Bacanga, Panaquatira, Paço do Lumiar, Sítio Maiobinha, Maracanã e Vinhais Velho são alguns dos pontos onde há vestígios arqueológicos.
Thiago Bastos
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado
Levantamento feito desde o fim do ano passado pela Superintendência Regional do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apontou a existência de, pelo menos, 90 sítios arqueológicos na Grande Ilha de São Luís, sendo a maior parte constituída por áreas não-habitáveis.
Entre os sítios estão: Bacanga (datado de 6.600 anos e considerado o mais antigo da capital maranhense), Panaquatira (cuja origem data de 5.800 anos), Paço do Lumiar (de 2.000 anos), Sítio Maiobinha I (de 4.100 anos), Vinhais Velho (de 100 a.C ao século XVII d.C), Maracanã (2.100 anos atrás), Maracanã (2.100 anos) e Santo Antônio (nas proximidades da Praia de Boa Viagem e ainda sem datação). Ainda segundo o Iphan, essa e outras conclusões constituirão o Zoneamento Arqueológico da Ilha de São Luís, estudo que fará a gestão de áreas que preservam parte da história da cidade e cuja conclusão será efetuada no primeiro semestre do ano que vem.
Segundo a superintendente do Iphan no Maranhão, Kátia Bogéa, o mapeamento dos sítios em São Luís será fundamental para constatar quais áreas com valor histórico são, no momento, habitadas indevidamente. "Essas áreas serão separadas e, em seguida, os proprietários com alguma construção nesses espaços receberão notificação para regularizar suas situações. É necessário dar entrada, junto ao órgão responsável, em um processo de licenciamento ambiental e, em seguida, encaminhar esse documento ao Iphan para que seja emitido o parecer arqueológico", disse.
Condições - Um dos responsáveis pelas escavações, o arqueólogo Arkley Bandeira, informou que são necessárias algumas condições para que uma área seja considerada sítio arqueológico. "Primeiramente, é importante que o arqueólogo constate alguma evidência de atividade humana naquela localidade, saber se existem, efetuadas as escavações, objetos de distinta natureza. Feita essa análise inicial, parte-se para a pesquisa de campo, para saber em quais condições históricas aquele objeto foi parar naquele sítio. Indo por essa vertente, chega-se a conclusão sobre as populações que se estabeleceram na região", disse.
Ainda segundo o arqueólogo, o trabalho de identificação de sítios arqueológicos será estendido, em breve, para todo o estado. "A construção do Zoneamento Arqueológico da Ilha constituiu apenas o projeto piloto de um trabalho mais amplo, que será ampliar a pesquisa para todo o território maranhense. Mesmo assim, consta também em um estudo feito por mim, e que virou minha tese de doutorado em Arqueologia, apresentada no ano passado, que a ocupação pré-histórica mais antiga do Maranhão data de 9.800 anos atrás, em Bacabeira, próxima onde está sendo construída a Refinaria Premium da Petrobras. Nessa localidade, consta o sítio arqueológico Rabo de Porco, por conter, perto dele, um igarapé om este nome", disse Arkley Bandeira.
Números
90 sítios arqueológicos foram descobertos pelo Iphan na Grande Ilha
1 ano foi o período que durou os estudos para a descoberta dos sítios arqueológicos
6.600 anos é a data do sítio arqueológico Bacanga, considerado o mais antigo
da cidade
Saiba mais
Algumas ocupações Pré-Históricas de São Luís
Bacanga (6.600)
Panaquatira (5.800 anos)
Paço do Lumiar (2.000 anos)
Sítio Maiobinha I (4.100 anos)
Vinhais Velho (de 100 a.C ao século XVII)
Maracanã (2.100 anos)
Santo Antônio (Praia de Boa Viagem - sem datação)
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