sexta-feira, 3 de setembro de 2010

ANP assina contratos de exploração de petróleo e gás natural em Barreirinhas


A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) assinou na manhã de ontem, em São Luís, os contratos de concessão para exploração de gás natural nos campos de Espigão e Oeste de Canoas, na Bacia de Barreinhas, que foram arrematados pelas concessionárias Panergy e consórcio formado pela Engepet e Perícia, em junho de 2006. Com isso, as empresas ficam autorizadas a iniciar as obras de abertura dos poços, o que deverá ocorrer entre 90 e 100 dias. Além de servir de combustível para indústrias locais, o gás possibilitará a comercialização de Gás Natural Veicular (GNV) no estado.

A cerimônia de assinatura ocorreu na sede da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), com a participação dos diretores da ANP, Victor Martins e Alan Kardec Duailibe.

O investimento na intervenção e em transporte é estimado em mais de R$ 30 milhões. A extração está prevista para começar em janeiro. As empresas exploradoras firmarão contratos de comercialização do gás com a empresa maranhense de transporte e distribuição Gasmar.

Os campos de Oeste e de Espigão têm, juntos, uma reserva estimada de 350 milhões de metros cúbicos de gás natural, o que daria para abastecer todo o mercado veicular e algumas indústrias no estado. O volume seria suficiente para 15 anos de exploração. A expectativa, segundo o presidente da Gasmar, Matias Frota, é de que a população possa consumir o GNV em janeiro. A exploração do gás poderá representar, para os maranhenses, uma economia de 30% no consumo de combustíveis como gás de cozinha e gasolina. “Quando o produtor for ofertado, as montadoras deverão comercializar veículos movidos a gás natural”, explica Matias Frota.

Exploração - De acordo com o contrato de concessão, as empresas poderão explorar a área por 15 anos, prorrogável por mais 15. Também presentes na solenidade, o presidente da Fiema, Edilson Baldez; o secretário de Estado de Indústria e Comércio, Maurício Macedo; e o prefeito de Santo Amaro, Chico Moura, além de proprietários de terras localizadas na bacia terrestre de Barreirinhas.
“Através desses poços, teremos a oportunidade de abastecer o mercado maranhense. É um projeto importante que vem a somar para o desenvolvimento de nosso estado”, disse Baldez.

Para o prefeito Chico Moura, a população de Santo Amaro terá um benefício ainda maior. “Além da porcentagem sobre a comercialização, devido aos royalties, o município terá a oportunidade de melhorar sua economia através de novos negócios”, explica.

O secretário Maurício Macedo disse que, apesar de se ter descoberto um potencial ainda maior para produção de gás natural no Maranhão, a exploração na área de Oeste de Canoas e de Espigão será sempre lembrada como o projeto inicial.
Áreas inativas – Segundo o diretor da ANP, Victor Martins, as duas áreas a serem exploradas têm potencial econômico para a pequena e média empresa. Elas foram arrematadas na 2ª Rodada de Licitações de Áreas Inativas contendo Acumulações Marginais.

No campo de Oeste de Canoas, que foi arrematado por R$ 3,2 milhões, deverão ser investidos R$ 7,5 milhões em intervenção nos poços e mais R$ 10 milhões no transporte do gás natural, que será efetuado por carretas até São Luís. Este campo terá capacidade para produzir 100 mil m³/dia de gás natural.

No caso da Panergy, que arrematou o campo de Espigão por R$ 1,1 milhão, os investimentos deverão chegar a R$ 6 milhões na intervenção dos poços e em R$ 5 milhões em transporte. Por ser uma área de difícil acesso, deverá ser construído um gasoduto do campo até a MA-402 para que o gás possa ser transportado por caminhões.

De acordo com Normando Paz, diretor-sócio da Panergy, a concessionária baiana montou um braço maranhense da empresa – a Espigão Petróleo e Gás –, para explorar exclusivamente o serviço no estado. “Cerca de 100 pessoas deverão trabalhar na instalação e operação do poço. Com a construção do duto, o investimento da empresa é de R$ 15 milhões”, revela.

Além de Oeste de Canoas e Espigão, o campo de São João, também na Bacia de Barreirinhas, foi arrematado na 2ª Rodada de Licitações de Áreas Inativas, em junho de 2006, pela empresa Rio Proerg com lance de R$ 4,2 milhões. A área, porém, ainda se encontra com pendências, de modo que o contrato de concessão ainda não será assinado pela ANP.

Mais

Exploração e produção no Maranhão:

- Além dos campos de Oeste de Canoas e Espigão, existem, na porção marítima da Bacia de Barrerinhas, três blocos sob concessão explorados pela Petrobrs e outro concedido ao consórcio operado pela Petrobras em parceria com a Devon e a SK.

- Na Bacia do Parnaíba, há nove blocos terrestre sob concessão: sete são explorados pelo consórcio OGX/Petra; um pelo consórcio Imetame/Delp/Orteng; e outro pelo consórcio Devon/Petrobras/Vale.

- Em agosto, a OGX informou ao mercado a descoberta de expressivos indícios de gás à profundidade de 1.654 metros, no poço 1-OGX-16-MA.

- Na marítima Bacia Pará-Maranhão, 11 blocos sedimentares estão sob concessão, dos quais dois são explorados pela Petrobras, quatro pelo consórcio Petrobras/Ecopetrol/Vale e cinco concedidos à OGX.

Saiba mais

Oeste de Canoas - A área de Oeste de Canoas, de 80km² de extensão, situa-se em sua grande parte em Barreirinhas. O antigo campo de Oeste de Canoas foi descoberto em 1971, através do poço 1-OC-001-MA. Embora em testes de formação e esgotamento tenha produzido 3,7 milhões de metros cúbicos de gás, foi classificado produtor subcomercial. As acumulações de gás ocorrem no intervalo de profundidade de 2180 m a 2300 m. O volume original de gás, estimado pelo antigo operador, é da ordem de 174,6 milhões de m³. Além deste poço, a área de Oeste de Canoas abrange outros três (1-RJ-1-MA; 1-RC-1-MA e 1-QB-1-MA).

Espigão - O antigo campo de Espigão, situado na Bacia de Barreirinhas, foi descoberto em 1969 através do poço pioneiro 1-EO-1-MA. Na época, não foi colocado em produção por ser considerado produtor subcomercial de gás. Os reservatórios de gás ocorrem numa profundidade que varia de 2300 a 3360 metros. O volume original estimado pelo antigo operador é de 283,3 milhões de metros cúbicos de gás. A nova área de Espigão, com 21,35 km² de extensão e localizada no município de Santo Amaro, inclui quatro dos poços do antigo campo (1-EO-1-MA, 3-EO-3-MA, 3-EO-4-MA e 3-EO-5-MA). Entre estes poços, destacam-se o 1-EO-1-MA e o 3-EO-5-MA (descobridor de campo com gás).

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