João Castelo quer abrir novo debate sobre a metropolização da Ilha

Itevaldo Junior

Repórter Especial

O prefeito João Castelo (PSDB) afirmou ontem que, após o resultado do Censo 2010, liderará o processo de metropolização da Ilha de São Luís. A contagem populacional mostrou que a capital maranhense tem mais de 1 milhão de habitantes, o que a eleva à categoria de metrópole.

“Agora, vou tratar da metropolização da Ilha, sem gracinhas e brincadeirinhas. Vou convidar os prefeitos dos outros três municípios para debatermos essa questão a partir de janeiro”, disse o prefeito de São Luís. Castelo se recusou a participar do debate sobre metropolização ocorrido nos últimos dois anos.

João Castelo criticou as propostas de metropolização que incluíam, além de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, outros municípios fora da ilha. “Não tem por que colocar outros municípios que estão fora da Ilha de São Luís. Faremos a metropolização de forma correta, sem envolver outras cidades distantes da Ilha”, declarou Castelo.

Distorção - Para Castelo, o anúncio de que a capital maranhense tem mais de um milhão de habitantes, corrige uma distorção populacional que persistia há anos. “Se quebrou um paradigma antigo. Sempre faltavam 3 mil, 2 mil, 1 mil habitantes. Nos últimos seis anos parecia impossível, mas conseguimos e não foi surpresa para mim”, declarou o prefeito.

Ele disse que a administração municipal estuda que benefícios São Luís terá com a população acima de 1 milhão. Castelo lembrou que a cidade não terá aumento no repasse do Fundo de Participação do Município (FPM).

“São Luís será tratada agora de maneira diferente. Estamos estudando a legislação para sabermos a que benefícios nós teremos direito e o que vamos usufruir. São Luís agora será tratada como metrópole”, assegurou Castelo.

O prefeito afirmou que está disposto a fazer parceria administrativa com o governo Roseana Sarney (PMDB) e conversará com a governadora sobre a metropolização da Ilha de São Luís.

“Aceito parceria com qualquer governo, desde que a parceria ocorra de fato e que se respeite a autonomia dos governos. Vou conversar com a governadora Roseana. O importante é o bem de todos”, afirmou o prefeito.

Prefeitura pretende gerir Castelão

Na audiência que João Castelo (PSDB) pretende ter com a governadora Roseana Sarney (PMDB), além de dialogar sobre o processo de metropolização da Ilha de São Luís, pedirá a ela a cessão do Estádio Castelão para o Município.

“Vou pedir ao governo estadual o Estádio Castelão e vou concluir as obras. Vou conversar com Roseana para que me entregue o estádio”, disse Castelo. O prefeito não disse quando será a audiência.

O resultado do Censo 2010 levou o prefeito Castelo a anunciar uma série de obras na cidade de São Luís. Ele prometeu a construção da sede da Câmara de Vereadores e a ampliação da Avenida Litorânea.

“São Luís tem que ter uma Câmara Municipal à altura da cidade. A minha intenção é colaborar com o Legislativo e construir uma nova sede antes dos 400 anos de fundação da capital”, revelou Castelo. O presidente da Câmara, vereador Isaías Pereirinha (PSL), solicitou ao prefeito que construa a nova sede numa área no Aterro do Bacanga.

Castelo anunciou que o edital da licitação para as obras de ampliação da Avenida Litorânea e da construção de três viadutos na capital já foi publicado no Diário Oficial da União. “Não gosto de vender ilusão. Vamos realizar todas as obras a partir do ano que vem”, assegurou o prefeito.

Além das obras viárias, Castelo disse que iniciará as do hospital de alta complexidade em São Luís. A unidade hospitalar será edificada num terreno na Avenida Luís Eduardo Magalhães, nas proximidades do Multicenter Sebrae.

“Hoje [ontem], realizamos o depósito judicial de R$ 1 milhão para pagarmos os foreiros. Nesta semana, o aviso do edital da obra será publicado e num prazo de 15 meses o hospital será entregue. Ainda hoje, São Luís recebe 50 ambulâncias diariamente vindas do interior do estado”, afirmou Castelo.

Sobre os recursos para fazer as obras, Castelo afirmou que sairão do orçamento da Prefeitura e de convênios firmados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “As obras serão realizadas porque fechei os ralos e arrumei a casa”, assegurou.