terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Blocos e foliões agitam a noite nos circuitos de Carnaval do Centro

Tradicionais ou organizados, os blocos carnavalescos levaram alegria e animação aos pontos de apresentação.
 
Marcello Williams
Da equipe de O Estado
 
O Domingo de Carnaval foi de muita energia no batuque contagiante de dezenas de blocos e tribos de índios que circularam pela Rua do Passeio até a Madre Deus, arrastando milhares de foliões que se divertiam e participavam da grande folia. A festa se estendeu pelo Beco da Minas, Vila Gracinha, Praça da Saudade, Beco do Gavião, Ponto de Fuga e Ceprama. A programação promovida pelo Governo do Estado teve ainda shows de artistas maranhenses, nos circuitos da Madre Deus e Deodoro/Cajazeiras.
Vários grupos se apresentaram nos seis pontos do Circuito Madre Deus. Os foliões faziam paradas nos pontos de som e seguiam com a batucada. No Beco do Gavião, muita gente se fantasiou para participar da festa. Uma das atrações foi o Bicho Terra, que levantou a multidão com o seu ritmo contagiante. "Venho para o Carnaval da Madre Deus há 5 anos e adoro o ritmo do Bicho Terra. Eles passam muita energia em suas músicas e não dá para ficar parada", disse a professora Roseana Almeida, de 35 anos.
O tradicional Bloco do Baralho também fez a festa de foliões, com seu ritmo único. "O Bloco do Baralho é um bloco de rua maranhense que vem para o Carnaval resgatar a dança que cada um de nós tem. O nosso bloco é só alegria", disse o folião Carlos Feitosa Soares, de 46 anos.
O Bloco Organizado Os Liberais levou alegria e a batucada típica aos circuitos carnavalescos. "É muita energia. Nunca vi tanta mistura e cultura reunidas. Estou arrepiada", disse a turista portuguesa Fernanda Pinto, de 30 anos.
Entre os blocos populares o destaque do domingo foi para o Jegue Folia, que arrastou centenas de pessoas pela Rua do Passeio. Os foliões que participaram do arrastão não escondiam a animação de estar mais uma vez percorrendo o circuito com o Jegue.
"É impressionante como o Bloco do Jegue Folia cresce a cada ano. Este ano está ainda melhor. Vou brincar muito aqui e depois eu e minhas amigas vamos pular muito na Madre Deus", disse Ana Paula Soeiro, de 18 anos.
No Ceprama, quem fez a festa foram os cantores Pepê Junior e Betto Pereira, que animaram crianças e adultos. "Não podia deixar de trazer meus filhos aqui para curtir um pouco o Carnaval. Este ano acho que o ambiente está muito melhor do que anos anteriores. As pessoas estão se divertindo com mais prudência e consciência também. Espero que ano que vem continue assim, um Carnaval seguro para todos", destacou o advogado Luís Carlos Amorim, de 50 anos.

Foliões - Para os foliões, a festa carnavalesca deste ano está mais organizada e as atrações atraem ainda mais o público. "Todo ano brinco no Carnaval de São Luís. Este ano a programação está ótima. O único problema são os táxis. Este ano está mais difícil do que nos anteriores, mas não tem problema porque é Carnaval", comentou a pedagoga Lúcia Lopes, de 40 anos.
O técnico em Enfermagem Alex Teixeira dos Santos, de 37 anos, comentou sobre a organização do Carnaval. "Este ano tem muita gente, mas está dando para brincar legal e a estrutura está mais organizada. Viemos de carro e conseguimos estacionar um pouco mais longe da folia, apesar de termos chegado tarde", disse.
Vestida de Mulher Gato, Rosemary da Silva fez questão de deixar o seu recado. "O Carnaval de São Luís deveria ser sempre assim, apenas de rua. É muito mais interessante, criativo e também resgata a verdadeira essência do Carnaval", afirmou.
Os turistas cariocas Kátia Alves, de 19 anos, e Daniel Braga, de 20 anos, destacaram o Carnaval de São Luís. "Achei muito diferente, é um Carnaval de muita alegria e energia. Quero brincar até a quarta-feira, mas não só na capital. Quero conhecer São José de Ribamar também. Eu gostei, inclusive, da estrutura dos bares. A tarifa de ônibus foi atrativa e ele não estava lotado", comentou Daniel Braga.
Walter Moraes Nogueira, vendedor, de 32 anos, disse ter gostado muito da abertura do Carnaval. "Tudo está muito tranquilo e seguro. Espero que fique assim até o final", frisou.
Henrique da Silva, estudante, de 18 anos, elogiou as atrações e a acessibilidade. "É a primeira vez que venho e aprovei todas as atrações. A fila do banheiro está muito tranquila. Tudo bem acessível", destacou.
Ambulantes lucram - O período de Carnaval na capital maranhense atrai não só turistas à procura de folia, mas também comerciantes ambulantes que chegam a lucrar em um dia o que levariam 15 dias em suas atividades normais. É o caso do vendedor de coquetéis, Carlos Antônio Silva, de 33 anos, morador da Areinha, que aproveita o fluxo intenso de turistas na Praça Deodoro e Madre Deus. Ele chega a faturar R$ 200,00 por dia vendendo seus coquetéis, água mineral, refrigerante e cerveja e disse que o esforço e trabalho compensam e o lucro é muito bom.
"Todo ano eu venho. Começo a vender perto de 16h e continuo até terminar a festa. Nesse período, é muito bom porque tem sempre muita gente que vem com ressaca das praias e de outros pontos da cidade onde acontecem festas de Carnaval. Não tenho do que reclamar, é cansativo, mas eu vendo bem", comentou.
O paraibano Genival Soares de Andrade, de 45 anos, também aproveita a oportunidade para vender chapéus. "Graças a Deus estou vendendo muito chapéu, uns 30 por noite, R$ 10,00 cada. Tenho de mandar o meu filho trazer mais do estoque em casa. Temos de aproveitar esse momento, pois não é todo dia que temos vendas tão boas assim", frisou.
O vendedor de picolés Leonardo da Silva, de 23 anos, comemora o aumento em 150% nas vendas com a chegada do Carnaval e dos turistas. Ele disse que chega a faltar picolé para atender o público. "Geralmente eu pego 100 picolés por dia durante a festa. Mas agora estou trazendo todos os dias 250 picolés. A maioria das pessoas que compra são crianças, mas têm muitos adultos que compram também por causa do calor", comentou.
Em meio à folia, muitos ambulantes aproveitam a oportunidade para conseguir boas vendas. Bebidas, coquetéis, churrasquinhos, colares e diversos tipos de mercadorias e até mesmo os terços fazem sucesso entre os foliões.

Lucro no Carnaval


Muitas pessoas que vieram participar do Carnaval de São Luís alugaram casas nos pontos de folia. Com isso, moradores de bairros como Madre deus, lucraram no período.
Segundo o morador da Madre Deus Roberto Soares de Lima, essa é uma oportunidade de se ganhar dinheiro. Para ele, os turistas não precisam se preocupar com nada, já recebem a casa mobiliada e são apenas alguns dias e o dinheiro compensa.
"O nosso Carnaval movimenta a cidade e este ano tive a ideia de lucrar. Conversei com a minha esposa e decidimos anunciar o aluguel de nossa casa de dois quartos, sala, cozinha e área de serviço para grupos de até 10 pessoas por R$ 3 mil durante quatro dias. Recebemos diversos telefonemas de algumas cidades do interior e até de outros estados e acabamos fechando mesmo com um turma do Piauí", comentou.
O comerciante Juarez Frazão, de 30 anos, que faz parte do grupo que alugou a casa de Roberto de Lima disse que não pensou duas vezes quando viu o anúncio pela internet. Essa é a primeira vez que venho a São Luís e está sendo perfeito. Quando ligamos para o proprietário da casa, ele nos explicou que a casa estava em boas condições e daria para receber 10 pessoas e o preço também nos agradou. Estamos adorando a cidade. Ela é sensacional", afirmou.
Há 5 anos, o morador do Lira Manuel Augusto Rodrigues, de 53 anos, aluga parte de sua casa exclusivamente para turistas curtirem o Carnaval. O local, que tem geladeira, fogão, colchões e até churrasqueira, rende R$ 3,5 mil ao aposentado no período da folia.
"Desde o início do mês, a casa já está alugada. Eles ficam embaixo e a gente fica na parte de cima. Dá uns trocados e a gente faz investimentos na casa mesmo ou paga as contas que ficam pendentes", disse.
Além de faturar com o aluguel, Manuel Rodrigues vende churrasquinho no espeto. "Com o dinheiro de aluguéis anteriores, comprei um carrinho para vender churrasquinho. Estou só esperando o lucro e, se der certo, vou continuar em outros anos", afirmou.

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