quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Transporte de grãos deve crescer 215%


Vale amplia contrato com empresa e transporte de grãos deve crescer 215%

Acordo com a ADM, multinacional processadora de grãos, prevê o uso de malha logística da mineradora para escoamento a portos


Rio - Quase 2 milhões de toneladas de produtos agrícolas originados ou processados pela empresa processadora de grãos ADM no Brasil serão escoadas pela malha logística da Vale este ano. No ano passado, segundo a mineradora, os volumes movimentados para a multinacional americana somaram 615 mil toneladas. As empresas acabaram de ampliar o contrato, ao negociar o volume que será transportado este ano, que soma um total 215% superior às operações realizadas em 2011.
O novo contrato fechado para 2012 consolida ainda mais a parceria entre a Vale e a ADM para o transporte de milho, soja e farelo de soja. Segundo Elton Pássaro, gerente-geral comercial da Vale, o acordo prevê a utilização de soluções que interliguem linha férrea e terminais ferroviários aos complexos portuários de Ponta da Madeira (MA), Santos (SP) e Tubarão (ES).
"Trata-se do aumento da participação de um cliente considerado importante pela Vale", explica Pássaro. Os detalhes financeiros da transação não foram divulgados.
Antes do novo acordo, a ADM usava apenas um dos corredores de escoamento da Vale - de Araguari, no Triângulo Mineiro, até o porto de Vitória (ES). Agora, a multi também utilizará o corredor que liga Araguari ao Porto de Santos e o que une Colinas (TO) até Ponta da Madeira.
Com este último trecho, destaca a Vale, a ADM volta a transportar soja no Sistema Norte, pela Ferrovia Norte-Sul. "Com o terminal de grãos no porto de São Luís [Tegram, em fase de elaboração de projeto], esse trecho norte vai crescer", afirma Pássaro. No trecho entre Araguari e Santos, o contrato também representa, para a Vale, movimento agrícola novo em um ramo sem operações com produtos do setor no ano passado.
Procurada, a ADM não se pronunciou sobre o novo contrato com a Vale.
Maior utilização - Segundo Elton Pássaro, o contrato propicia não só o transporte de grande volume de carga, mas a utilização constante do sistema logístico da empresa dedicado a terceiros. O acordo foi elaborado de forma a manter estáveis os volumes transportados, considerando os períodos de safra e entressafra dos produtos.
Para o Complexo de Tubarão, por exemplo, a Vale transportará para a ADM soja no primeiro semestre e milho, no segundo. Já para o Porto de Santos, o transporte de soja será alternado com o de farelo de soja. Dessa maneira, a empresa conseguirá um grande aproveitamento do sistema, levando em consideração fatores sazonais e os picos de exportação do mercado.
"Possuímos um grande reconhecimento do mercado pelo transporte de açúcar até Santos. O contrato com a ADM representa nossa entrada em grande escala no transporte de grãos ao mesmo destino", ressalta Pássaro.
Sistema Norte - Com o contrato com a Vale, a ADM volta a transportar soja no Sistema Norte. O produto será transportado pela Ferrovia Norte-Sul desde Colinas (TO), passando pela Estrada de Ferro Carajás até chegar ao Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís.
Para a exportação da carga, serão utilizados navios de grande porte, com capacidade para até 85 mil toneladas. Com o contrato, a ADM poderá se tornar uma das primeiras empresas a utilizar o novo galpão que a Vale irá instalar no terminal portuário, com capacidade para 45 mil toneladas.

Mais


- A ADM é uma das maiores tradings de grãos do mundo. No Brasil, a soja é o carro-chefe dos negócios. A empresa tem quatro unidades de processamento da oleaginosa no país, com capacidade conjunta para 4 milhões de toneladas por safra. Além disso, exporta o grão.
- Em todas as suas áreas de negócios, incluindo fertilizantes e cadeias como a sucroalcooleira, transporta mais de 15 milhões de toneladas por ano. Em informações divulgadas recentemente ao Valor, a empresa realçou que, além do transporte fluvial pelas hidrovias Tietê-Paraná e Paraguai-Paraná, seu escoamento tinha o suporte de operações próprias nos portos de Santos, Tubarão, Paranaguá (PR), São Francisco do Sul (SC), Rio Grande (RS), Ponta da Madeira e Aratu (BA).

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