terça-feira, 15 de junho de 2010

Aumenta o número de turistas na capital para o São João 2010


Cresce a taxa de ocupação em hotéis e pousadas de São Luís para o período de festas juninas na capital. De acordo com profissionais do setor, a movimentação já é cerca de 10% maior que em 2009. A expectativa para o mês de julho, quando ocorrem as férias escolares, também é de bastante otimismo. No Aeroporto Internacional Marechal Hugo da Cunha Machado, a movimentação é maior que em todos os anos anteriores.
O São João deste ano já é melhor que o ano passado pelo menos em um aspecto: a movimentação de turistas. A maioria dos hotéis de grande porte já comemora a taxa de ocupação maior que 2009, e a tendência é que até o fim de junho o percentual de quartos ocupados se aproxime de 100%.
A chefe de recepção de um hotel localizado no Centro, Emanuele Costa, revelou que até mesmo a primeira quinzena deste mês foi uma grata surpresa, com o número de quartos ocupados de até 30% a mais que o mesmo período no ano passado.
“Além de estarmos já fazendo reservas para o fim do mês, quando normalmente o movimento cresce mais por parte de turistas. Algumas pessoas vêm até nossa cidade por causa de eventos e talvez por isso eles fiquem curiosos em conhecer nossa festa junina”, acrescentou a funcionária.
Na área da Praia Grande, os números são ainda mais animadores. O coordenador de reservas Léo Rodrigues afirmou que a partir do dia 18 de junho já se torna difícil encontrar vaga em um dos quartos da pousada situada na Rua do Giz. O fato de estar praticamente “dentro” do arraial é apenas um dos atrativos. “A comodidade também é, certamente, um fator que eles levam muito em consideração”, garantiu Rodrigues.
Infraero - O gerente de operações da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), Walteuner Mendonça, informou que mais de 45 mil pessoas embarcaram e desembarcaram somente nos 14 primeiros dias do mês de junho. Em 2009, esse número foi pouco maior que 34 mil passageiros. “A média diária de passageiros ficou em 2.452 em 2009, enquanto neste ano já estamos em 3.213 por dia”, afirmou Mendonça.
O turista brasiliense André Persegona passeava com sua esposa e seus pais pelas ruas do Projeto Reviver. Ele encantou-se com os casarões históricos e com as diversas manifestações culturais presentes no folclore maranhense. “Essa é a primeira vez que a gente vem ao Maranhão, e realmente é tudo muito bonito. As cores do bumba-meu-boi nos chamou muito a atenção. A única reclamação que temos a fazer é sobre o estado em que alguns prédios estão. As autoridades precisam recuperar muitos deles, até mesmo porque tudo isso faz parte não só do estado, mas de todo o Brasil”, ressaltou.
Também do Distrito Federal, Jaime Silva está em São Luís desde o dia 12 e reclamou que as principais atrações estão se apresentando em um horário inconveniente, principalmente para as crianças, que não conseguem ficar acordadas até a meia-noite. “Até agora, nós fomos somente à Praça Maria Aragão. Para você assistir a um tambor-de-crioula ou a um boi, tem que ficar esperando até tarde. Não concordo com isso”, criticou.

Mais

Um dos fatores que tem alavancado o movimento de turistas na capital durante os festejos juninos é a intensa divulgação de São Luís como destino turístico em feiras e revistas nacionais. Por essa razão, a Secretaria de Turismo do Maranhão estima um crescimento de 15% no fluxo de turistas em relação a 2009.

Na noite junina, brincadeiras homenageiam Santo Antônio


Com um viva a Santo Antônio, a alegria do São João tomou conta, domingo, dos três palcos do Parque Junino da Praia Grande e do Arraial da Liga, na Lagoa da Jansen, onde uma programação diversificada reuniu grupos de bumba-meu-boi que ditaram o ritmo da festança em homenagem ao santo casamenteiro.

As coreiras do Tambor de Crioula de Eliézio, com o bailar das saias estampadas, receberam com música, dança, fé e diversão os primeiros brincantes da noite na Praça Nauro Machado. A presidente e coreira mais antiga do Tambor de Eliézio, Matilda Gomes, revelou o motivo do entusiasmo de dançar há 20 anos. “A maior recompensa é o reconhecimento do público, que brinca, aplaude e demonstra que a tradição da cultura maranhense é viva no coração de todos”, disse, emocionada.

A turista paranaense Lindalva Miller, aposentada, contou que em muitas viagens já feitas pelo país foi a primeira vez em que observou tanto ritmo em uma dança. “Não conhecia o som do tambor e parece que ele invade o corpo. É impossível não dançar”, disse.

Do ritmo quente do tambor, o brilho da Dança Portuguesa Arte e Beleza de Portugal, do bairro Codozinho, invadiu a parque junino. As fantasias com estampas em azulejos, as caravelas e as colheitas de uvas da região do Porto homenageiam os 20 anos do grupo. “O grupo já ganhou uma maturidade tanto na organização quanto nas brincadeiras. Por isso, achamos importante presentear o público com um pouco de nossa história”, explicou a presidente, Cleiomar da Silva Ramos.

Animação - A programação continuou com a envolvente Dança Cigana Mirim Carrossel e o grupo de bumba-meu-boi de Magnólia. No Canto da Cultura, a noite reservou forró pé-de-serra com animação de Adão Camilo e Edilson Gusmão.

“Forró me lembra o São João da minha terra. É gostoso para matar a saudade”, disse a potiguar Maria Catarina, que mora em São Luís há 15 anos. Além da saudade, o clima familiar foi marcante na festa junina. O artesão Mário Dias dos Santos, acompanhado da mulher e das duas filhas, foi pela primeira vez neste São João para o arraial e se surpreendeu. “O diferente do ano passado é a estrutura e o maior número de locais disponíveis para a brincadeira. Aos poucos a cultura do arraial vai voltando a fazer parte de mais uma grande festa da cidade”, avaliou. Na Praça Nauro Machado, a festança prosseguia com o sotaque dos bois de Dona Zeca, São Simão, Oriente, Upaon-Açu e Brilho de São João, do João Paulo.

Toadas – A irreverência foi o ponto alto do Boi Brilho da Ilha no palco da Lagoa. O público não resistiu ao urro do boi e subiu ao palco para dançar com os brincantes. “Todo o brilho e dedicação de um ano para preparar o boi é para que o público se reconheça na brincadeira, e o resultado não poderia ser diferente, uma invasão de alegria”, disse Cláudia Sampaio, a Catirina do Brilho da Ilha.

Cláudia Sampaio revelou que no ano passado sonhou com algo novo para a brincadeira, uma “boirrete”, que, segundo ela, é uma pequena charrete empurrada pelo boi. “Sonhei com a ‘boirrete’, mostrei para o grupo e o público adorou. Todos querem tirar fotos e andar na inovação”, brincou.

Na seqüência da programação, o Boi de Santa Fé mostrou que a tradição de um grupo se renova na animação do público. “Um sotaque tradicional tem poucas diferenças de um ano para o outro. A inovação fica por conta da animação do público, pois são eles que mantêm viva a tradição”, disse Marrom Moreira, um dos cantadores.
Os “rajados” - com chapéus em forma de cogumelo recobertos por cetim e fitas longas – atraíram dezenas de pessoas para o palco da Lagoa. A turista Carla Mirim, de São Paulo, elogiou a vestimenta das índias.

Axixá - Familiares e amigos do comerciante Augusto da Penha não paravam de batucar na mesa acompanhando as músicas do Boi de Axixá, que encerrou a programação na Lagoa. “O São João é mais autêntico, possui mais brilho, e o Maranhão se destaca nos folguedos juninos”, declarou Penha. A filha Mariana da Penha concordou com o pai. “Passo muito tempo viajando a trabalho, mas faço questão de ficar em São Luís no período de São João, que é uma festa para ser compartilhada com a família”, disse.

O Boi de Axixá levou para o palco uma homenagem ao país sede da Copa do Mundo de 2010, a África do Sul. Nas roupas em verde, amarelo e preto, estampas retratando leão, elefante e girafa. “É esse o Boi de Axixá: um boi da comunidade, no qual cada brincante colabora da forma que pode e sabe que tudo isso representa bem mais que só uma brincadeira, faz parte da história de todos”, afirmou o diretor do boi, Ronald Damasceno.

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