quarta-feira, 30 de julho de 2014

Globo Rural, da TV Globo mostra os problemas para embarcar soja no Itaqui

Transportadoras reclamam do tempo de espera para embarcar soja no Itaqui

Agricultores também se queixam do problema, que afeta o recebimento de grãos no modal rodoviário; caminhões estão servindo para armazenar grãos.
 
Foto: Divulgação/Emap
 
Agricultores e empresas de transporte reclamam da dificuldade na hora de escoar a safra da soja no Maranhão. Os caminhões enfrentam longa espera nos portos, de acordo com reportagem de ontem do programa Globo Rural, da TV Globo. A fila de caminhões se forma nas proximidades de um posto de combustível, em um ponto localizado a cerca de 10 quilômetros do Porto do Itaqui, ao longo da rodovia BR-135.
Segundo o informativo, a colheita da soja no leste do Maranhão terminou há um mês. Das 190 mil toneladas colhidas, 70% ainda estão estocadas porque há dificuldade para escoar a produção.
O porto em São Luís tem capacidade para receber a carga de 60 caminhões por dia, mas o número de veículos carregados com soja que chega diariamente é bem maior, por isso as filas são comuns na época de safra.
As lavouras do leste do Maranhão ficam há menos de 300 quilômetros do porto. Em condições normais, os caminhões empregados no transporte dos grãos fazem até cinco viagens por semana, mas nesta safra, eles estão demorando cinco dias para ir e voltar.
Marconi Martins é representante de transportadora (não identificada na reportagem de TV) e comanda 100 caminhões. Segundo ele, a frota passa a maior parte do tempo parada, à espera de acesso à zona portuária.
“Os caminhões hoje em dia não estão servindo só para transportar, estão servindo também para armazenar os produtos porque não tem como descarregar. Tem caminhão que passa mais de uma semana carregado”, afirma.
“Nós estamos a somente 300 quilômetros de um dos melhores locais para se exportar soja do país, próximos de centros consumidores, no entanto, estamos praticando os preços de soja que produtores do Brasil central também praticam, estando há mais de mil quilômetros do porto”, diz Vilson Ambrosi, presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho do Meio Norte.
Segundo a reportagem do Globo Rural, a Valor da Logística Integrada (VLI), subsidiária da Vale criada em 2011 que administra um terminal de granéis na zona portuária de São Luís, classifica o movimento como normal. A empresa informa ainda que tem investido para oferecer um serviço integrado aos produtores, envolvendo o porto, os terminais intermodais e a ferrovia.

Estrutura - Terminal da VLI é uma estrutura herdada da mineradora Vale no porto de Ponta da Madeira, e recebe grãos agrícolas trazidos em caminhões e em trens, sendo o modal ferroviário o mais estruturado atualmente. O embarque é realizado no berço 105 do Porto do Itaqui, denominado pela Vale de Píer II. Em junho do ano passado, a VLI divulgou ter investido R$ 150 milhões em infraestrutura, que integra um silo de armazenamento de grãos e uma moega – sistema de descarregamento de vagões.
Segundo informes da VLI, a nova estrutura de movimentação de carga no armazém aumentou o tempo de descarga de sete horas para cinco horas e meia, e o embarque de soja e farelo passou de 350 mil toneladas/mês para 450 mil toneladas/mês.
Na estrutura atual, são descarregados dois vagões por vez. O tempo médio para a operação total de um trem com 80 vagões é de 7h. A moega permite reduzir esse tempo para 4,5h, porque viabiliza a descarga de três vagões, simultaneamente.

Solução – Uma resposta para o problema do escoamento de soja pode estar em outro empreendimento, paralelo à infraestrutura da VLI, que é o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), em construção no Porto do Itaqui e com previsão de início de atividade para fins de setembro deste ano.
O terminal é um empreendimento do consórcio formado pelas empresas NovaAgri, Glencore, CGG Trading, Louis Dreyfus e Amaggi. Integra quatro armazéns graneleiros com capacidade estática cada um de 125 mil toneladas, perfazendo um total de 500 mil toneladas.
O Tegram será equipado com carregadores de navios que operarão a uma taxa de 2,5 mil toneladas por hora, o que permite um rápido carregamento de navios evitando assim as custosas filas de atracação. Destaque para a capacidade de recepção de grãos.
Estima-se que 80% da produção agrícola da região que integra Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia (Matopiba) e do nordeste do Mato Grosso, chegará ao Tegram por meio de ferrovias e 20% por rodovias.
Para garantir eficiência logística nesse processo, esses modais também contemplam os investimentos realizados pelos consorciados. A capacidade de recepção pelo modal rodoviário será de até 800 caminhões por dia, o que significa mais de 32 mil toneladas.
A descarga rodoviária será realizada por modernos tombadores para atender caminhões de até 30 metros, serão oito tombadores, sendo dois por armazém. O sistema de recebimento ferroviário terá a capacidade para descarregar 3 mil toneladas por hora, com oito vagões simultaneamente em duas moegas ferroviárias. O ramal ferroviário terá extensão para receber um comboio com 80 vagões com aproximadamente 7 mil toneladas por comboio.

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