''Temos uma agenda importante para o ano do quarto centenário''
Wilson LimaDa equipe de O Estado
Às vésperas de completar 400 anos, São Luís vem recebendo vários investimentos do Governo Federal principalmente no setor turístico. Somente em 2011, foram celebrados convênios da ordem de R$ 23 milhões para a construção de uma grande avenida e também para a reforma do Palacete Gentil Braga, no Centro. Nessa entrevista a O Estado, o ministro do Turismo, Pedro Novais, fala de novos investimentos em São Luís, que podem chegar a até U$$ 40 milhões e que existem projetos para fomentar a atividade turística em cidades como Tasso Fragoso, Riachão, Carolina e Arari.
O Maranhão ganhou um reforço esse ano com a assinatura de dois convênios, um de R$ 20 milhões, para a construção da Via Expressa, e outro de R$ 2,3 milhões para a reforma do Palacete Gentil Braga. Existem outros convênios ou projetos previstos?
Pedro Novais – Nada oficial ainda. Nessa reunião que vou ter com os dois secretários do município (de Turismo e do Estado, Liviomar Macatrão e Tadeu Palácio), vamos estudar o que pode ser feito de agora em diante. Temos uma agenda muito importante para o próximo ano, que é o quarto centenário de São Luís. Sempre temos que estar atentos.
O que vai ser feito ainda não está definido...
Pedro Novais – Ainda não. Não dispomos de recursos agora, porque os recursos federais estão, em grande parte, contingenciados. Precisamos esperar esse descontigenciamento para adotar as providências. Estou visitando todos os estados para sentir e ver as necessidades e a partir daí traçar uma linha de ação. A partir do segundo semestre, como acontece todos os anos. Em todos os anos, os grandes projetos são alavancados a partir de julho. E aqui no Norte- Nordeste, com especialidade, porque chove muito e as obras só começam depois das chuvas.
Qual é o real potencial do turismo do Maranhão hoje e como o Ministério pode ajudar o estado a ser mais forte?
Pedro Novais – O Brasil tem 65 destinos indutores do turismo. É um programa que se iniciou no Ministério há três anos. Vinte e sete destes destinos são as 27 capitais. São Luís, portanto, é um destino turístico indutor e está nas prioridades do Ministério. Temos também os Lençóis Maranhenses. Em geral, os estados têm dois ou mais destinos indutores. O Maranhão está nesse cenário.
Mas existem outras áreas importantes no estado...
Pedro Novais – Conhecemos as necessidades de São Luís e dos Lençóis e as prioridades são para esses dois locais. Mas existem outros destinos turísticos importantes no estado como Carolina, Riachão e Tasso Fragoso. Este último tem um acervo arqueológico importante. Estamos estudando essa área. Outro local, de turismo especializado, é Arari, por causa do surf. Esses locais recebem muitos estrangeiros a partir de julho. É outro problema que está nas nossas preocupações. Temos que fazer alguma coisa para melhorar. Precisa de estrada, melhorar as pousadas nos municípios, uma série de coisas. A baixada maranhense é outro local privilegiado pela natureza e que até agora não recebeu devida atenção do Poder Público. Sem falar em Alcântara, que foi, durante muito tempo, um centro indutor de turismo.
O senhor pretende conversar com os prefeitos para programar políticas indutoras de turismo?
Pedro Novais – Já estamos sendo procurados por esses prefeitos. O de Tasso Fragoso já me procurou. O de Carolina não esteve comigo diretamente, mas esteve no Ministério. Então, estamos tendo contato e ver os projetos viários para cada região.
Dá para falar que hoje, com essa política, o Ministério do Turismo tenta descentralizar as ações do eixo São Luís e Barreirinhas?
Pedro Novais – Primeiro, o plano do Ministério é consolidar esses dois destinos. O que significa consolidar? No caso de São Luís, tentar ampliar a rede hoteleira. No caso de Barreirinhas, a cidade precisa de investimentos em locomoção dentro do Parque dos Lençóis. Sabemos que falta estrada para Santo Amaro. A gente sabe que falta uma estrada direta para Barreirinhas, Tutóia, Araíoses, Parnaíba, Jericoaquara. Já existe uma parte feita do Piauí e do Ceará. O Maranhão precisa complementar a sua. Grandes operadoras de turismo já lançaram um roteiro que sai de Barreirinhas e vai até Jericoaquara. Precisamos consolidar esse roteiro.
Como?
Pedro Novais – Melhorando a estrutura, divulgando e criando incentivo para que as pessoas se movimentem para essas áreas.
E São Luís?
Pedro Novais – Com relação a São Luís, a governadora tem um pleito no Ministério de Turismo da ordem de U$$ 40 milhões, com recurso em parte vindo do estrangeiro em parte vindo do Ministério. Esse convênio já foi aprovado preliminarmente pelo Ministério do Planejamento e está em estudo para aprovação da corporação andina (Corporação Andina de Fomento – CAF – que tem sede na Venezuela e foi constituída em 1968 para apoiar o desenvolvimento de seus países, inclusive o Brasil). Dentro deste aí está os R$ 20 milhões da Via Expressa.
Esses recursos são para quais projetos?
Pedro Novais – Recuperação de prédios no Centro Histórico, melhoria da infraestrutura no Centro Histórico e etc. É o maior programa que o estado tem. Já adiantamos um pouco celebrando o convênio de R$ 20 milhões.
Agora, qual é a chance que o restante desse convênio saia? Qual é o cenário?
Pedro Novais – Com certeza vai sair. Estamos trabalhando para isso. Tem uma burocracia muito grande, principalmente quando se trata de recursos externos. Então, o estado está no caminho certo e está fazendo. Até dezembro (de 2010), a situação era uma. Em janeiro, começou outra. Tanto começou outra que conseguimos viabilizar esse convênio. Em seis meses, no máximo, podemos complementar o outro.
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