projeto representou um grande desafio tecnológico em termos de inovação. Os navios permitem uma grande velocidade de carregamento e descarregamento, são adequados aos portos mais modernos do mundo e possuem eficiente sistema de drenagem, capaz de bombear água livre nos porões através de seis pocetos (estrutura similar a de um poço) em cada um deles. Estes navios reduzem as emissões de carbono em 35% por tonelada de minério transportada. Em maio, o projeto recebeu o Nor-Shipping Clean Ship Award, prêmio internacional da indústria de navegação.

Mercado - Uma infraestrutura logística altamente eficiente constitui-se em elemento-chave para a competitividade no mercado de minério de ferro. Com o intuito de maximizar a eficiência de suas operações e atender ao crescimento da demanda global, a Vale está desenvolvendo várias iniciativas para obter economias de escala.
Os navios encomendados farão parte da solução logística entre os terminais marítimos da empresa no Brasil (Ponta da Madeira, no Maranhão, e Tubarão, no Espírito Santo) e os clientes europeus e asiáticos. Os supergraneleiros têm alto padrão de segurança e contribuirão para reduzir o custo de transporte transoceânico de minério de ferro para as empresas siderúrgicas.

"Nosso objetivo é ter uma frota própria dedicada para parte de nossas exportações, uma frota que seja mais eficiente, sustentável, com alto padrão de segurança operacional e que contribua significativamente para a redução da volatilidade no mercado de frete", afirmou o diretor executivo de Marketing, Vendas e Estratégia, José Carlos Martins.

Frota – A declaração de Martins, de que o objetivo da empresa é ter uma frota própria, contraria a informação atribuída ao diretor global de marketing da mineradora, Pedro Gutemberg, no início deste mês, de que a Vale estaria negociando a venda ou o arrendamento dos 19 Valemax para armadores chineses. De acordo com o executivo, para fechar um acordo com os armadores chineses, a Vale exigiu como garantia que os Valemax seriam usados exclusivamente para o transporte de minério do Brasil para a China, rota dominada pela mineradora, que utiliza os terminais de Ponta da Madeira (Maranhão) e Tubarão (Espírito Santo) para realizar os embarques. O projeto original dos Valemax previa a construção de 35 supercargueiros de 360 metros de comprimento e capacidade para transportar 400 mil toneladas. Destes, 19 embarcações foram diretamente encomendadas pela Vale a estaleiros da Coreia do Sul e da China. O restante seria encomendado por empresas de logística comprometidas a transportar o minério da Vale por, pelo menos, 25 anos.

Docenave - A Vale já chegou a operar, por meio da Navegação Vale do Rio Doce (Docenave), sua subsidiária de navegação, a terceira maior frota mundial de graneleiros. Há dez anos, em 2001, ano em que Roger Agnelli assumiu a presidência da mineradora, a Docenave foi vendida, como outros ativos não considerados o negócio principal, como participações em empresas de celulose, siderurgia, fertilizantes e florestas. Em junho de 2001, a Vale informou ao mercado já ter vendido 14 dos 17 navios de sua frota, pelo valor total de US$ 134,7 milhões. Em setembro, concluiu a venda do restante da frota. Fundada em 1962, a Docenave chegou a operar com carga geral, o que não impediu que fechasse no vermelho no final da década de 1990.

Números

- 7 Navios da classe Valemax foram encomendados ao estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, na Coréia do Sul, com um investimento de US$ 748 milhões

- 12 Navios da classe Valemax foram encomendados ao estaleiro Rongsheng Shipbuilding and Heavy Industries, na China, com um investimento de US$ 1,6 bilhão.
Lugar: PORTOSMA
Fonte: Assessoria Vale/O Estado
Data da Notícia: 02/10/2011

Nenhum comentário: