quinta-feira, 16 de maio de 2013

Operadoras estrangeiras arrematam blocos de bacias em áreas maranhenses

 

Britânicas BG Energy e BP EOC e a Chariot, de Guernesei, arremataram blocos nas bacias de Barreirinhas, Pará-Maranhão e Parnaíba na 11ª Rodada da ANP.

Ribamar Cunha
Enviado especial

 
Rio - Das nove empresas que arremataram blocos nas bacias de Barreirinhas, Pará-Maranhão e Parnaíba, durante a 11ª Rodada de Licitação da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), três são operadoras estrangeiras: as britânicas BG Energy e BP EOC e a companhia Chariot, originária de Guernesei, uma ilha no Canal da Mancha, independente do Reino Unido. Juntas, o desembolso pelo arremate dos blocos soma R$ 627.213.184,00.
A britânica BG Energy (BG Group) foi a que mais levou blocos nas áreas de interesse do Maranhão. Dos 19 blocos que foram arrematados na Bacia de Barreirinhas, a empresa levou 10, com um bônus de assinatura que chegou a R$ 542 milhões. Foi vencedora no leilão em lances sozinhos ou em parceria com Petrobras e a companhia portuguesa Petrogal.

Gás natural - Com sede no Reino Unido, a BG é líder mundial em gás natural, presente em mais de 20 países nos cinco continentes e com amplo portfólio de interesses comerciais focados em exploração e produção de gás natural liquefeito. Reúne mais de 6.000 empregados, provenientes de mais de 70 nacionalidades em vários países onde atua.
Ainda na Bacia de Barreirinhas, outra empresa estrangeira se deu bem no leilão. A Chariot Oil e Gas arrematou quatro blocos, com bônus de assinatura no valor total de R$ 4.293.184,00. O grupo, estreante em Rodadas da ANP, detém atualmente licenças que cobrem oito blocos na Namíbia, por meio de sua subsidiária Enigma Oil & Gas Exploração (Pty) Limited, a ainda na Mauritânia. Também tem investimentos em três blocos em Marrocos.
Já a BP Exploration Operating Company arrematou um bloco, também na Bacia de Barreirinhas, no valor de R$ 80.920.000,00, em parceria com a E&P do Brasil. A empresa é uma das maiores operadoras do Mar do Norte, que tem capacidade para até 30 bilhões de barris de reservas. Também atua na Líbia, Omã, Rússia e em vários outros países.
Segundo a BP, as ofertas vencedoras na 11ª Rodada de Licitação se constituem como importante passo da empresa no segmento de exploração e produção de óleo e gás no Brasil.
"A BP está muito satisfeita com o resultado. Com essas aquisições, aumentaremos nossa presença exploratória em áreas de fronteira ao longo da margem equatorial brasileira, com base em nossa especialização em águas profundas. Estamos preparados para executar um bem-sucedido programa de exploração, trabalhando com nossos parceiros Petrobras, Total e Petrogal", afirmou Mike Daily, vice-presidente executivo de exploração da BP.
 
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Óleo em Barreirinhas

O conjunto de blocos da Bacia de Barreirinhas foi o segundo mais valorizado no leilão da Agência Nacional de Petróleo, realizado terça-feira, no Rio de Janeiro. Por ele, foram pagos R$ 786,9 milhões, bem perto do conjunto mais caro, o da Bacia da Foz do Amazonas, que custou aos investidores R$ 802,7 milhões. O valor elevado pago pelos investidores é um indicador preciso de que existe petróleo abundante naquele pedaço do Atlântico que forma o chamado Golfão Maranhense. Os investidores que bancaram a Petra, arrematadora dos blocos da Bacia de Barreirinhas, sabiam o que estavam fazendo. Afinal, ninguém aposta tanto dinheiro no escuro. E uma evidência de que estão fazendo gol de placa foi a agressividade com que a empresa disputou o direito de explorar petróleo e gás naquela região maranhense. A relação de Barreirinhas com petróleo não é de agora. Sinais da existência de grandes depósitos do "ouro negro" naquela região do Maranhão foram detectados já no fim dos anos 50, quando, anos depois de criada pelo presidente Getúlio Vargas, a Petrobras pontilhou o país com pesquisas. Um dos pontos analisados foi exatamente a região de Barreirinhas, onde equipes de geólogos e especialistas realizaram inúmeras perfurações e detectaram evidências de óleo. Mas, alegando que a exploração exigiria investimentos muito elevados para a época, a Petrobras preferiu arquivar o projeto. Agora, novas evidências vieram à tona. Muito dinheiro e tecnologia avançada tornarão a pesquisa e exploração viáveis, sem risco de prejuízo. Conhecedor profundo dessa história, o senador José Sarney tem convicção de que a Bacia de Barreirinhas será grande produtora de petróleo e gás. Vale aguardar.

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