quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Projeto de reflorestamento da Ilha é lançado no Sítio Rangedor

Intenção é cumprir determinações de Termo de Compromisso firmado entre a Vale e a Sema, em uma medida de contrabalanço.
 
Yane Botelho
Da equipe de O Estado
 
Foi lançado na manhã de ontem, na Estação Ecológica do Sítio Rangedor, o Programa de Compensação e Reposição Florestal na Ilha do Maranhão. A iniciativa, uma parceria da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) e Vale, promoverá o replantio de 337 mil mudas de espécies nativas, na Estação Ecológica do Rangedor e no Parque Estadual do Bacanga. Participaram da solenidade o vice-governador Washington Luiz Oliveira, o titular da Sema, Victor Mendes, e o gerente de Relações com Comunidade da Vale, Dogival Pereira.
O programa terá um investimento de cerca de R$ 5,5 milhões pela Vale. O projeto de reposição florestal, autorizado pela Sema, visa cumprir as determinações do Termo de Compromisso firmado entre a empresa e a secretaria. Trata-se de uma medida de contrabalanço em virtude de autorizações de supressão vegetal (desmate) obtidas pela empresa para a execução de obras de ampliação no Complexo Portuário da Ponta da Madeira, em São Luís, por meio do Programa Capacitação Logística Norte (CLN) da mineradora.
Washington Oliveira explicou que o projeto de reflorestamento visa recuperar o solo das unidades de conservação do Sítio do Rangedor e do Bacanga, onde se localizam reservas de água doce que abastecem a população de São Luís. "Temos a visão de que é preciso que o estado cresça de forma sustentável. Queremos estender a outras empresas parcerias como esta, para que se promova a recuperação de áreas importantes para a manutenção do equilíbrio ecológico", declarou.
O secretário Victor Mendes afirmou que o Programa de Compensação e Reposição Florestal é pioneiro. "É um programa de grande envergadura. A área recuperada não precisa ser necessariamente aquela que passou por transformações provocadas pela a empresa. Nesse caso, a reposição da floresta será feita em uma área mais sensível", disse. Ele destacou o trabalho da Superintendência de Áreas Protegidas, criada em 2011, para a execução dessa iniciativa. "Estudos comprovaram que haveria mais benefício ambiental se o reflorestamento fosse feito nas unidades de conservação escolhidas. Com a ampliação da estrutura da Sema e a criação dessa superintendência, foi possível analisar e construir o projeto que está sendo implantado", disse.
Com o CLN, a Vale vai aumentar a capacidade de transporte do Sistema Norte. Hoje, o Sistema Norte tem capacidade para transportar 130 milhões de toneladas por ano (mtpa). Com a implantação do Programa CLN, será capaz de transportar 230 milhões de toneladas. "A Vale se preocupa com a preservação do meio ambiente no mundo todo. A empresa busca cumprir a condicionante estabelecida, com o plantio de mudas de árvores", disse Dogival Pereira.

Reposição florestal - O projeto de reposição florestal será concluído em 2015. O plantio será feito no primeiro ano do programa. Nos anos seguintes, haverá o trabalho de manutenção das espécies plantadas. O reflorestamento da Estação Ecológica do Sítio Rangedor vai abranger uma área de 25 hectares, com 48 mil mudas. No Parque Estadual do Bacanga, serão recuperados 166 hectares, com 337 mil mudas.
Na Estação Ecológica do Sítio do Rangedor, as ações foram iniciadas no dia 25 de janeiro. No local, o plantio será antecedido pelo trabalho de recuperação do solo - as condições atuais do terreno, com pobreza de nutrientes e erosão, comprometem a sobrevivência das mudas. Após essa etapa, ocorrem as fases de abertura de covas, adubação do solo e, por fim, a plantação.
Serão plantadas mudas de bacuri, pau d'arco amarelo, cajá e jacarandá, entre outras. A escolha das espécies partiu de um levantamento feito nos locais que receberam a vegetação. Isso garantirá a manutenção das características da formação vegetal da Ilha de São Luís.
A empresa Pahghus foi contratada pela Vale para desenvolver o programa. Para garantir a sobrevivência das plantas, o programa adotará técnicas diferenciadas, como a utilização de hidrogel, um produto aplicado no solo antes do plantio para manter a raiz úmida por até seis meses. Também será instalada a Casa de Vegetação, uma estrutura destinada à aplicação de técnicas que garantem a adaptação das mudas de plantas à temperatura ambiente.

Saiba mais


Legislação
A compensação e reposição florestal é um requisito previsto nas legislações ambientais federal e estadual pra compensar o volume de vegetação natural extraído. Esse contrabalanço é válido somente para o desmate autorizado pelos órgãos ambientais e visa garantir o plantio para a geração de estoque ou recuperação de cobertura florestal. A legislação estabelece que a reposição seja feita na mesma região onde os impactos foram gerados, prioritariamente, em áreas sensíveis e com referência às espécies protegidas por lei.

Números


Programa de Compensação e Reposição Florestal na Ilha do Maranhão
R$ 5,5 milhões é o investimento da Vale no Programa de Compensação e Reposição Florestal na Ilha do Maranhão
337 mil mudas de espécies nativas serão plantadas na Estação Ecológica do Rangedor e no Parque Estadual do Bacanga por meio do programa
166 hectares de floresta serão recuperados no Parque Estadual do Bacanga
25 hectares de floresta serão recuperados na Estação Ecológica do Sítio Rangedor
Programa Capacitação Logística Norte (CLN) da Vale
130 milhões de toneladas por ano é a atual capacidade de transporte do Sistema Norte da Vale
230 milhões de toneladas por ano será a capacidade de transporte do Sistema Norte com a implantação do Programa CLN da Vale

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