Evento realizado há 67 anos na cidade balneária de São José de Ribamar. Veja mais fotos.
Gisele Carvalho
Da equipe de O Estado
Da equipe de O Estado
Milhares de pessoas deixaram para se despedir da temporada
carnavalesca de 2013 no sábado, dia 16, e ontem no tradicional Lava-Pratos de
São José de Ribamar, realizado pela Prefeitura, com apoio do Governo do Estado.
No último dia de festa, os foliões tomaram a cidade balneária para se despedir
da folia de Momo em grande estilo, com vasta programação e atrações como o grupo
Argumento e a banda Gargamel.
Essa foi a 67ª edição do evento, que reuniu 150 mil pessoas nas
estações de festa da Alegria e da Praia, segundo os organizadores. Ontem, houve
apresentações simultâneas nas duas estações desde o meio-dia. Na noite de
sábado, o público foi animado pela Máquina de Descascar'Alho, Bicho Terra e a
banda Vadiê. Os shows seguiram até as primeiras horas de ontem e muita gente
permaneceu no local até a tarde, para os outros shows da programação.
A abertura da folia na tarde de ontem foi feita pelo grupo
Scorpions e Reinaldinho e banda na praia de banho. Já no Parque Municipal do
Folclore Therezinha Jansen, o cantor Alysson Ribeiro e o grupo Dois Corações
animaram os foliões, que aproveitaram cada minuto da festa desde o início dos
shows. Nem o forte calor que fez ontem atrapalhou a folia. O grupo Regional
Fênix fez milhares pularem ao som de músicas de sucesso no Carnaval de todo o
país.
O destaque da festa foi para as apresentações de Pepê Junior, o
grupo Vamu di Samba e a banda da Mákina du Tempo, que fizeram a multidão dançar
muito. As principais atrações da noite, o grupo Argumento e a banda Gargamel,
apresentaram o melhor do samba para animar os foliões, que marcaram presença no
Carnaval fora de época mais antigo do país.
Além das atrações nos palcos da Estação Alegria e Estação Praia,
o bloco afro Netos de Nanã fez uma apresentação no entorno do Santuário de São
José de Ribamar, chamando a atenção das pessoas que chegavam para participar do
Lava-Pratos.
Segundo o coordenador-geral do bloco, Álvaro José Souza, cerca
de 100 pessoas saíram da Liberdade, em São Luís, para pagar uma promessa para o
santo que dá nome à cidade balneária. "São 10 anos de tradição com o Netos de
Nanã e como este ano houve muitas dificuldades, decidimos fazer essa promessa.
Se o bloco saísse no Carnaval, nós viríamos agradecer com esse cortejo",
explicou.
Público - Entre a multidão que se reuniu nos pontos de festa,
muita gente usou perucas coloridas, chapéus e outros acessórios carnavalescos.
Os foliões também levaram a espuma, que substitui o amido de milho, para
brincar.
Um grupo de amigos se destacava pela animação. Aline Ramos,
Carlos Bastos, Teresa Cavalvante e Junielle Amorim faziam coreografias ao som
das músicas de axé. "O Lava-Pratos é o restinho do Carnaval. A gente tem de
aproveitar muito porque só vai ter festa assim de novo no outro ano. E a gente
vai estar aqui de novo curtindo", disse a estudante universitária Aline Ramos.
A empregada doméstica Jocilene Monteiro Ferreira disse que
participa da festa há mais de 10 anos. "Essa é uma tradição da cidade, que é
tranquila e dá para todo mundo se divertir em paz. Por isso, venho nos dois dias
e, se tivesse mais um, eu viria também", disse.
Segundo o prefeito de São José de Ribamar, Gil Cutrim, uma das
principais preocupações durante o desenvolvimento da festa foi garantir a
segurança dos foliões, mantendo a animação, que é a marca do Lava-Pratos. "Esse
foi um ano atípico, em que buscamos resgatar a alegria e a felicidade do povo,
preservando a paz, a saúde e a segurança também com campanhas educativas.
Trouxemos não só políticas públicas, mas a animação para todo o povo do estado
que esteve aqui", afirmou.
Histórico - O Lava-Pratos de São José de Ribamar, que encerra a
temporada momesca no estado, teve início em 1946. Na ocasião, a Escola de Samba
Batuqueiro Naval, de São José de Ribamar, resolveu, na Terça-Feira de Carnaval,
visitar outras agremiações em São Luís, entre elas a Turma da Mangueira, Turma
do Quinto e Águia do Samba, que resolveram retribuir a gentileza, no primeiro
domingo da Quaresma.
Outras agremiações começaram a peregrinação até São José de
Ribamar, em razão de terem se sagrado campeãs do Carnaval da capital maranhense.
Com o passar do tempo, outras escolas de samba e outros grupos carnavalescos da
Ilha, como é o caso da Casinha da Roça, começaram a se deslocar todos os anos
para São José de Ribamar para abrilhantar o evento.
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