terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Bandeira Tribuzi: um caso de amor com São Luís

Poeta, jornalista e escritor, se estivesse vivo, celebraria, este mês, 86 anos; sua vasta obra está registrada em diversas publicações.
 
Autor do hino Louvação a São Luís e dono de uma vasta e diversa bibliografia, o poeta e escritor Bandeira Tribuzi deixou como herança uma inestimável contribuição à literatura nacional. O poeta, escritor e jornalista José Tribuzi Pinheiro Gomes, mais conhecido como Bandeira Tribuzi, se estivesse vivo, celebraria, este mês, 86 anos.
Nascido em 2 de fevereiro de 1927, era filho do português Joaquim Pinheiro Ferreira Gomes e da maranhense Amélia Pinheiro Gomes. Aos 3 anos de idade, mudou-se para Portugal com os pais, onde teve a oportunidade de estudar em importantes escolas da Europa. Aos 19 anos, já formado em Filosofia e Ciências Econômicas e Sociais, retornou a São Luís. Foi casado com Maria Tribuzi, com quem teve oito filhos.
Talvez por sua formação, Bandeira Tribuzi tenha sido um idealista que preferiu trilhar caminhos diferentes dos de seu pai, que era comerciante. Não demorou a se engajar a movimentos literários - ele foi o introdutor do Modernismo no Maranhão -, unindo-se a uma geração de escritores que despontou nos anos 1950, a exemplo de Lago Burnett e José Sarney.
A primeira obra de Tribuzi, o livro de poemas Alguma existência, foi lançado em 1948 e revolucionou a literatura maranhense, por apresentar versos sem nenhuma pontuação.
Os poemas do maranhense são reunidos em 11 livros. Além disso, ele escreveu, em 1949, a peça teatral Rosamonde - O touro da morte, cujo prefácio foi assinado por Roberto Aguiar, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em que destacou que gostaria de ver encenada a peça em teatros do país.
O escritor maranhense também é autor da novela Da conveniência de fazer-se um deputado conveniente, além de ter composto Louvação a São Luís, que passou a ser o hino oficial da cidade. Na área da música, Tribuzi também assina outras 43 composições (letra e música).

Jornalismo - Além da literatura e música, Tribuzi enveredou pelo jornalismo, política e economia, tendo se destacado como técnico em planejamento governamental, trabalho que foi fundamental no projeto desenvolvimentista do jovem governador José Sarney, eleito em 1965, pelas Oposições Coligadas. Tribuzi foi o principal formulador e incentivador do grande projeto, de repensar a realidade estadual, de modo a transformar o Maranhão num estado viável.
Foram dos debates e reflexões de Sarney e Tribuzi que surgiram projetos como a concepção da malha viária, programas educacionais, industrialização e muitos outros que incluíram o Maranhão no eixo do desenvolvimento.
A parceria Sarney/Tribuzi, consolidada na literatura e na política, também se estendeu ao campo do jornalismo, quando escreveram e publicaram textos sobre o Maranhão na revista cultural A Ilha. No fim dos anos 1960, adquiriram o Jornal O Dia, que em 1973 passou a se chamar O Estado do Maranhão. Quatro anos depois, o jornalismo, a política, a literatura e a economia maranhense perdiam um de seus mais exponenciais ícones. Bandeira Tribuzi morreu em 8 de setembro de 1977, dia do aniversário de São Luís, cidade que tanto amou e imortalizou por meio de versos e poemas.

Bibliografia


Poesia
Alguma existência (Edição do autor. São Luís, 1948)
Rosa da Esperança (Rio, Orfeu, 1950)
Safra (Rio/São Luís, Departamento de Cultura, 1961)
Sonetos (São Luís, 1962)
Pele e Osso (Rio, Orfeu, 1970)
Breve memorial de longo tempo (São Luís, 1977)
Guerra e paz; in Itinerário (Fortaleza-CE).

Obras póstumas
Poesias completas (Rio/Brasília, Cátedra/INL, 1979, inclusive as obras anteriormente publicadas acrescidas dos inéditos Canções do exílio, Viola de amor, Romanceiro da Cidade de São Luís, Íntimo comício e outros poemas).
Rosamonde - O touro da morte – (São Luís, Sioge, 1985)
Tropicália consumo & dor (São Luís, Sioge, 1985)
Obra poética (Editora Siciliano, São Paulo, 2002)

Novela
Da conveniência de fazer-se um deputado conveniente (São Luís, Sioge, 1985)

Trabalhos econômicos
Esboço da formação da economia maranhense.
Comportamento recente da economia maranhense.
Perspectiva econômica das BRs no Maranhão.
Formação econômica do Maranhão: uma proposta de desenvolvimento (São Luís, Fipes, 1981)

Nenhum comentário: