sexta-feira, 21 de maio de 2010

Inaugurada a termoelétrica em Miranda


Ribamar Cunha
Subeditor de Economia

Miranda do Norte - Com capacidade para gerar 330 MW de energia, foi inaugurada ontem, no município de Mirando Norte, a 129 km de São Luís, a Usina Termoelétrica Gera Maranhão (UTE Gera). Presente à solenidade, a governadora Roseana Sarney, acompanhada do presidente da Servitec (uma das empresas sócias do empreendimento), Lauro Fiúza Júnior, deu a partida, via computador, aos grupos geradores da usina.

Acompanharam a comitiva da governadora Roseana Sarney o vice-governador João Alberto de Souza, o senador Edison Lobão, os deputados federais Zé Vieira e Waldir Maranhão, o secretário de Indústria e Comércio, Maurício Macedo, entre outras autoridades.

Instalada em uma área de 88 hectares, dos quais 35 de reserva ambiental, a UTE Gera é formada por duas plantas gêmeas - Geramar I e Geramar II -, cada uma com 19 grupos geradores e capacidade para gerar 165 MW de energia, o suficiente para suprir toda a ilha de São Luís.
Na construção da usina, os quatro sócios do empreendimento – Servitec, Ligna, Equatorial Energia e Fipe Brasil Energia – investiram R$ 560 milhões. Todo o complexo termoelétrico foi construído pela empresa filandesa Wartsila Oy em um prazo de dois anos. A Geramar I foi entregue em janeiro deste ano e a Geramar II, logo em seguida, em fevereiro. “Esta é a maior usina a óleo pesado construída pela Wartsila no mundo”, destacou Lauro Fiúza Júnior.
Para a construção da UTE Gera, que demandou 1.200 empregos diretos e indiretos, foram importados mais de 600 containeres de equipamentos e peças, além dos 38 grupos geradores de 150 toneladas cada, que vieram montados da Itália.

Quando estiver em operação, para acionar os grupos geradores, a usina necessitará de 1.700 toneladas/dia de óleo combustível. As plantas Geramar I e Geramar II dispõem de capacidade de tancagem de 11.400 toneladas de óleo pesado (B1), que, de acordo com a UTE, é de baixo teor de enxofre.

O óleo combustível, principal insumo da UTE Gera para a geração de energia, será adquirido de várias refinarias no país e chegará ao Maranhão pelo Porto do Itaqui, de onde seguirá de caminhão até a usina.

Segundo informou o diretor-geral da Gera Maranhão, Alcio Adler, a instalação da usina em Miranda do Norte foi resultado do 4º Leilão de Novas Energias, realizado em 2007, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do qual participou a Servitec. Logo depois o grupo se associou a outras empresas para construir o empreendimento.

Alcio Adler informou que a UTE Gera ganhou o direito de vender energia por um período de 15 anos para 36 distribuidoras espalhadas pelo país, inclusive para a Companhia Energética do Maranhão (Cemar).
Como as usinas termoelétricas integram uma rede reserva do sistema nacional de energia, acionadas sempre que há necessidade, possivelmente a UTE Gera Maranhão não chegue a operar este ano. “A previsão é de que a usina opere por pelo menos dois meses ao ano”, disse Alcio Adler.


Investidores confiam no potencial do Maranhão

A governadora Roseana Sarney ressaltou que a inauguração da Usina Termoelétrica Gera Maranhão é uma demonstração de que os investidores estão acreditando no potencial de crescimento e desenvolvimento econômico do Maranhão. “Tudo isso é resultado da confiança dos investidores neste governo”, frisou.

Na avaliação de Roseana Sarney, a UTE Gera Maranhão irá facilitar a instalação de novas indústrias no estado, com perspectivas de se criar mais empregos e melhorar a renda da população.

Diante do investimento previsto de R$ 100 bilhões nos próximos seis anos no Maranhão, a governadora observou que boa parte dos projetos ora em instalação no estado está se concentrando no interior.

Ela citou como exemplos, além da própria UTE de Miranda do Norte, a Usina Hidrelétrica de Estreito, a fábrica de celulose da Suzano em Imperatriz, a Aciaria em Açailândia, a Merck em Barra do Corda, e as minas de ouro da Aurizona e da Jaguar, em Godofredo Viana e Centro Novo, respectivamente.

Em reforço ao que disse a governadora, o diretor-presidente do grupo Servitec, Lauro Fiuza Júnior, assinalou que a usina é uma demonstração concreta da confiança do empresariado no país e no estado, investindo em energia, que é o pilar básico de um investimento.

Importância - O senador Edison Lobão destacou a importância da UTE Gera Maranhão, não somente pela garantia de mais energia para sustentar o crescimento do país, mas pelo fato de o Maranhão passar a produzir esse importante insumo.

“O Maranhão será exportador de energia em larga escala”, disse Lobão, referindo-se também à UHE Estreito, que vai gerar 1.087 MW de energia, e à Usina de Serra Quebrada, que será construída no Rio Parnaíba, com capacidade para 1.300 MW.

Também satisfeito com o impacto da UTE Gera em Miranda do Norte, o prefeito José Lourenço Júnior lembrou o efeito do empreendimento na criação de 1.200 empregos diretos e indiretos na construção e de 100 postos de trabalho na operação e geração de renda para a região. “Esse é um empreendimento que beneficiou a mão-de-obra local”, finalizou.

Números

23.800 Toneladas de concreto foram utilizadas na construção da usina

1.300 Toneladas de estruturas metálicas foram utilizadas no empreendimento

800 toneladas de aço foram utilizadas na obra

10.000 Metros cúbicos de material de isolamento térmico e acústico foram utilizados na usina

Saiba mais

Empresas que formam a Gera Maranhão:

Equatorial Energia S/A (25%) – Holding com atuação no setor elétrico e presença no estado, onde, além da Gera Maranhão, detém o controle acionário da Cemar, e no Rio de Janeiro, mediante participação acionária na Light.

FIP Brasil Energia (25%) – Fundo de Investimento em participações iniciado em 2004, com gestão do BTG Pactual, que também é cotista, o FIP Brasil Energia reúne investimentos de grandes fundos de pensão, do BNDES e do Banco do Brasil Investimentos (BBI). Entre os cotistas estão Petros (Petrobras), Funcef (Caixa), Real Grandeza (Furnas), Fapes (BNDES), Infraprev (Infraero) e Banesprev (Banespa).

GNP S/A (50%) – Holding com atuação no setor elétrico que é controlada pelos grupos empresariais Servitec, com atuação em vários estados do país desde 1969 com serviços de engenharia e energia e que, além da Gera Maranhão, participa do controle acionário da Gera Amazonas (Manaus) e Bons Ventos (Ceará); e Ligna, conglomerado empresarial que atualmente investe nas atividades varejista (Leo Madeiras e Leroy Merlin), imobiliária (Novo Espaço), energética (Bons Ventos e Gera Maranhão) e industrial (Duratex).

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