quarta-feira, 8 de junho de 2011

Distribuidora maranhense se destaca no mercado de filmes

Distribuidora maranhense se destaca no mercado de filmes


Yane Botelho
Da equipe de O Estado


A mais nova casa de distribuição cinematográfica do país fica no Maranhão. A empresa Petrini Filmes entra no mercado nacional sacudindo as salas de exibição com obras que representam um cinema europeu de qualidade e envolto em temas obscuros e polêmicos. Para comemorar o sucesso da empreitada, a empresa coordenada por quatro membros de uma família ítalo-brasileira festeja os dados da pré-estreia do filme “Saturno em Oposição”, que alcançou a maior média de público por sala 2D em todo o território brasileiro nesse fim de semana, com 1.179 espectadores em uma única sala de exibição. As superproduções hollywoodianas “X-Men Primeira Classe” e “Se Beber Não Case 2” obtiveram, respectivamente, uma média de 1.113 e 1.088 espectadores por sala. Os números de bilheteria foram divulgados pelo Portal FilmeB.

Do cineasta turco radicado na Itália Ferzan Ozpetek, o drama “Saturno em Oposição” estreou nas salas do CineSesc em São Paulo e nesta semana deverá estrear em outras cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre. Rodado em 2007, a trama que chega ao Brasil fazendo sucesso aborda o universo gay em uma comédia italiana que conta a história de um grupo de amigos envoltos na doença e na perda de Lorenzo (Luca Argentero), de quem são muito próximos. A situação vai desencadear, principalmente em seu companheiro Davide (Pierfrancesco Favino), a necessidade de todos repensarem suas atitudes e comportamentos.

A Petrini Filmes trabalha para um público especial de cinéfilos. Ela privilegia produções do cinema mundial desconhecidas no circuito brasileiro. São obras-primas prestigiadas em famosos festivais europeus e que, de outro modo, provavelmente não chegariam às salas de exibição do país.

O trabalho na empresa é feito pela família que tem em comum, além dos laços sanguíneos, um interesse elevado pelo cinema. A distribuidora tem como funcionários a mãe, Maria Fernanda Fonseca Pinheiro, e seus três filhos, Rafaelle, Nicola e Frederico Petrini. Eles decidiram entrar na aventura que é a comercialização de filmes no Brasil por causa da paixão pelo cinema. Fernanda é maranhense, já os filhos nasceram na Itália, onde foram acostumados a ver produções cinematográficas que, apesar da qualidade, nem sempre alcançam a fama e o reconhecimento considerável. São filmes que, no Brasil, raramente entrariam nos circuitos, e geralmente não alcançariam grandes bilheterias, e portando, na maioria das vezes, não interessariam às grandes produtoras.


Estreia – A distribuidora estreou no circuito nacional em março deste ano, com a exibição de “Que mais posso querer”. Com 11 semanas em cartaz, o filme do italiano Silvio Soldini já foi visto por mais de 15 mil espectadores no Brasil. Já foi exibido em São Paulo-SP, Salvador-BA, Rio de Janeiro-RJ, Vitória-ES, Belo Horizonte-MG e Florianópolis-SC. Em breve, deve estrear também em Maceió-AL e Brasília, entre outras cidades.

“Que mais posso querer” explora o tema da traição conjugal, com a atriz Alba Rohrwacher interpretando Anna, que parece ter um casamento feliz com Alessio (Giuseppe Battiston), mas vive uma relação extraconjugal com Domenico (Pierfrancesco Favino, ator de “Anjos e Demônios” e “Uma noite no Museu”).


Drama polêmico será lançado por empresa




A distribuidora programa para até o fim do ano os lançamentos do polêmico terror “A Serbian Film”, do drama holandês “Brownian Movement” e do francês “L’apollonide”. “A Serbian Film” (Terror sem limites), de 2010, é o primeiro longa-metragem dirigido por Srðan Spasojeviæ. Sua primeira exibição no Brasil será na primeira semana de julho, durante o Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre (Fantaspoa). No dia 20 de julho, ocorre a pré-estreia no Festival Rio Fun, no Rio de Janeiro. A obra conta a história de uma estrela pornô em decadência que concorda em participar de um “filme de arte” e descobre que, na verdade, trata-se de uma produção que envolve o estupro de crianças e necrofilia. Após a sua estreia no circuito de arte cinematográfica, o filme recebeu uma atenção considerável por suas representações gráficas de estupro, necrofilia e pedofilia. O escândalo foi tanto que parte da exibição foi cortada na Inglaterra e Estados Unidos. Na Sérvia, foi aberto inquérito para investigar as cenas de violência. A obra foi banida na Espanha e na Austrália e agraciada com prêmio de melhor roteiro pela Federação Internacional de Críticos de Cinema (Fipresci).

Do aclamado cineasta holandês Leopold Nanouk, “Brownian Movement”, de 2010, explora os desejos de uma jovem mãe e suas necessidades. O filme participou do Festival de Toronto, 2010, e do Festival de Berlim deste ano. No Brasil, deve estrear em agosto.

“L’apollonide -A Casa de Tolerância”, do diretor francês Bertrand Bonello, é um filme ambientado no começo do século XX, que conta a história de uma casa de tolerância parisiense. Por meio de um olhar feminista, a trama segue a história de cada mulher que trabalha no local, com seus amores e decepções. Foi exibido no Festival de Cannes de 2011, no dia 16 de maio. No Brasil, assim como na França, a estreia deve ocorrer em 23 de setembro.

Nenhum comentário: