César Pires: “querem reduzir Uema a centro acadêmico”
O
Projeto de Lei que cria a Universidade Estadual da Região Tocantina do
Maranhão (Uemasul) começou a ser discutido no Plenário, na sessão desta
quarta-feira (19). Em mensagem encaminhada à Assembleia Legislativa, o
governador Flávio Dino explica que a Uemasul terá sede em Imperatriz,
com a proposta de regionalização do Ensino Superior no estado.
Durante
a Ordem do Dia, o deputado Marco Aurélio (PCdoB) fez a defesa de um
requerimento de sua autoria, com pedido de urgência, para que o projeto
fosse votado logo nesta quarta-feira, em sessão extraordinária.
Entretanto, a votação não aconteceu por falta de quorum – o plenário foi
esavziado antes da votação. Ainda assim, a matéria ocasionou um
acalorado debate no Plenário.
O
primeiro a falar sobre o assunto foi o deputado César Pires (PEN), que
criticou o requerimento com pedido de urgência: “Esta Casa cometerá a
maior sandice de sua vida ao aprovar uma urgência dessa. E o mais grave é
a forma cruenta, teratogênica e por fórceps, que se está tentando para
criar esta Universidade aqui dentro desta Casa. Não se cria uma
Universidade dessa forma. Está de longe de ser uma criação digna”,
protestou César Pires.
Com a
autoridade de quem já exerceu o cargo de reitor da Uema, César Pires
criticou o projeto, frisando que há uma determinação do Supremo Tribunal
Federal (STF) que não permite transportar professores de um órgão para
outro.
“No momento em que se cria a
Uemasul, transporta-se, e não tem. Para ser Universidade, para ser
chamada de Universidade, a LDB é bem clara. E nós estamos usurpando as
prerrogativas legais daquela lei que hoje espelha a questão da educação
nacional, inclusive nas avaliações”, argumentou.
Ele
destacou, também, o fato de que a nova instituição não nasceria como
uma universidade, mas como centro acadêmico. “Esse projeto é fruto da
ignorância acadêmica. E se for aprovado, fruto da ignorância desse
parlamento. Querem transformar uma uma universidade num centro
acadêmico, isso é absurdo”, disse.
O
deputado Edilázio Júnior (PV) endossou as palavras do deputado
César Pires e também fez severas críticas ao projeto do Executivo.
Edilázio disse que o governador Flávio Dino quer criar a nova
Universidade de forma atropelada.
“O
governador fez isso de forma política, quando esteve em Imperatriz para
angariar votos à sua candidata, que ainda assim não decolou. Ele lançou
isso no palanque, sem ter uma audiência pública, sem conversar com os
alunos, sem conversar com a classe acadêmica, com os professores, enfim,
sem ter nenhuma conversa. A grande questão dele era tentar eleger a sua
candidata em Imperatriz e ainda assim ficou em terceiro lugar, empatada
tecnicamente com o quarto colocado”, afirmou o deputado Edilázio,
manifestando sua posição contrária à aprovação da matéria, da forma como
foi encaminhada à Assembleia Legislativa.
O
deputado Wellington do Curso (PP) também fez críticas, observando que o
projeto ainda não foi discutido nem mesmo na Comissão de Educação da
Casa. “Não foi feita a discussão na Comissão de Educação, então solicito
agora, senhor Presidente, que possamos fazer essa ampla discussão na
Comissão de Educação, com o Conselho Estadual de Educação, com a
Universidade Estadual do Maranhão”, afirmou Wellington do Curso.
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