Raiza Carvalho
Da equipe de O Estado
O grupo Ponto de Partida encenará a peça “Ciganos”, hoje (8), às 20h, no Teatro Arthur Azevedo. O espetáculo chegou à cidade por meio do projeto “Expedições”, da Vale, que trouxe a companhia de Minas Gerais para encantar os maranhenses com a magia e fantasia da adaptação da obra de Bartolomeu Campos de Queiroz, um dos mais premiados autores brasileiros.
O espetáculo “Ciganos” é um musical e destaca-se por sua composição artística, apresentando um cenário bem trabalhado e canções interpretadas em tempo real. No palco, as luzes, cenário e figurinos dão uma atmosfera lúdica à peça. O encanto não vai parar por aí. Amanhã (9), às 19h, o grupo Ponto de Partida terá a ajuda de “gnomos” para narrar o romance “Gato Malhado e Andorinha Sinhá”, adaptação da única obra infantil de Jorge Amado.
Leitura - “Ciganos” já está há 12 anos em cartaz e tem reconhecimento nacional e internacional. Além de inúmeras cidades brasileiras, a montagem viajou durante 40 dias por diversas cidades de países da América do Sul e Portugal. O impacto causado pelo espetáculo foi tão grande que alguns livros de Bartolomeu Campos de Queiroz chegaram a ser adotados em escolas portuguesas. O espetáculo conta a história de um menino, morador de uma pequena cidade cercada por montanhas, que tem sua rotina interrompida com a chegada dos ciganos. A montagem do roteiro foi baseada em uma pesquisa que incluiu experiências com famílias de ciganos verdadeiros e personagens de outras obras de Queiroz. O texto final foi uma construção coletiva entre os atores e a diretora do grupo, Regina Bertola, com contribuições do próprio autor da obra.
Segundo Bertola, o sucesso da peça se dá pela experiência forte e inesquecível que proporciona. “Os ciganos representam o mistério, o desconhecido, os modos característicos impregnados por traços da cultura de cada local que visitam. O musical apresenta músicas brasileiras, russas, flamenga, espanholas e indianas pertencentes ao universo cigano. A peça trabalha com um texto que, além de poético, é divertido”, afirma ela. Fátima Borges, produtora do espetáculo, explica o sentimento de quem o vê. “Os espectadores costumam defini-la como uma experiência emocionante, pois se identificam com os personagens da pequena cidade que os ciganos visitam. A montagem mexe com o imaginário das crianças em relação aos ciganos e despertam o sentimento de lembrança e descoberta nos adultos”, diz Borges.
Os ingressos para as peças custam R$ 6,00 por pessoa e estão à venda na bilheteria do teatro. O projeto Expedições pretende formar um público de teatro e estimular a leitura por meio do teatro, portanto aqueles que doarem um livro de histórias novo ou em bom estado pagam meia entrada.
Projeto vai a Açailândia
O projeto será levado a Açailândia dia 12, com “Ciganos”, às 20h30. No dia 13, a peça “Os Gnomos contam a história de Gato Malhado e Andorinha Sinhá” será apresentada às 19h, na sede da Construtora Odebrecht (Rua São Raimundo, 21, Centro. Próximo à igreja São Francisco). Os ingressos poderão ser retirados gratuitamente no escritório da Odebrecht a partir do dia 10 de junho, das 9h às 17h. Posteriormente, os espetáculos serão encenados em cidades do Pará e de Sergipe.
São Luís recebe pela primeira vez a companhia “Ponto de Partida”, que tem 30 anos de existência e 30 espetáculos montados. O grupo é original de Barbacenas, em Minas Gerais. A companhia, que optou por trabalhar com a literatura brasileira no centro de suas pesquisas, tem diversos espetáculos consagrados. O grupo desenvolveu uma linguagem cênica própria, conquistou parcerias e construiu um repertório de dramaturgia brasileira consistente. Tornou-se uma companhia de repertório, itinerante e independente, com 21 profissionais em exercício permanente, com apresentações pelo Brasil, África, Europa e América do Sul. Atualmente, o Ponto de Partida é responsável direto pela formação ou o trabalho de 251 pessoas divididas em seus vários projetos, entre eles a Bituca: Universidade de Música Popular e os Meninos de Araçuaí. “Os espetáculos que serão apresentados sintetizam a linguagem estética do Ponto de Partida, que busca trabalhar com movimentação artística e projetos sociais.”, explica ela.
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