sábado, 25 de junho de 2011

Vila Junina tem programação diversificada na noite de São João

Vila Junina tem programação diversificada na noite de São João

Bruna Castelo Branco
Da equipe de O Estado

Alegria e devoção marcaram a noite de São João no Arraial da Vila Junina, promovido pelo Sistema Mirante, no estacionamento do São Luís Shopping. A programação foi diversificada, tendo vários tipos de expressões artísticas como Cacuriá Libertos da Noite, Quadrilha Flor do Sertão, Tambor de Crioula Catarina Mina, show de Papete, Dança do Boiadeiro Bala de Prata, Boi Unidos de Santa Fé, Boi Pirilampo e Boi de Leonardo. Todos os grupos capricharam na coreografia para saudar o santo padroeiro das festas juninas. Alguns aproveitaram a capela montada no arraial para agradecer as bênçãos do período e pedir proteção aos santos. A noite também foi de reencontro do artista Papete com o público maranhense.
Levando o ritmo tradicional do São João do Nordeste, a Quadrilha Flor do Sertão, do bairro Monte Castelo, foi uma das primeiras apresentações da noite e mostrou que a alegria estava apenas começando. “Nós trouxemos muita renda, muito colorido, para lembrar o nosso tema, que é ‘No colorido da Flor do Sertão, chuvas de alegria e emoção’, por isso que temos essas cores”, completa Rosélia Seabra Oliveira, presidente da quadrilha.
Além da sensualidade do tambor de crioula, o grupo Catarina Mina mostrou que a dança está ligada à devoção religiosa. Antes de subir ao tablado para a apresentação, todos os integrantes fizeram uma reverência a São Benedito, na Capela do Arraial, como forma de pedir proteção ao santo, logo após a apresentação, os integrantes repetiram o ritual como forma de agradecimento. “São Benedito é o santo protetor do tambor de crioula. Nós pedimos proteção”, explicou a coordenadora do grupo, Zayda Moraes.
Pela recepção do público com o tambor de crioula Catarina Mina, parece que São Benedito atendeu as preces de uma boa apresentação. O movimento das coureiras e a batida forte do tambor empolgou ao público, que subiu ao tablado para ensaiar alguns passos de danças com as coureiras.
Em seguida, foi a vez do cantor Papete entrar em cena e fazer sua homenagem ao dia de São João. Para isso, o artista escolheu um repertório com as músicas que fazem parte do universo musical mais célebre do São João maranhense, a exemplo de “Boi de Lágrimas”, “Voz dos Arvoredos” e “Bela Mocidade”, composta por Donato Alves, a quem Papete fez reverências. “Donato Alves, meu compositor predileto”, disse após interpretar a toada.
Unidos de Santa Fé - Logo após a apresentação extra da dança do boiadeiro Bala de Prata, foi a vez do Boi Unidos de Santa Fé chegar ao arraial. O grupo que é composto por 165 componentes apresentou-se com apenas 80 brincantes, pois parte dos integrantes viaja nesta época do ano para pagamento de promessas no interior do estado. O amo Zé Olhinho explicou que faz parte de uma tradição do grupo que mistura fé e amor pela festa.
“Nós tentamos preservar a tradição, apesar de sabermos que é uma tarefa muito difícil nos dias de hoje”, contou.
No meio dos personagens compostos por caboclos de penas, destaque para o cazumbá, personagem que se apresenta com máscara e vestido por uma bata bordada que, na altura dos quadris, recebe uma armação que serve para dar mais graça aos movimentos. Mesmo sem ser visto ou reconhecido pelo público sem a máscara, os brincantes que interpretam os cazumbás desempenham um papel importante dentro da brincadeira. Representando o papel há quatro anos, o brincante Júlio Cesar de Sampaio não se importa em não aparecer durante a festa.
“Eu me sinto melhor brincando com a careta no rosto. Quando as pessoas chegam, brincam comigo, pedem para tirar foto, eu fico muito satisfeito e animado para fazer uma boa apresentação”, define.

Decoração do arraial empolga


Não é só a programação diversificada que chama atenção das pessoas que freqüentam a Vila Junina, o cenário onde o arraial acontece também é destacado pelo público. A reprodução de casas simples e painéis com figuras de Catirina e Pai Francisco levam o público para mais perto do universo folclórico e muita gente quer levar para casa uma lembrança da animada festa.
Os estudantes James Teixeira da Costa e Francildo Guimarães, por exemplo, registraram as imagens para guardar de recordação. “É a primeira vez que eu estou vindo este ano e o que mais me surpreendeu foi essa decoração tão caprichada. Soube que temos uma capela e uma casa de farinha, estou muito curioso”, afirmou James Teixeira.
No espaço tem ainda um local para a exposição “Coxinho”, em homenagem ao cantador do Boi de Pindaré, autor da toada “Urrou do Boi”, considerada o hino do folclore maranhense. Outra grande atração na Vila Junina é a Casa de Farinha, que mostra todos os processos de fabricação do produto. A novidade atraiu olhares curiosos e também estimulou a compra de uma farinha recém-torrada.

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