terça-feira, 12 de março de 2013

Oficina de tambor é voltada para mulheres

Promovido pelo Grupo Afrôs, programação do IV EitaPiquena Arteira tem início hoje com oficina de tambor de crioula voltada para o público feminino

Reunir em um mesmo espaço vários artistas e suas obras é um dos objetivos do IV EitaPiquena Arteira. O evento é uma festa-movimento realizada para comemorar e celebrar o mês dedicado às mulheres. Promovido pelo Grupo Afrôs ou Afrodites, este ano, chega a sua quarta edição. A programação começa hoje com a oficina de Tambor de Crioula só para mulheres, que vai ser ministrada pelo Mestre Amaral. A oficina acontecerá na “Casa de Mestre Amaral”, localizada na Praça Dom Pedro II até sexta-feira (15). As inscrições, gratuitas, poderão ser feitas com o preenchimento de ficha disponibilizada na página do evento no facebook (www.facebook.com/eitapiquenaarteira).
Para as meninas arteiras, como são chamadas as artistas que compõem a banda Afrôs e Afrodites, o projeto representa um espaço de formação musical e cênica. Com formação toda feminina, elas trabalham com ritmos regionais do Brasil misturados com sonoridades contemporâneas. As músicas autorais do grupo versam sobre vários temas e a musicalidade traz ritmos como o côco, samba, afoxé, bumba meu boi, reggae, maracatu e samba-funk. “Quando sentimos a necessidade de trazer uma oficina para dentro da programação do EitaPiquena Arteira, pensamos imediatamente num ritmo regional. Daí, o Tambor de Crioula para mulheres”, explicou Cris Campos. Na oficina, as mulheres vão sair da roda de coreiras e ocupar outro lugar; elas vão assumir o grande, meião e crivador, que são os instrumentos usados no tambor de crioula.
Tradicionalmente, tocar tambor é coisa de homem. Raramente vê-se mulheres tocando. A proposta é exatamente mudar essa visão. “Nós mesmas, do grupo Afrôs, tocamos tambor e nada impede uma mulher de tocar tambor. Ouvimos algumas mulheres dizendo que gostariam de tocar, daí surgiu a ideia de criarmos uma oficina de tambor para mulheres”, reforçou Camila Pinto.
Mestre Amaral foi convidado para ministrar a oficina. “Dançar tambor de crioula provoca uma sensação de liberdade, é místico. O som nos remete, por alguns momentos, a uma relação com nossos ancestrais. Pra mim, é mais que festa poder dança o tambor. Imagine poder tocar”, exaltou Juliana Mendes, jovem que participa das rodas de tambor na Casa de Mestre Amaral.
As meninas do Afrôs e Afrodites percebem o evento como a possibilidade de realizar uma interação entre diversas formas de artes. Serão apresentados musicais, performances, danças, exibições de vídeo e exposição fotográfica, abordando a presença da mulher e sua importância na sociedade. As manifestações artísticas lembrarão também as conquistas sociais, políticas e econômicas alcançadas pelas mulheres, mas também a discriminação e a violência.

Nenhum comentário: