segunda-feira, 11 de novembro de 2013

'O Maranhão é hoje um grande exportador de energia no país'

Secretário de Estado de Minas e Energia afirma que o Maranhão saiu de uma produção de 672 MW em 2009 para 2.803 MW este ano.
 
O Maranhão tem recebido grandes investimentos nos últimos quatro anos, entre eles os na área de produção de energia, em diversas fontes, tais como hidrelétrica, térmica a gás, carvão mineral e óleo, biomassa e até mesmo eólica. Um dos grandes empreendimentos nessa área é o Complexo Parnaíba, inaugurado quinta-feira, 7, em Santo Antônio dos Lopes. Presente ao evento, o secretário de Estado de Minas e Energia, Ricardo Guterres, falou a O Estado sobre a importância desse projeto e dos demais que estão fazendo do Maranhão um exportador de energia. Ele também destacou que há expectativa de sucesso nas prospecções em busca de petróleo nas bacias marítimas de Barreirinhas e Pará-Maranhão.

O Estado - O Maranhão vive um momento diferenciado no setor de investimentos, especialmente na área energética. Como o senhor avalia este cenário?
Ricardo Guterres – Faço uma avaliação muito otimista deste momento, que é excepcional para o estado. Graças a uma forte política de atração de investimentos traçada desde 2009 pela governadora Roseana Sarney, hoje temos um portfólio de mais de R$ 120 bilhões em projetos que estão se instalando no Maranhão, com destaque para empreendimentos na área de geração de energia.

O Estado – Qual a importância desses investimentos em energia, como o do Complexo Parnaíba, para o desenvolvimento do Maranhão?
Ricardo Guterres – Esses projetos são fundamentais para acompanhar o crescimento do estado. Sem energia, as empresas têm dificuldades em produzir. Hoje, quem está instalado no Maranhão ou tem interesse em investir no estado tem a certeza de contar com energia confiável e de qualidade. Atualmente, o estado é um grande exportador de energia para o país, saindo de uma produção de 672 MW em 2009 para 2.803 MW este ano. É, sem dúvida, um grande avanço.

O Estado – Que projetos de geração de energia contribuíram para que o Maranhão alcançasse o atual excedente de produção?
Ricardo Guterres – A Hidrelétrica de Estreito foi um marco na inserção do Maranhão no setor elétrico brasileiro como um importante gerador de energia. Um empreendimento de R$ 5 bilhões que está produzindo 1.087 MW de energia limpa. Depois, tivemos outros projetos, como as termelétricas da Gera Maranhão em Miranda do Norte, que contribui com 330 MW; a UTE Itaqui, em São Luís, que produz 360 MW e esse grandioso Complexo Parnaíba, que já está operando com 845 MW. E num futuro próximo, estaremos também produzindo energia a partir da força dos ventos, no litoral dos municípios de Paulino Neves, Tutoia e Barreirinhas.

O Estado – Entre os projetos citados, há o Complexo Parnaíba. O empreendimento é estratégico para o Maranhão?
Ricardo Guterres - Não resta dúvida que o Complexo Parnaíba tem um diferencial enorme, por integrar a produção de gás à geração de energia, uma iniciativa pioneira no país. O empreendimento opera inicialmente com 845 MW e atingirá em pouco tempo 1.400 MW com a conclusão das duas outras usinas do complexo. Mas, vale ressaltar que tem capacidade licenciada para 3.722 MW, consolidando-se como o maior produtor de energia no estado.

O Estado – Na inauguração do Complexo Parnaíba, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, destacou o potencial da bacia para a produção de gás. Quais são as perspectivas para o próximo leilão da ANP, que será realizado dias 28 e 29 deste mês?
Ricardo Guterres – A produção de gás natural na Bacia do Parnaíba, especialmente nos municípios de Capinzal do Norte e Santo Antônio dos Lopes, tem atraído o interesse de investidores para os blocos que são ofertados nos leilões da Agência Nacional de Petróleo. Foi assim na 11ª Rodada de Licitações, realizada em maio deste ano, quando todos os blocos foram arrematados. E a expectativa de sucesso é a mesma agora na 12ª Rodada, quando teremos 32 blocos em oferta.

O Estado – E quanto a ser encontrado petróleo no Maranhão, há possibilidade?
Ricardo Guterres – Os estudos da ANP mostram que as bacias marítimas de Barreirinhas e Pará-Maranhão, que integram a margem equatorial brasileira, têm características idênticas ao campo de Jubilee, em Gana, país africano onde houve descobertas de óleo leve. Essas áreas tiveram blocos arrematados na 11ª Rodada de Licitações e nossa expectativa é de sucesso nas prospecções como aconteceu com o gás na bacia terrestre do Parnaíba.

O Estado – Então, secretário, podemos dizer que o Maranhão continua a ser a ‘bola da vez’?
Ricardo Guterres – O Maranhão sempre foi a bola da vez, o que faltava era ser descoberto pelos investidores. E o que está acontecendo hoje no estado é resultado não somente do potencial de nossas riquezas naturais, mas pela confiança e credibilidade de um governo que atrai investimentos para gerar emprego e renda e desenvolver o Maranhão. Também temos que destacar o empenho do ministro Lobão e a visão profética do então governador José Sarney, que sempre apostou no potencial energético do estado.

Nenhum comentário: