Na semana em que se comemora o aniversário de São Luís, uma
homenagem ao ritmo que concedeu à cidade o título de Jamaica Brasileira. Cerca
de 30 DJs, bandas e cantores se apresentam hoje, no Dia Municipal do Regueiro, a
partir das 20h, na Praça Maria Aragão.
O reggae é um gênero musical que tem suas origens na Jamaica e
espalhou-se pelo mundo na década de 1970. Em São Luís, o ritmo se tornou um
fenômeno de popularidade. A capital maranhense incorporou a música a sua cultura
e acrescentou peculiaridades ao som jamaicano.
Na cidade, o reggae é tocado principalmente pelas radiolas –
existem cerca de 100 em São Luís – dentro de clubes que reúnem centenas de
pessoas. Os DJs, em grande parte colecionadores de vinis com raridades do reggae
nacional e internacional, comandam o som. As músicas mais populares são chamadas
“pedras de responsa” e são tocadas em paredões de caixas de som com volume quase
insuportável pelos ouvidos. Também existem as bandas de reggae. Os grupos se
apresentam em bares e casas de show.
O reggae ganhou coreografia singular nos bailes realizados em
São Luís. Na Jamaica e no restante do mundo, esse gênero musical tem dança
rítmica com coreografia individual. Na capital maranhense, é dançado em par. Os
corpos do casal ficam colados e dançam em sincronia. Os passos são lentos e
cadenciados.
Dia do Regueiro – A festa de hoje faz parte da programação
organizada pela Prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Cultura (Func)
para celebrar o quarto centenário de São Luís – 8 de setembro. São atrações DJ
Izinho PQD, DJ Magno Roots do JP, DJ Jorge Black, DJ Myster Brown, DJ Natty
Nayfson, Clube do Vinil, Equipe de Ouro (Magno Roots), Disc Memory, Mega Vibes,
Radio Zion & Radiola Reggae, Kingston Vibe, Banda Guetos, Guilherme Gusmão,
Kazamata, Banda Legenda, Filhos de Jah, Live James in Bed, Paulinho Akomabu,
Santa Cruz, Guerreiro, Célia Sampaio, Grupos de Dança GDAM, Saint Louis,
Urubatan, Girleno “A Lenda Brother” e Iron Pedra.
Um dos participantes e organizadores do evento, Fabinho de Jah,
38 anos, vocalista da banda Filhos de Jah, conta que começou a gostar do gênero
musical ao entrar pela primeira vez em uma festa de reggae. “Foi um paradoxo. Eu
odiava reggae, tinha preconceito contra os regueiros. Odiei ainda mais a música
ao entrar no clube, no entanto, ainda assim eu dançava. Aos poucos me apaixonei
pelo som e hoje minha profissão é o reggae”, diz.
Fabinho de Jah acredita que o Dia Municipal do Regueiro
contribui para o fortalecimento da cultura do reggae e para o desenvolvimento do
potencial turístico gerado por essa manifestação cultural. “É um reconhecimento
ao regueiro da cidade. Há uma grande identificação do reggae com São Luís. São
muitas radiolas e bandas. Paralelo ao bumba meu boi, o gênero musical que veio
da Jamaica e aqui se estabeleceu caminha ganhando cada vez mais adeptos e
admiradores”, destaca.
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