quinta-feira, 3 de julho de 2014

Especialista avalia impactos do Tegram no escoamento da safra

Terminal de grãos deve iniciar operações em setembro deste ano e o setor agrícola já avalia a influência do novo corredor logístico nos custos

 
Foto: Divulgação/Emap
 
Com a proximidade do início de operações do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no Porto do Itaqui, previsto para setembro deste ano, consultores em logística e noticiários especializados no setor, como os jornais Valor Econômico e Folha de São Paulo, desde já fazem prognósticos da influência do terminal no agronegócio do país, mais especificamente do Centro-Oeste e da região denominada Mapitoba (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia).
Segundo André Debastiani, sócio-analista da Agroconsult, em consulta ao Valor, a área total destinada à soja hoje no Mapitoba é de 3,5 milhões de hectares. Considerando um cenário internacional positivo e os investimentos em logística previstos para a região - portos, ferrovias, mais opções de armazenamento -, há um potencial de se atingir entre 5,5 milhões e 6,5 milhões de hectares plantados com soja no período de dez anos contados a partir da safra passada.
“Com isso, a expectativa é que o Porto de Itaqui se torne bastante competitivo, movimentando cerca de 14 milhões de toneladas de soja por ano", disse Debastiani.
Para atingir esse patamar, porém, o analista diz que será necessário contar com a soja do leste de Mato Grosso. “O Mapitoba, sozinho, não bastará para Itaqui. Tem que pensar maior", afirma Debastiani. Isso porque a base de plantio na região é baixa. No Piauí, por exemplo, a área plantada com soja foi de 630 mil hectares em 2013/14, e a colheita rendeu 1,7 milhão de toneladas. Em Mato Grosso, foram 8,6 milhões de hectares e 27,4 milhões de toneladas.

Alternativa – De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), conforme noticiário da Folha de São Paulo, a emergência por um sistema de escoamento eficiente de grãos transformou a Região Norte do país (alternativa para o Tegram e a Ferrovia Norte-Sul, caso do Maranhão como destino logístico) em um potencial corredor para desafogar os portos do Sul e Sudeste.
Segundo o noticiário, as cifras explicam: escoar a produção pelos caminhos intermodais (hidrovia, rodovia e ferrovia) da região é 35% mais barato e rápido, segundo estimativas do Movimento Pró-Logística, que agrega entidades do setor produtivo.
A Secretaria de Portos da Presidência da República
(SEP-PR)) afirma que os investimentos para arrendamentos de áreas e construção de terminais privados nos portos do Norte atingem R$ 5,5 bilhões.

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