Antonio Carlos Beckman
Ramiro Azevedo
No dia 15 do corrente mês tivemos do professor Antonio Carlos Beckman, cuja vida dedicada à família, ao magistério, à administração pública e privada, foi exemplar, a triste notícia de sua passagem ao Eterno.
Minha geração de educadores ficou menor...
Conheci-o nos exames durante o concurso para ingresso na docência da UFMA (1970). Éramos 18 candidatos e Beckman (como costumava chamá-lo) obteve o primeiro lugar, com distinção. Daí em diante firmou-se entre ele e todos nós, professores pioneiros no Curso de Letras, uma admiração e coleguismo fraternos.
Foi gestor-escolar no Liceu Maranhense, pró-reitor no UniCEUMA, diretor do Centro de Estudos Básicos (UFMA), secretário de Educação do Estado (MA). Pesquisador da obra de Franco de Sá (junto com os colegas Nazareth Lobato, Antonio Monteiro, Lourdes Barroqueiro, Lourenço Campagnaro (de saudosa memória) e Marisa Moreira. Doou Beckman apreciável parte de sua vida terrena, exemplarmente, às lides culturais no Estado.
Prudente, católico praticante, latinista convicto (recitava-me versos das Bucólicas de Virgílio), calmo, arrebatado nos momentos necessários (assisti a atos de disciplina, de sua lavra, junto com o ex-secretário Merval Santiago, em várias turmas do Liceu Maranhense) caligrafia invejável, digno esposo, correto filho e pai, Beckman pautou sua existência terrena em louvável esforços em benefício do próximo.
Atencioso (dizia admirar-me...), em certa ocasião deu-me dois sonetos de Raimundo Correia (As Pombas e Plenilúnio) copiados de próprio punho... e que caligrafia!
Em certa ocasião foi o único a defender-me em reunião com a pró-reitora de Ensino (UFMA) - eu havia substituído dois colegas que haviam viajado e essa autoridade achou que eu deveria ter recusado... "a fim de forçar o Departamento de Letras a contratar substitutos...".
Assim foi Beckman.
Sit tibi, carissimo amico, terra levis in tua extrema itinere!
Jornalista - DRT: 52
Nenhum comentário:
Postar um comentário