sexta-feira, 18 de maio de 2012

José Américo Bastos - maestro e arranjador

'Tenho uma relação estreita com os artistas do Maranhão'

O maestro, músico e arranjador maranhense José Américo Bastos foi indicado em quatro categorias no Prêmio da Música Brasileira. Ele concorre pelo Melhor Álbum Instrumental com o CD Iluminado Dominguinhos, de Dominguinhos; como Melhor Produtor, Melhor Instrumentista e Melhor Arranjador. O maranhense, que há décadas está radicado no Rio de Janeiro, já trabalhou com os maiores nomes da Música Popular Brasileira, mas não esquece suas origens e mantém com o Maranhão e seus artistas uma relação de amor. Confira na entrevista concedida ao Alternativo.
O Estado - Para você, o que significa ter quatro indicações no Prêmio da Música Brasileira?
José Américo Bastos - Já aconteceu quando produzi o CD Popular Brasileira - Elba Ramalho. Porém, o Iluminado Dominguinhos é muito especial, pois foi um projeto que eu criei e realizei. É como um filho muito querido.
O Estado - Fale sobre os trabalhos pelos quais você foi indicado.
José Américo Bastos - Fomos indicados como Melhor Álbum Instrumental, Melhor Produtor, Melhor Instrumentista e Melhor Arranjador. Felicidade total!
O Estado - Como maestro, arranjador e acordeonista, você é reconhecido no Brasil inteiro, já tendo trabalhado com vários nomes do cancioneiro nacional. Quais trabalhos você gostaria de fazer e que ainda não teve oportunidade?
José Américo Bastos - Mais um instrumental com o Dominguinhos, pois sua vasta obra é de extrema relevância.
O Estado - Embora esteja longe de São Luís há algum tempo, você mantém vínculos com a terra. Fale um pouco sobre sua relação com o Maranhão e seus artistas.
José Américo Bastos - É uma relação estreita, principalmente com Alcione, de quem sou arranjador há uns 25 anos, eventualmente gravo com a Rita Ribeiro, estou produzindo um CD do Sérgio Sá que tem a participação do Zeca Baleiro, além dos artistas locais como Gerude, para quem produzi três discos, Erasmo Dibel e Betto Pereira, que também já produzi.
O Estado - Como você analisa o cenário da música brasileira na atualidade?
José Américo Bastos - É complicado, pois o mercado anda sendo explorado por uma indústria que não se preocupa com a qualidade, felizmente ainda existe muita gente, entre as quais me incluo, preocupadas em fazer arte.
O Estado - E a música produzida no Maranhão? Você acompanha? O que tem a dizer?
José Américo Bastos - Sei do potencial e do talento dos nossos autores. Nossa terra é muito fértil, nossa cultura muito rica. Talvez precise um pouco mais de intercâmbio, principalmente na área tecnológica.
O Estado - Em que projetos está atuando no momento?
José Américo Bastos - Produzindo um novo álbum da Elba, além do Sérgio Sá, que é tremendo músico, e que, além do nosso Zeca Baleiro, conta com as participações de Gilberto Gil, Elba Ramalho, Jane Duboc, Jorge Vercilo e Lucinha Lins.
O Estado - Fale sobre sua relação com a música. O que ela significa em sua vida?
José Américo Bastos - Tudo o que sou e tenho devo à música, minha companheira desde a infância. Profissionalmente, sou uma pessoa realizada, pois trabalho fazendo algo que me proporciona extrema felicidade. Na verdade, me divirto muito sempre que estou trabalhando. Só as pessoas que tem a felicidade de trabalhar com o que ama podem entender o que falo. Costumo dizer que ganho a vida fazendo algo que faria de graça

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