Carnaval na Passarela chega ao fim com encontro de batalhões de bumba meu boi
Na última noite da Folia de Momo, o sotaque de matraca deu
início ao São João em São Luís.
Anderson França / Na Mira
SÃO LUÍS - O Carnaval de São Luís tem blocos tradicionais,
organizados, afros, tribos de índio e, ainda, Escolas de Samba com alegorias que
encantam o público da Passarela do Samba. Na programação deste ano, as
brincadeiras do Carnaval da ilha tiveram espaço garantido no Anel Viário com
apresentações de agremiações, blocos e grupos da cultura popular.
A última noite de atrações na Passarela começou às 18h com o
cortejo de alegorias de rua e, logo em seguida, às19h, a feste prosseguiu com a
apresentação dos Blocos Afros Netos de Nanã, GDAM, Abiyêyê Maylô, Akomabu,
Ominirá, Oficina Affro, Juremê, Abibimã e Didara, que mostraram toda a beleza da
cultura afro durante o desfile. Com homenagens à Nelson Mandela, aos
antepassados, às divindades da umbanda e valorização dos afrodescendentes, os
integrantes dos blocos cantaram e dançaram fazendo a festa na avenida.
Batalhões
da Maioba, Pindoba e Maracanã na avenida. (Foto: Anderson
França/Imirante)
Logo após o desfile dos blocos afros, a Passarela foi tomada
pelos pandeirões e matracas do bumba meu boi de Maracanã, Pindoba e Maioba, na
festa batizada como Trupiada da Ilha. Os batalhões do sotaque de matraca
marcaram o encerramento do Carnaval “Batuca Brasil na Passarela da Folia” e
deram início ao São João mais rico do país, o de São Luís. Os ícones da cultura
popular Humberto Maracanã, Chagas da Maioba e Lelé da Pindoba cantaram toadas e
fizeram os foliões transformarem a Passarela em um verdadeiro terreiro de bumba
meu boi.
índia
do Boi da Pindoba. (Foto: Anderson França/Imirante)
A temporada das brincadeiras de bumba meu boi em São Luís foi
iniciada simbolicamente com a entrega da “chave da cidade”. Ao som de toadas de
bumba meu boi, o rei momo, a rainha e as duas princesas que formam a Corte
Momesca fizeram a entrega da chave para Pai Francisco e Mãe Catirina, os dois
personagens mais importantes das brincadeiras juninas. A Mãe Catirina, Nilma
Maria de Oliveira, 40, recebeu a chave com muita alegria. Ela se diz muito
contente, pois “é maravilhoso e muito emocionante poder converter o Carnaval em
São João”, afirmou a brincante do Boi da Moiaba, eufórica enquanto dançava uma
toada.
Mãe
Catirina e Pai Francisco com a "chave da cidade". (Foto: Anderson
França/Imirante)
O presidente da Fundação Municipal de Cultura (Func), Francisco
Gonçalves, afirma que “a intenção da Trupiada da Ilha é dar densidade às
práticas culturais da cidade, porque tem que existir diálogo entre as
manifestações culturais e, assim, uma influencia a outra, possibilitando novas
formas de expressões artísticas”. A novidade da Trupiada no Carnaval simboliza
um novo ciclo de festas na cidade. Francisco Gonçalves disse que o encontro dos
grupos de bumba meu boi na Passarela é algo que veio para contribuir para a
cultura ludovicense, juntando Carnaval e São João. “Se o São João, com sua
musicalidade, tem tanta importância na nossa cultura e é tão presente na nossa
identidade, então, por que não trazer as toadas para o Carnaval?”,
interrogou.
Os
grupos de bumba meu boi brincaram na avenida dando início ao São João. (Foto:
Anderson França/Imirante)
O colorido do Carnaval e do São João invadiu a Passarela e, pela
avalição dos foliões, a festa está aprovada. Ana Mendonça, 46, é brincante do
Boi da Pindoba há 20 anos e há cinco realiza, junto com amigos, o “carnaboi”,
uma festa original que já coloca em prática a junção de manifestações culturais
idealizada. Ela diz que é “é uma inovação excelente que deve acontecer todos os
anos porque a cultura de estende no período do Carnaval e do São João”.
E foi com a festa colorida dos grupos de bumba meu boi na
avenida que teve inicio, oficialmente, a temporada de guarnicê e festejar a
cultura maranhense.
Já
é São João em São Luís. (Foto: Anderson França/Imirante)
Nenhum comentário:
Postar um comentário