sexta-feira, 24 de maio de 2013

À Beira do Abismo me Cresceram Asas, com Maitê Proença e Clarisse Derzié no TAA



A arte de envelhecer

Espetáculo Á Beira do Abismo me Cresceram Asas, com Maitê Proença e Clarisse Derzié será apresentado de hoje a domingo no Teatro Arthur Azevedo.

Ricardo Alvarenga
Da Equipe de O Estado



As histórias colhidas nos asilos do Brasil, misturadas com criatividade e uma dose de humor deram origem ao texto da peça À Beira do Abismo me Cresceram Asas, estrelada pelas atrizes Maitê Proença e Clarisse Derzié Luz. O espetáculo será apresentado hoje e amanhã, às 21h, e domingo, às 19h no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro). A classificação indicativa é para maiores de 12 anos.
A direção do espetáculo é de Clarice Niskier e Maitê Proença, com supervisão de Amir Haddad. A montagem já esteve em cartaz por três meses no Rio de Janeiro e no último fim de semana em Salvador. “Todas as vezes que eu trouxe espetáculos para São Luís, tive plateias deliciosas, inteligentes, e animadíssimas. São Luís é a melhor plateia do Brasil”, declarou a atriz Maitê Proença em entrevista a O Estado.
A peça tem como ponto de partida os depoimentos reais colhidos em diferentes asilos do Brasil pelo pesquisador Fernando Duarte. Maitê Proença, que assina o texto do espetáculo, fez a adaptação dos casos para a peça e criou várias outras histórias, que possibilitaram um diálogo cheio de reflexões e pensamentos, deixando sempre as conclusões para o espectador.
“O Fernando tinha umas histórias colhidas em asilos e a vontade de que aquilo virasse teatro. Trouxe para mim, mas havia muita lamúria e de início não me interessei. Meses depois, folheando o material que ficou em cima de minha mesa, pensei que só fica velho quem contém todas as idades e a variedade de experiências que vem junto com o acúmulo dos anos”, explicou a atriz.
As personagens da peça são Terezinha e Valdina, ambas octogenárias e que hoje vivem em um asilo. Valdina, interpretada pela atriz Clarisse Derzié Luz, é uma senhora com 80 anos e que leva a vida com otimismo, sem nostalgias, mas que carrega consigo um grande segredo que só será revelado no desenrolar da peça.
Já Terezinha personagem da atriz Maitê Proença, é uma senhora um pouco mais velha, de 86 anos, e de temperamento carrancudo. A semelhança que existe entre as personagem além da velhice é o jeito e a forma prática que elas têm para simplificar a vida, além de terem uma grande amizade uma pela outra.
À Beira do Abismo me Cresceram Asas é o nome do espetáculo e sobre ele as atrizes garantem que a frase surge no meio do texto. Saindo inclusive da boca da personagem de Proença. A resposta para essa escolha é umas das surpresas do espetáculo. Trata-se de uma cena da peça, que segunda as atrizes, por muitas vezes foi muito aplaudida.

Escritora - Paralelo à carreira de atriz, Maitê Proença realiza atividades como escritora. Estando inclusive na sua terceira publicação, o livro É duro ser cabra na Etiópia, que está nas livrarias do Brasil desde abril deste ano e foi lançado pela editora Agir. “Estou levando também para lançar em São Luís o meu último livro, uma obra de humor, com uma pegada de livro de arte, pelo colorido e a diversidade gráfica. Estará a venda nas livrarias mais também no saguão do teatro, onde autografarei para quem quiser, ao final de cada sessão da peça”, confirmou.
O livro tem um projeto gráfico original, desenvolvido pela escritora em parceria com todos que mandaram imagens pela internet. “Os temas e estilos abordados nos textos variam, mas giram em torno de um desafio: deixar a imaginação acontecer dentro do limite de 1.500 caracteres para escrever de preferência com uma boa dose de humor”, descreve a autora.
O livro foi escrito com crônicas enviadas à artista por meio de um site criado por ela especialmente para receber o conteúdo. Entre os autores das crônicas, estão anônimos e famosos, como José Eduardo Agualusa, Tatiana Salem Levy, Clarisse Niskier, Jorge Forbes, Carlos Heitor Cony e a própria Maitê.
“Ao folhear o livro o leitor percebera o tempo todo que ali há um conceito e que eu segui em uma linha de conduta do princípio ao fim do processo. Deu um trabalho danado, mas ficou lindo”, comentou Proença.

Serviço


• O quê
O espetáculo À Beira do Abismo me Cresceram Asas
• Quando
Hoje e amanhã, às 21h e no domingo, às 19h
• Onde
Teatro Arthur Azevedo
• Quanto
R$ 80,00 plateia, R$ 70,00 frisa e camarote, R$ 60,00 balcão e R$ 50,00 galeria, a venda na loja Tendresse, no São Luís Shopping, na Visótica do Tropical Shopping e na bilheteria do Teatro

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