RIO DE JANEIRO - O Centro de Simulação Aquaviária (CSA) do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (Sindmar) - localizado no Rio de Janeiro (RJ) e considerado um dos mais modernos do mundo - deu início este ano ao processo de certificação dos portos de Tubarão, em Vitória (ES), e do Terminal Portuário Ponta da Madeira (TPPM), em São Luís (MA), para que possam receber os navios da classe ValeMax, os maiores graneleiros do mundo, encomendados pela Vale a estaleiros da Coréia do Sul e da China. As informações são do portal eletrônico da revista Fator Brasil e do Sindmar.
O primeiro de uma série de 16 supergraneleiros ValeMax deverá chegar ao Brasil em março de 2011. Suas dimensões são as seguintes: 365 metros de comprimento por 66 metros de boca (largura), com calado de 23 metros (quilha) e capacidade de carga de 400 mil toneladas.
Como comparativo, o maior graneleiro do mundo atualmente é o Berge Stahl, que opera com capacidade plena de carga no TPPM, em São Luís, e no porto de Roterdã, na Holanda. A embarcação possui 343 metros de comprimento, 65 de largura e calado de 23 metros. O navio tem capacidade de carga de 355 mil toneladas e peso bruto de 364.767 toneladas.
No caso dos navios ValeMax (anteriormente chamados de ChinaMax), o calado de 23 metros implicará no aprofundamento do Porto de Tubarão para 25 metros - hoje tem 23 metros. Para se ter idéia do que isso representa, cabe lembrar que o Porto de Santos, maior da América Latina, tem calado de 12 metros, devendo chegar a 17 apenas com as obras do Programa Nacional de Dragagens (PND), em execução. Já Ponta da Madeira (São Luís) é um porto natural, com profundidade de 30 metros na maré alta, e por isso não será necessária a dragagem.
Outro detalhe sobre Ponta da Madeira é que a Vale está em processo de construção de um novo atracadouro, o Píer IV, de profundidade mínima de 25 metros (maré baixa) e capacidade para receber navios de 150 mil toneladas até a 400 mil toneladas.
Certificação - No processo de certificação, o CSA treina pessoal, incluindo praticagem e operadores do terminal, e analisa todas as variáveis do porto, desde correntes e ventos até o microclima, passando por geometria do canal de acesso, estrutura de atracação, e número de rebocadores necessários, entre outros. Com os dados, gera simulações a partir do software Navy Professional - produzido pela empresa russo-americana Transas Marine - visando garantir uma manobra segura para o navio e o terminal.
No momento, o CSA mantém 15 técnicos na certificação do programa ValeMax. Vinte profissionais do Porto de Vitória já iniciaram a sua certificação. O trabalho todo deverá estar concluído até janeiro de 2011.
O Sindmar, entidade ao qual o CSA é vinculado, é o sindicato que representa os profissionais da marinha mercante (não militares), que tripulam e comandam os navios de bandeira nacional, incluindo petroleiros, portacontêineres, graneleiros e embarcações de apoio às plataformas de petróleo.
As salas do CSA representam compartimentos de uma embarcação. As salas do passadiço, a praça de máquinas com consoles reais, a praça de máquinas em PC e o sistema de posicionamento dinâmico possuem equipamentos e programas de simulação que operam e interagem. Ainda há outras salas, como o gerenciamento de crises que é muito importante no treinamento dos aquaviários. Neste compartimento, os marítimos enfrentam problemas simulados e os solucionam durante todo o treinamento específico.
Mais
Implantado em 2006, com recursos de R$ 9 milhões, o CSA tem certificado portos e instalações portuárias e qualificado tripulações, brasileiras e estrangeiras, para todo tipo de embarcações, inclusive plataformas. Entre os trabalhos realizados no ano passado está a certificação da expansão do Terminal de Contêineres da Margem Direita (Tecondi) do Porto de Santos.
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