quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Grupo saudita visita o Itaqui em busca de novos negócios

Executivos querem vender insumos para a indústria de fertilizantes e comprar grãos agrícolas
Uma delegação empresarial da Arábia Saudita visitou ontem o Porto do Itaqui. Os executivos do grupo Arasco estão interessados em comprar grãos agrícolas e vender insumos para a indústria de fertilizantes. A delegação, anteriormente, esteve em portos do Sul e Sudeste e, segundo fontes do setor portuário local, tiveram boa impressão do porto maranhense, de localização mais próxima aos mercados da Europa, Oriente Médio e norte da África, e infraestrutura em fase de expansão.
A delegação saudita foi composta pelos executivos Anwar Sulimam Alateeki, Abdulrahman Matooq Althonayan e Khaled Abdallah Alrubaian. Acompanhou o grupo o empresário Noel Magioli, proprietário da Agência Marítima N. Magioli, que vai representar as operações marítimas dos sauditas no Maranhão, em parceria com a agência marítima GAC do Brasil (representante da Arasco no país).
Segundo Magioli, os executivos da Arasco tiveram uma boa impressão do setor portuário de São Luís e que há grande chance de fecharem negócios no estado. "A viagem de um navio cargueiro do Porto do Itaqui até a Europa e mercados adjacentes é bem mais curta, cerca de 10 dias a menos em relação a outros portos brasileiros, e isso representa redução de custos, importante para o comércio exterior", analisou o empresário.
Magioli informou que esta é a primeira visita dos sauditas ao Brasil e que o grupo Arasco está interessado em vender uréia para a indústria de fertilizantes nacionais e comprar milho e soja, principalmente. "Há boas perspectivas dos árabes 'fincarem o pé', ou seja, montarem um escritório de negócios em São Luís", afirmou.

Visita - No Porto do Itaqui, a delegação saudita foi recebida por Luciana Kuzulitz, assessora administrativa da Gerência de Novos da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). Segundo ela, o grupo Arasco é tido como líder no setor de importação e exportação no Oriente Médio e norte da África, um mercado novo para a região. "Geralmente os nossos mercados são Ásia, Europa e Estados Unidos", ressaltou.
Na oportunidade, a equipe da Emap mostrou aos executivos sauditas os projetos de expansão do Porto do Itaqui para os próximos 20 anos e, segundo Kuzulitz, os empresários ficaram impressionados. "Eles se interessaram pelo projeto do Terminal de Grãos do Maranhão [Tegram], que deve entrar em operação no fim de 2013, e também pela conexão do setor portuário de São Luís com a ferrovia Norte-Sul", informou. Ela destacou, ainda, que a profundidade do cais de atracação dos portos locais é uma vantagem em relação a outros portos do país, pois possibilita operação de grandes volumes de carga.
No caso do Tegram, o terminal vai movimentar 5 milhões de toneladas de carga (base soja) por ano, e 10 milhões de toneladas na segunda etapa, com dois berços de atracação dedicados exclusivamente para este tipo de operação. Já em relação à ferrovia, a vantagem é a conexão com os centros produtores do Centro-Oeste e Sudeste.
"Os trens podem sair da zona portuária de São Luís carregados de insumos para a indústria de fertilizantes e voltar com carregamentos de grãos agrícolas", disse Kuzulitz, analisando as vantagens do aproveitamento logístico (associação porto e ferrovia).
Outro detalhe, destacado por Kuzulitz, é a existência de misturadoras (indústrias que compram insumos e preparam fertilizantes agrícolas) no Distrito Industrial e Portuário de São Luís, e que isso pode servir de incentivo a mais para o grupo Arasco estreitar laços econômicos na região. Além disso, há nos planos da Emap a construção de um terminal específico para a movimentação de cargas para o setor de fertilizantes agrícolas.

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