terça-feira, 12 de novembro de 2013

Rodovias são prioridade para o Maranhão





Além dos investimentos em hospitais e unidades de saúde, ampliação de mais de dez distritos industriais e criação de aeroportos regionais, o Maranhão tem como foco estratégico o desembolso de grandes volumes de recursos na melhoria de sua infraestrutura rodoviária. O Estado é formado por 217 municípios e sua malha rodoviária não pavimentada está entre as maiores do Nordeste. São apenas 4 mil km pavimentados para 53 mil km de rodovias, das quais mais de três mil km federais, entre elas a Belém-Brasília, que liga o Maranhão ao Sul do país, cinco mil km estaduais, e 44 mil km municipais. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, mais de R$ 2 bilhões são necessários para a recuperação das rodovias no Maranhão.

"O Estado está investindo R$ 3,8 bilhões até o ano que vem, principalmente na infraestrutura rodoviária", conta Maurício Macedo, secretário do Desenvolvimento da Indústria e do Comércio.

As melhorias na infraestrutura de logística, segundo Macedo, são fatores fundamentais de atração de investimentos. Com extensão territorial de 331,9 mil km2, 640 km de litoral, o segundo maior do país, o Maranhão tem recursos naturais praticamente inexplorados e potencial para exploração de petróleo, gás, ouro, celulose e alimentos.

O Programa de Incentivo às Atividades Industriais no Maranhão (ProMaranhão), criado em 2010, já conta com 26 novas indústrias, investimentos de mais de R$ 7,1 bilhões e proporcionam mais de 60 mil empregos, diretos e indiretos.

Nos últimos cinco anos, o conjunto dos investimentos no Estado somou algo em torno de R$ 120 bilhões, dos quais mais de 30% em petroquímica, 29% em logística e 13,7 na geração e distribuição de energia.

Nos últimos anos, o Maranhão tornou-se um grande produtor de energia. Em 2009, produzia apenas 672 MW, quantidade insuficiente para abastecer a demanda crescente de 1.585 MW/dia. Atualmente, possui 22 empreendimentos de geração de energia em operação, o que totaliza 2.803 MW de potência. São dois projetos eólicos, dois híbridos de geração de energia, dois hidrelétricos e 16 projetos termelétricos.

Na quinta-feira, a Eneva (ex- MPX) inaugurou o Complexo Parnaíba, considerado um dos maiores polos de geração termelétrica a gás natural do país, localizado no município de Santo Antônio Lopes. A capacidade instalada em operação do complexo é de 845 MW, correspondentes às usinas termelétricas Parnaíba I (676 MW) e Parnaíba III (169 MW). Segundo a empresa, a capacidade já contratada de 1.425 MW é suficiente para abastecer o equivalente a 6,4 milhões de famílias. "Energia é um foco importante e agora está se materializando", confia Macedo.

Várias indústrias que foram atraídas ao Estado estão em fase de conclusão de seus projetos. É o caso da Suzano Papel e Celulose, com receita líquida anual de R$ 5,2 bilhões em 2012, um dos maiores produtores integrados de papel (1,3 milhão de toneladas/ano) e de celulose (1,9 milhão de toneladas/ano). O cronograma de construção da nova fábrica em Imperatriz, a 630 km de São Luís, assim como o orçamento anunciados, permanecem inalterados, de acordo com Walter Schalka, presidente da companhia.

Trata-se de uma das mais modernas fábricas de celulose do mundo, orçada em R$ 5,8 bilhões, com capacidade de 1,5 milhão de toneladas/ano de celulose de eucalipto. A construção da unidade Maranhão conta com aproximadamente 12 mil pessoas trabalhando na formação florestal e construção industrial. A empresa busca o startup em dezembro. "Em setembro, atingimos 94% do avanço físico geral da obra", comenta.

Para a Alcoa Alumínio, que opera com sete unidades produtivas no país, o Maranhão mantém-se entre os Estados que mais atraem investimentos, especialmente na indústria petroquímica, de novas fontes de energia, aços longos, entre outros. E isso traz como resultado mais oportunidades para ampliar a cadeia produtiva e geração de empregos, avalia Franklin L. Feder, presidente da Alcoa América Latina & Caribe.

Mas o contexto da indústria mundial do alumínio requer atenção. "O alto custo da energia no país é um agravante", diz Feder. "Para fazer frente aos desafios do setor de energia, buscamos alcançar o índice de 70% de autossuficiência desse insumo, participando de quatro consórcios para a geração de energia", diz ele.

http://www.valor.com.br/brasil/33350...ara-o-maranhao

__________________

Nenhum comentário: