sábado, 7 de junho de 2014

Convento das Mercês completa 360

Templo da Memória

Convento das Mercês completa 360 anos e terá programação cultural que inclui exposições, conferências, apresentações musicais e arraial.
 
Foto: Divulgação/Gaudêncio Cunha/ Anderson Corrêa
O Convento das Mercês em registro
 
Um dos mais representativos símbolos da arquitetura colonial ludovicense, o Convento das Mercês, completa 360 anos este ano. E para celebrar a data, a Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB) promoverá neste mês de junho uma série de atividades como forma de divulgar o patrimônio cultural maranhense. Amanhã, às 14h, será lançada a mostra Conventos das Mercês, 360 anos: templo do conhecimento e da memória, além de uma programação musical em parceria com o III Festival de Música Barroca.
A exposição é uma linha do tempo que conta os principais momentos da história do prédio, desde a chegada da Ordem dos Mercedários, que fundou a Igreja e o Convento das Mercês, até sua fase atual, em que abriga a FMRB. Na linha do tempo, que está dividida em três períodos (religioso, civil e militar, e patrimonial), destaque para as fotos do acervo audiovisual da fundação, que reproduz as imagens preservadas do Convento, ainda na década de 1900.
Segundo a chefe da Casa Civil e presidente da FMRB, Anna Graziella Santana Neiva, o imponente Convento das Mercês, encravado no coração do Desterro, chega aos 360 anos reafirmando-se como um espaço cultural de grande importância para todos os maranhenses. Hoje, abrigando a FMRB, vinculada à Secretaria de Estado da Educação, reitera-se seu papel de órgão educacional prestador de serviço à comunidade.
“O Convento das Mercês preserva registros da redemocratização do país. Dentro desse contexto, não vale apenas ser espaço de exposição. É preciso que a FMRB participe ativamente desse processo histórico e social do estado. A comunidade tem respondido com carinho ao trabalho desta casa que quer ser exemplo para esta e para as futuras gerações”, ressaltou Anna Graziella.

Períodos – A cronologia da exposição é dividida em três momentos. No período religioso, aborda-se datas importantes como o ano em que o Padre Antônio Vieira proferiu o famoso sermão de São Pedro Nolasco, na inauguração da Igreja de Nossa Senhora das Mercês. Em 1664, registra-se a conclusão do Convento das Mercês, em pedra. Nesse momento da linha do tempo também se destaca o período de decadência da Ordem dos Mercedários.
No período civil e militar, trata-se dos outros usos, não para fins religiosos, do Convento das Mercês. O local já abrigou o Corpo Municipal, um hospício e o Hospital dos Coléricos. Parte dele também foi ocupada pela Alfândega, além de abrigar um colégio de nível secundário, aberto à comunidade, com objetivo de preparar jovens para receber instrução científica.
Em 1905, o Governo do Estado compra o prédio, levando para lá o Corpo de Infantaria do Estado, a atual Polícia Militar do Maranhão. O Convento das Mercês, então, passa a abrigar a Cadeia Pública, onde estiveram presas diversas personalidades públicas no período da Ditadura, como a médica e militante comunista Maria Aragão. O Corpo de Bombeiro também ocupou algumas alas da construção. Foi nesse período que o prédio sofreu as principais modificações arquitetônicas.
Na última parte da linha do tempo está o período patrimonial do Convento das Mercês, quando parte do conjunto arquitetônico do Centro de São Luís é recuperado por meio do Projeto Reviver e logo em seguida, declarado Patrimônio Mundial da Humanidade. Destacam-se nessa etapa a reforma para receber a exposição Brasil 500 anos, a instalação da Fundação José Sarney e da atual FMRB, que guarda acervo artístico e documental doado pelo ex-presidente maranhense, além do título de um dos Sete Tesouros de São Luís, recebido durante as comemorações dos 400 anos da capital.

Musicais – Além da exposição, na segunda-feira, às 14h, haverá a palestra A música no Maranhão do século XVII e XVIII, com o professor e musicólogo Joaquim Santos. Às 15h, será realizado o Encontro com músicos, com participação do Grupo Anima, que nasceu no Brasil há 20 anos a partir de reflexões sobre a interpretação e a memória musical brasileira. Os espetáculos do Anima são o resultado de intenso trabalho de pesquisa de interpretação baseado na música de comunidades não letradas, afastadas de centros urbanos no Brasil e na música da Idade Média e do Renascimento europeus.
Já às 16h15, o Quinteto de Cordas da Orquestra Maré do Amanhã (Rio de Janeiro) apresentará um repertório eclético fundamentado e focado no repertório Barroco de Bach e Vivaldi, além de peças que tem feito sucesso nas apresentações do grupo. O quinteto é formado pelos jovens músicos David Vicente, Gabriel Dionísio, Brendon Oliveira, Cristiano Souza e Vinícius Pereira, orientados pelo maestro Filipe Köchem.
Para encerrar a programação desse dia, apresenta-se o grupo Capella Paulistana, que em seu programa homenageia um dos mais representativos compositores brasileiros da transição entre o período colonial e imperial, o padre mulato José Maurício Nunes Garcia. Ele compôs essencialmente músicas sacras, mas também modinhas. Em seguida, músicos seguem em cortejo à Igreja do desterro onde haverá outras apresentações.

Mais


Ao longo do mês, outras atividades ocorrerão para comemorar os 360 anos do Convento das Mercês. Entre elas, pequenas encenações artísticas surpresas em alguns pontos da cidade, contextualizando vários momentos históricos ligados ao prédio. Também será realizada a exposição Bumba meu boi e as cores do Maranhão, retratando o auto do bumba meu boi, seus personagens e sotaques. Já na quarta-feira, dia 11, será promovido o Arraial das Mercês, com vasta programação cultural.

Serviço


• O quê
Comemoração dos 360 anos do Convento das Mercês
• Quando
Amanhã, a partir das 14h
• Onde
Sede da FMRB, Convento das Mercês
• Entrada franca

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