Wilson Lima
Da equipe de O Estado
Passando por um momento único em sua economia, o Maranhão vive a expectativa de receber mais empreendimentos e a maioria deles ligados ao setor energético. Isto porque empresas do setor de energia estão interessadas em implementar um parque eólico e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Maranhão, além de uma termoelétrica movida a biomassa de eucalipto.
Durante a semana passada, representantes da Secretaria de Estado de Indústria e Comércio (Sinc) estiveram em São Paulo negociando a viabilização dessas novas indústrias. A idéia é que o Maranhão entre, em definitivo, no mercado de energias renováveis. Isto porque, conforme informações da Sinc, as PCHs têm forte contribuição para a redução de emissão de gases de efeito estufa e provocam impacto mínimo no meio ambiente.
Além disso, esse tipo de unidade tem uma construção mais rápida e a operação tem baixa interferência na qualidade das águas dos rios e o impacto social é diminuto, se comparado com o das grandes hidrelétricas. Essas novas indústrias no setor de energia devem ajudar a transformar o estado de um mero distribuidor de energia para um dos grandes produtores do país.
Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), hoje o Maranhão tem uma capacidade instalada de produção de energia de 672,1 MWh. Em capacidade instalada, a participação maranhense no mercado nacional é de apenas 0,61%. O 20º em todo o Brasil.
Gera Maranhão - No mês passado, foi concluída a Unidade Termelétrica Gera Maranhão, com capacidade instalada para 330 MW de energia e estão em fase de construção a Usina Hidrelétrica de Estreito (UHE), no município de Estreito, e a Usina Termoelétrica MPX Itaqui, em São Luís.
Estreito terá uma capacidade instalada de 1.087 MW de energia. A MPX Itaqui, 360 MW. Assim, somente com essas duas unidades, a capacidade instalada de geração de energia no Maranhão será acrescida em 1.447 MW nos próximos três anos.
Além desses, está em fase de audiência pública a construção de uma usina termoelétrica na cidade de Santo Antônio dos Lopes. Somente esta última terá uma capacidade instalada de 1,8 MW de energia.
Hoje, o Brasil tem 2.247 empreendimentos em operação, gerando 109 mil MW de energia. A expectativa é de que, em todo o país nos próximos anos, sejam incluídos 37 mil MW de energia provenientes dos 132 empreendimentos atualmente em construção no país.
Desenvolvimento - Além da possibilidade de instalação desses novos empreendimentos em energia, também foi discutida a probabilidade de o Maranhão receber outras duas indústrias de papel e celulose e projetos ligados ao plantio de árvores e ao setor de siderurgia.
Outro projeto em vista é a construção de um estaleiro naval em São Luís. A idéia é de que esse estaleiro atenda tanto à construção de embarcações quanto à manutenção delas. O nome das empresas e a data de implementação desses empreendimentos ainda não foram divulgados por questões comerciais.
De acordo com o secretário Maurício Macedo, esse é um momento de negociação, no qual está se discutindo não somente o potencial do Maranhão para novos projetos, como também outros aspectos ligados a incentivos fiscais ou outras formas de contrapartida que podem ser dadas pelo Governo do Estado.
“Independentemente das indústrias que já recebemos, estamos trabalhando para atrair novos projetos. Batalhamos todo dia mostrando que o nosso estado, de fato, é atrativo”, acentuou o titular da Sinc. “Estamos mostrando aos investidores que o estado tem um clima bom e uma predisposição para abrigar novos negócios”, completou Macedo.
Antes da implantação dessas novas indústrias serão realizados estudos de viabilidade de cada unidade. Estudos que possam identificar, por exemplo, quais as regiões mais propícias para incorporar um parque eólico ou quais áreas ainda podem ser utilizadas para a instalação de grandes plantações de eucalipto, visando a abastecer as indústrias de celulose.
Nenhum comentário:
Postar um comentário