'Tenho uma relação estreita com os artistas do Maranhão'
O maestro, músico e arranjador maranhense José Américo Bastos
foi indicado em quatro categorias no Prêmio da Música Brasileira. Ele concorre
pelo Melhor Álbum Instrumental com o CD Iluminado Dominguinhos, de Dominguinhos;
como Melhor Produtor, Melhor Instrumentista e Melhor Arranjador. O maranhense,
que há décadas está radicado no Rio de Janeiro, já trabalhou com os maiores
nomes da Música Popular Brasileira, mas não esquece suas origens e mantém com o
Maranhão e seus artistas uma relação de amor. Confira na entrevista concedida ao
Alternativo.
O Estado - Para você, o que significa ter quatro indicações no
Prêmio da Música Brasileira?
José Américo Bastos - Já aconteceu quando produzi o CD Popular
Brasileira - Elba Ramalho. Porém, o Iluminado Dominguinhos é muito especial,
pois foi um projeto que eu criei e realizei. É como um filho muito querido.
O Estado - Fale sobre os trabalhos pelos quais você foi
indicado.
José Américo Bastos - Fomos indicados como Melhor Álbum
Instrumental, Melhor Produtor, Melhor Instrumentista e Melhor Arranjador.
Felicidade total!
O Estado - Como maestro, arranjador e acordeonista, você é
reconhecido no Brasil inteiro, já tendo trabalhado com vários nomes do
cancioneiro nacional. Quais trabalhos você gostaria de fazer e que ainda não
teve oportunidade?
José Américo Bastos - Mais um instrumental com o Dominguinhos,
pois sua vasta obra é de extrema relevância.
O Estado - Embora esteja longe de São Luís há algum tempo, você
mantém vínculos com a terra. Fale um pouco sobre sua relação com o Maranhão e
seus artistas.
José Américo Bastos - É uma relação estreita, principalmente com
Alcione, de quem sou arranjador há uns 25 anos, eventualmente gravo com a Rita
Ribeiro, estou produzindo um CD do Sérgio Sá que tem a participação do Zeca
Baleiro, além dos artistas locais como Gerude, para quem produzi três discos,
Erasmo Dibel e Betto Pereira, que também já produzi.
O Estado - Como você analisa o cenário da música brasileira na
atualidade?
José Américo Bastos - É complicado, pois o mercado anda sendo
explorado por uma indústria que não se preocupa com a qualidade, felizmente
ainda existe muita gente, entre as quais me incluo, preocupadas em fazer
arte.
O Estado - E a música produzida no Maranhão? Você acompanha? O
que tem a dizer?
José Américo Bastos - Sei do potencial e do talento dos nossos
autores. Nossa terra é muito fértil, nossa cultura muito rica. Talvez precise um
pouco mais de intercâmbio, principalmente na área tecnológica.
O Estado - Em que projetos está atuando no momento?
José Américo Bastos - Produzindo um novo álbum da Elba, além do
Sérgio Sá, que é tremendo músico, e que, além do nosso Zeca Baleiro, conta com
as participações de Gilberto Gil, Elba Ramalho, Jane Duboc, Jorge Vercilo e
Lucinha Lins.
O Estado - Fale sobre sua relação com a música. O que ela
significa em sua vida?
José Américo Bastos - Tudo o que sou e tenho devo à música,
minha companheira desde a infância. Profissionalmente, sou uma pessoa realizada,
pois trabalho fazendo algo que me proporciona extrema felicidade. Na verdade, me
divirto muito sempre que estou trabalhando. Só as pessoas que tem a felicidade
de trabalhar com o que ama podem entender o que falo. Costumo dizer que ganho a
vida fazendo algo que faria de graça
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