domingo, 18 de abril de 2010

Chineses fecham acordo para explorar petróleo na bacia Pará-Maranhão


São Paulo - A petroleira chinesa Sinopec terá participação acionária em dois blocos petrolíferos da Petrobras no Nordeste. O negócio foi selado, durante visita do presidente da China, Hu Jintao, ao Brasil, em acordo de cooperação que inclui ainda as áreas de serviços e equipamentos para o setor de petróleo.

Pelo acordo, a Sinopec terá uma fatia nos blocos BM-PAMA-3 e BM-PAMA-8, em águas profundas da Bacia do Pará-Maranhão, arrematados pela estatal brasileira respectivamente na 3ª e na 5ª rodadas de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Trata-se de uma bacia de nova fronteira, com pouco conhecimento geológico e, portanto, com maiores riscos exploratórios. Não há ainda produção de petróleo na região.

A comitiva chinesa assinou acordos também em outros segmentos da economia, como telecomunicações e siderurgia. A Sinopec informou que vai assinar dois documentos com a Petrobras em data ainda a ser definida.

O primeiro acordo conclui negociações iniciadas no ano passado, quando Petrobras e Sinopec iniciaram conversas para a entrada da companhia chinesa em blocos exploratórios no país, dentro de uma política de internacionalização desta última.
A aprovação do negócio depende de análise pela ANP. O valor da operação não foi revelado, mas especula-se que a companhia chinesa ficará com 20% de participação em cada área. A empresa demonstrou interesse em ampliar sua área de atuação no país e de adquirir participação em outros blocos, bem como participar de futuras rodadas de licitações de blocos exploratórios.
Estréia no Brasil - O negócio marca a estréia da Sinopec no segmento de exploração e produção de petróleo no Brasil. A empresa está presente no país desde 2004, atuando na construção de gasodutos para a Petrobras – foi ela a responsável pelo maior trecho do Gasoduto Sudeste Nordeste (Gasene), inaugurado no mês passado.

O segundo documento diz respeito à ampliação das operações. Além de exploração e produção, Sinopec e Petrobras vão identificar oportunidades conjuntas em segmentos como refino e fornecimento de bens e serviços para o setor de petróleo. Segundo fontes do mercado, a companhia chinesa está negociando uma parceria com a baiana Delba Marítima para a construção de uma das cinco sondas que a empresa vai construir para a Petrobras.

Autoridades da área de energia da China estiveram na ANP, onde viram apresentações sobre o setor de petróleo.

Outro negócio é da empresa siderúrgica chinesa Wuhan Iron & Steel (Wisco) com o grupo EBX, do empresário Eike Batista. Existe um memorando de entendimento para que a Wisco construa uma usina siderúrgica no complexo do Açu. Entre 30 de novembro do ano passado e 26 de fevereiro deste ano, a Wisco comprou 21,52% do capital da MMX, que vai fornecer minério para a siderúrgica, orçada em US$ 5 bilhões.

Nenhum comentário: