A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) promove, hoje, às 10h, a palestra sobre o "Projeto de Incentivo à Cabotagem", ministrada pelo assessor da Secretaria de Portos da Presidência da República (SEP-PR), Paulo Ho. O evento será realizado no auditório da empresa, localizada no Porto do Itaqui. Vale lembrar que a última operação de cabotagem de grande porte realizada no Itaqui foi em setembro do ano passado.
A palestra idealizada pelo presidente do Conselho da Autoridade Portuária do Itaqui (CAP/Itaqui), Arthur Horta, vai contar com a participação de membros do Conselho, comunidade portuária e instituições de classe como Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema) e Associação Comercial do Maranhão (ACM). "Queremos mostrar a importância da cabotagem e suas vantagens para o Sistema de Logística Nacional. Por isso, o Governo Federal tem total interesse em consolidar esse projeto", afirmou Horta, que também é assessor da SEP.
Tema recorrente nas rodas de discussão, a cabotagem é o tipo de navegação realizada entre portos interiores do país pelo litoral ou por vias fluviais. A cabotagem se contrapõe à navegação de longo curso, ou seja, aquela realizada entre portos de diferentes nações. O projeto consiste na elaboração de uma modelagem na qual a SEP tem papel de destaque em todas as ações do processo para a implantação do Modelo Operacional para Cabotagem (MOC).
Representantes das diversas cadeias produtivas com interesse direto nessa modalidade de transporte chegam a considerá-la uma alternativa marítima que pode aliviar a dependência do transporte rodoviário e permitir um maior crescimento econômico. Ao confirmar participação no evento, Rogério Ferreira, conselheiro do CAP/Itaqui, afirma a expectativa de bons resultados do encontro. "Essa iniciativa nos deixa claro o interesse que o Conselho tem em relação ao desenvolvimento e fomento dessa atividade no Porto", declarou o conselheiro.
Segundo Arthur Horta, o Itaqui está entre os principais portos estratégicos do Brasil. Daí a extrema relevância na apresentação do projeto de incentivo à cabotagem e a participação de todos os interessados e envolvidos direta e indiretamente no processo.
Operação - Em 3 de setembro de 2009, a chegada de um navio com 170 contêineres marcou a retomada das operações de cabotagem no Porto do Itaqui. A carga vinha do Porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Essa foi primeira operação dessa modalidade em quatro anos.
A vinda dos contêineres foi negociada com a Log In Transporte Logísticos, empresa nacional de transportes que, na área marítima, é especialista em cabotagem. Com essa operação teste, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) tentou assegurar uma linha regular (quinzenal) de cabotagem de contêineres para o Itaqui, a iniciar em fevereiro deste ano, com poucos resultados objetivos até o momento.
Em 2008, 400 contêineres foram movimentados no Porto do Itaqui e, no início de 2009, o porto realizou a primeira exportação de castanha de caju, pela armadora francesa CMA-CGM. A carga, que veio do Piauí, saiu através de contêineres, pelo navio Homere, que veio do Caribe com passagem nos estados do Pará e Maranhão, seguindo para Fortaleza. Também foram movimentados 100 contêineres com cargas de projetos para Vale e Alumar, no ano passado.
A carga conteinerizada é uma tendência mundial devido a sua praticidade e possibilidade de fracionamento de carga. No Maranhão é vantagem em relação às cargas que viajam pelo modal ferroviário, já que o estado ainda não conta com uma ligação até o Sudeste do país por esse meio de transporte. Em contrapeso ao modal rodoviário, o transporte marítimo torna-se mais seguro, com a redução de riscos de incidentes (acidentes, roubo de carga), comuns nas estradas brasileiras.
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