Programação foi aberta na sexta-feira e prossegue hoje com Cacuriá de Dona Teté, bois de Morros, de Leonardo, Banda do Bom Menino e outros.
Thiago Bastos
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado
O projeto Maranhão Vale Festejar, realizado pela Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês e patrocinado pela Vale, foi aberto, na noite de sexta-feira (5), com programação que incluiu seis grupos de bumba meu boi de diferentes sotaques, quadrilha e dança do lelê, além de grupo de tambor de crioula. O evento, que acontece na Lagoa da Jansen (Arraial da Lagoa), prosseguirá hoje com grupos de bumba-boi, além de cacuriá e Banda do Bom Menino.
A primeira atração da noite inaugural do Vale Festejar foi o Tambor de Crioula de Nivô, criado há 38 anos no Bairro de Fátima. Segundo uma das fundadoras do grupo, Domingas Figueiredo, a manutenção das apresentações culturais típicas do período junino durante o mês seguinte é de suma importância para o estado. “Nós fizemos várias apresentações no mês passado durante o São João. No entanto, é correto manter a agenda de atividades durante o mês de julho, considerado período de férias para muita gente”, disse. Entre as integrantes do grupo estava Josefina Sousa, de 93 anos. Ela contou que é brincante do tambor de crioula há mais de 50 anos. “Gosto do que faço. Estou tão disposta que não consigo ficar longe do meu povo e por isso tenho que vir com eles”, afirmou.
Em seguida, foi a vez da Dança Portuguesa Arte e Beleza de Portugal, originária do Codozinho e organizada há 23 anos. A Dança do Lelê de São Simão foi a terceira atração da noite e levou para o público os traços das danças de salão trazidas para o Brasil pelos europeus. Os brincantes chamaram a atenção pelo improviso na dança, acompanhando o dinamismo das canções. Depois, foi a vez da Companhia Encantar, que há dois anos, por meio da dança, integra a programação cultural da cidade.
A quinta atração da noite inaugural do Vale Festejar foi o Boi de Santa Fé, originário do Bairro de Fátima e que completa este ano um quarto de século de existência. Com mais de 100 componentes, o grupo apresentou os conhecidos cazumbas e mostrou a disposição de sempre no palco. Segundo um dos componentes mais antigos do grupo, Francisco das Chagas Silva, de 72 anos, ver o Boi de Santa Fé se apresentando é motivo de orgulho para ele. “Amo o meu boi. E amo ainda mais o meu querido Santa Fé, representante legítimo da tradição cultural mais conhecida desse estado, que é o bumba meu boi”, destacou.
Zabumba - Mantendo a sequência de grupos tradicionais, subiu ao palco o Boi da Fé em Deus, que leva o nome do bairro onde nasceu, espalhando a cadência popular do sotaque de zabumba. Para o integrante do grupo Antonio Ribeiro, de 73 anos, é importante que os representantes das brincadeiras folclóricas do Maranhão pensem na preservação da tradição do bumba meu boi para as gerações futuras. “Quando a gente se apresenta num local como esse, conhecido da cidade, vemos muitos adultos e também crianças e adolescentes, o que mostra o interesse desse público no que fazemos. Fico feliz em saber que o bumba meu boi é apreciado por todos. Para mim, é motivo de orgulho”, afirmou.
Representando o legítimo sotaque de orquestra da Baixada Maranhense, o Boi Mocidade de Pinheiro, apesar do cansaço de seus brincantes, já que se apresentaram horas após uma viagem Pinheiro-São Luís, por quase 40 minutos mostrou ao público uma mistura de canções recém-lançadas e músicas consagradas no estado. Depois, foi a vez do Boi de Axixá.
Às 23h30, houve a apresentação do Boizinho Barrica, um dos grupos mais conhecidos de todo o estado. Encerrando a primeira noite do Vale Festejar, por volta da 1h da manhã de ontem, as matracas deram o tom do batalhão de ouro do Boi da Maioba. Os “maiobeiros”, como também são conhecidos os brincantes que acompanham o grupo, estiveram presentes. “Vou onde a Maioba estiver. Que alegria ver o meu boi preferido desfilando nos palcos de São Luís”, ressaltou José da Cruz da Silva, de 63 anos, um dos “maiobeiros”.
Visitantes – Turistas de várias partes do país e do mundo prestigiaram a primeira noite de apresentações do Vale Festejar. O casal Ruben Goulart de Andrade, que é publicitário aposentado, e sua esposa Eliana Chame (advogada), veio de São Paulo (SP) para ver, pela primeira vez, as atrações culturais do Maranhão.
“Estamos vindo do Pará, vimos por lá o carimbó. Achamos muito interessante, porém, sem querer menosprezar, isso aqui que vimos hoje [sexta-feira] não tem comparação com qualquer coisa. A diversidade que os maranhenses têm à disposição nesse período do ano chama muito a atenção. Devo voltar a São Luís mais vezes para ver essas belezas, que são esses grupos de bumba-boi, tambor de crioula, entre outros”, disse Ruben Goulart.
Mais
De acordo com a Polícia Militar (PM), para auxiliar na segurança do público na primeira noite do Vale Festejar, foram utilizados 10 integrantes da corporação, além de duas motos e duas viaturas. Segundo a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), cerca de 15 agentes trabalharam para controlar o fluxo de veículos na Lagoa da Jansen. Para isso, foram montados quatro desvios.
Programação de hoje
18 h - Banda do Bom Menino
19 h - Amos da Ilha
20 h - Boi Meu Tamarineiro
20h 30- Boi União da Baixada
21 h - Cacuriá de Dona Teté
22 h - Boi de Leonardo
23 h - Boi da Pindoba
0h - Boi de Morros
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