Imperatriz
Para Adalberto Franklin, índice de produção do município não se reflete no de leitura
Dênis Oliveira
De: O Progesso
O índice de leitura do Brasil subiu 150% nos últimos dez anos (de 1,8 para 4,7 livros lidos por ano). A notícia é boa, mas poderia ser melhor. Se comparado a países mais desenvolvidos, o país ainda tem muito a melhorar.
Em Imperatriz a notícia recebe um desdobramento. De acordo com Adalberto Franklin, dono da Ética Editora, a produção de títulos na cidade é a maior do estado, apesar de ser um número extraoficial. “Imperatriz tem mais de cem títulos novos todo ano. Isso, é claro, tem colocado a cidade como quem mais produz livros. Não há índices que garantam isso exatamente, um organismo que conte isso. Mas o que se viu é que isso é verdade. Imperatriz produz mais livros hoje que São Luís. Mais títulos”, afirmou o empreendedor.
Para ele, uma das justificativas para o aumento do índice de leitura do país é a maior facilidade que os brasileiros têm, atualmente, para chegar ao ensino superior, devido ao aumento no número de vagas. “Era um ponto esperado porque a abertura de novas faculdades, o investimento maior do governo em educação, a questão do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e a exigência no (ensino) fundamental e no ensino médio de um maior índice de leitura (influenciam)”, argumentou.
Ainda abaixo
A presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Sônia Machado Jardim, afirmou, no mês passado, que, apesar do aumento, o índice ainda é baixo. “É baixo não só por estar muito aquém dos de países desenvolvidos ou até mesmo de alguns países em desenvolvimento, mas também porque inclui os livros didáticos, de leitura obrigatória”, garantiu ela.
Adalberto Franklin concorda e afirma que a realidade local também não é animadora. “Se no Brasil se lê pouco, no Maranhão se lê menos ainda. Há um déficit muito grande nesse sentido”. Para ele, o fato de a produção literária no município ser alta não se reflete nos índices de leitura da cidade. “Em Imperatriz se publica muito, tem muitos escritores mas, lamentavelmente, isso não corresponde à questão do índice de leitura. O índice de leitura em São Luís é muito maior do que em Imperatriz. Lá se consome muito mais Literatura Brasileira, Estrangeira. Lá tem boas livrarias, Imperatriz não tem livrarias, isso é lamentável”.
Para o empresário, faltam investimentos para facilitar o acesso ao livro. Ele defendeu a implantação de bibliotecas nas escolas do município e a atualização da biblioteca municipal.
Caderno Cidade de O Progresso edição do dia 04 de setembro 2010
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