Bruna Castelo Branco
Da equipe de O Estado
O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) terá novo diretor na quinta-feira, dia 14, quando o coronel aviador Ricardo Rodrigues Rangel, que atualmente está na direção do Centro de Lançamento Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, substituirá o coronel aviador Nilo Andrade. A solenidade de troca de comando será às 9h30, no CLA.
A substituição, a cada dois anos, faz parte da dinâmica de administração dos centros de lançamentos. Andrade será transferido para a Comissão de Implantação do Programa da Aviação de Combate (Copac), em Brasília, mas deverá continuar atuando no Programa Espacial Brasileiro. "Acredito que continuarei trabalhando para a Agência Espacial Brasileira no sentido de que o Programa Espacial continue seu rumo de modernização, possibilitando o lançamento do VLS e Cyclone no menor prazo possível", declarou.
A mudança administrativa acontece em um ano determinante para a visibilidade do CLA dentro das atividades do Programa Espacial Brasileiro. De um lado, a empresa Alcântara Cyclone Space acelera o ritmo para concluir as obras e fazer o primeiro lançamento ainda este ano; do outro, as obras da plataforma de lançamento de grande porte que possibilitará o lançamento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) seguem para a segunda etapa de execuções.
Entretanto, as transformações não estão restritas a essas duas obras. O CLA está em fase de modernização de equipamentos, treinamento de recursos humanos e, principalmente, na realização de lançamentos de foguetes de pequeno e médio porte. No ano passado, foram realizados três lançamentos de foguetes de pequeno porte, missões consideradas bem-sucedidas. Para o coronel Nilo Andrade, o CLA encontra-se preparado para executar lançamentos de grande porte.
"O desempenho da equipe interna e externa transcorreu de acordo com o planejado e o CLA está preparado para o lançamento de foguetes de qualquer porte. Vale lembrar que antes do lançamento propriamente dito são efetuados treinamentos a fim de que ajustes possam ser realizados tanto na cronologia quanto nas atividades das equipes envolvidas", ressaltou.
Andrade lembrou ainda que nos dois anos de sua gestão foram definidas ações com base nas prioridades do Programa Nacional de Atividades Espaciais, intermediado pela Agência Espacial Brasileira e pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Espacial do Comando da Aeronáutica. "As prioridades foram focadas na complementação da infra-estrutura do CLA e na ampliação e modernização dos sistemas operacionais do Centro. Todas estas ações estão voltadas ao atendimento do PNAE (VLS) e a programas comerciais, como o da Alcântara Cyclone Space", afirmou.
Obra da TMI - A mudança mais esperada no CLA este ano está relacionada à finalização da obra da Torre Móvel de Integração ( TMI), prevista para ser concluída até dezembro. A obra está sendo executada pelo consórcio Jaraguá/Lavitta e integra o Sistema Plataforma de Lançamentos do VLS que inclui sistemas - como a mesa de lançamento, a torre e túnel de escape -, subsistemas de climatização, ar comprimido, elétricos, de controle, de aterramento, proteção contra descargas atmosféricas, detecção e combate a incêndios.
Na fase conclusiva da primeira parte, que consiste na estruturação da base da plataforma, os técnicos já se preparam para a segunda etapa dos trabalhos que consistem na finalização das construções civis, fabricações mecânicas e montagem de estruturas metálicas. Orçada em R$37 milhões, a plataforma terá 30 metros de altura com dimensões adequadas não só para o lançamento do VLS como também para foguetes de porte maior, que podem ser lançados a partir do CLA por meio de contratos e parcerias internacionais.
Em relação à segurança, um dos aspectos importantes da nova obra foi a implantação da torre e túnel de escape - uma saída de emergência, totalmente isolada, e com ar pressurizado para evitar a entrada de gases, que propicia uma fuga rápida das pessoas para um local seguro e afastado da zona de risco. Após o término da obra, em 2010, a TMI passará por uma fase de testes funcionais com a utilização de um mock-up, isto é, uma maquete em escala real, com as mesmas dimensões e massas da versão de vôo, que possibilitará a realização simulada de todas as etapas de integrações mecânicas do veículo lançador.
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