Erudito e o popular na apresentação da Orquestra Sinfônica
Um casamento entre o erudito e o popular é o que promete a
Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), que fará hoje, às 20h, na Lagoa da Jansen,
única apresentação em homenagem aos 400 anos da cidade. O concerto está entre
projetos culturais patrocinados pela Vale, mantenedora da Fundação OSB desde
fevereiro de 2006.
No repertório, músicas de compositores do Maranhão em versões
sinfônicas com participação de artistas e músicos locais.
Sob a regência de Leandro Carvalho, a OSB receberá no palco o
violonista Turíbio Santos, o músico e arranjador Ubiratan Sousa, a cantora Anna
Torres, o coral São João, a Companhia Barrica, o violonista Victor Castro, o
contrabaixista Pedro Duarte, entre outros artistas que se unirão à orquestra
para prestar homenagem a São Luís.
Como toda festa de aniversário, a OSB dará início à sua
apresentação executando a música Parabéns a você, de Peter Heidrich, com
arranjos inéditos de Mateus Araujo - regente da OSB Jovem - em ritmos
maranhenses. A orquestra também passeará por obras de compositores como Bach e
Wagner.
Logo após, o violonista Turíbio Santos sobe ao palco para
interpretar Suíte de danças concertantes para violão e orquestra, de sua
autoria. Será a primeira audição da obra no Maranhão. Considerado um dos maiores
violonistas clássicos da atualidade, Turíbio Santos gravou 65 álbuns para
importantes gravadoras do mundo, como Erato-WEA (Paris), Chant du Monde (Paris),
Kuarup, Visom e Ritornelo (Rio de Janeiro), entre outras.
O violonista foi acompanhado por orquestras como Royal
Philharmonic Orchestra, English Chamber Orchestra e Orchestre National de
France. No Brasil, redescobriu importantes compositores, como João Pernambuco,
Garoto e Dilermando Reis. Em 1999, regravou a obra completa de Heitor
Villa-Lobos para violão.
Após a participação de Turíbio Santos, o maestro Ubiratan Sousa
apresenta, ao lado da OSB, Suíte maranhense. Em três movimentos, a peça versa
sobre elementos folclóricos como o bumba meu boi e o tambor de crioula.
Instrumentista autodidata, o maranhense Ubiratan Sousa é compositor, cantor,
arranjador, produtor musical, pesquisador de folclore e professor de música. Tem
mais de 600 composições, entre músicas gravadas e inéditas, tanto clássicas
quanto populares. Participam desse número, além de Ubiratan Sousa, a cantora
Anna Torres, o coral São João e a Companhia Barrica.
Para encerrar a noite, a OSB faz um tributo ao povo de São Luís
com algumas das mais importantes composições maranhenses. A seleção foi feita
pelo consultor artístico José Pereira Godão, em arranjos de Mateus Araujo e de
Ubiratan Sousa. O violonista Victor Castro, o contrabaixista Pedro Duarte e
percussionistas se unem à orquestra para esta homenagem.
Segundo o diretor artístico da OSB, Fernando Bicudo, essa é a
primeira vez que a orquestra faz um concerto com músicas exclusivas de um
estado. “Este é um projeto inédito, pois é a primeira vez que a OSB se
apresentará tocando músicas exclusivas de um único estado. Aliás, o ineditismo é
uma característica dessa orquestra. Acreditamos que esta é a hora da música do
Maranhão e nos sentimos orgulhosos de estarmos fazendo parte desse esforço de
valorização dos artistas maranhenses”, disse.
Maestro - Regente assistente da Orquestra Sinfônica Brasileira
desde 2011, Leandro Carvalho foi considerado um dos 10 artistas de maior
importância para música sinfônica brasileira na última década pelo Anuário Viva
Música. Aos 34 anos, foi o mais jovem músico a aparecer na lista, publicada em
2008. É um dos fundadores da Orquestra do Estado de Mato Grosso e seu atual
diretor artístico e regente principal.
“Para todos os que fazem a OSB, esta experiência é nova e muito
especial, uma junção de vários elementos em um único espetáculo. Estou
impressionado com o resultado que alcançamos nesses dias de ensaios. Os artistas
maranhenses se envolveram bastante com o universo do concerto e da música
clássica em si. Além disso, teremos no palco, um número maior de artistas
maranhenses, mais ainda do que os próprios músicos da orquestra”, destacou
Leandro Carvalho ontem à tarde, durante entrevista coletiva.
Para o maestro, é a Orquestra Sinfônica Brasileira quem, na
verdade, está recendo um presente. "Estaremos com quase 200 pessoas em ação. O
Ubiratan Sousa construiu uma obra espetacular para esta ocasião, que será a
Suíte maranhense. Certamente será um grande espetáculo, pois será um tributo à
Ilha do Amor, como se diz, com o envolvimento de bastante gente de uma só vez",
complementou Carvalho.
O maestro graduou-se em Música Erudita pela Faculdade Santa
Marcelina, em São Paulo, e fez pós-graduação em Regência Orquestral no
Conservatório de Utrecht, Holanda. Gravou nove CDs, lançados no Brasil e
exterior, com destaque para os duos com Turíbio Santos e Baden Powell. Realizou
concertos no Brasil e exterior em salas de grande prestígio, como o Royal
Festival Hall, em Londres.
Orquestra foi pioneira em realizar turnês
Fundada em 1940 pelo maestro José Siqueira, a Orquestra
Sinfônica Brasileira é o mais tradicional conjunto sinfônico do país. Figura
como a primeira orquestra brasileira a realizar turnês pelo Brasil e exterior,
apresentações ao ar livre e projetos de formação de plateia. As missões
institucionais da OSB incluem a conquista de públicos para a música sinfônica, o
incentivo a novos talentos e a divulgação de um repertório diversificado,
objetivos alcançados em mais de 4 mil concertos realizados durante décadas de
trajetória ininterrupta.
A história da OSB se compôs pela contribuição de grandes músicos
e regentes, como Eleazar de Carvalho e Isaac Karabtchevsky. Além de ter revelado
nomes como Nelson Freire, Arnaldo Cohen e Antônio Meneses, a OSB contou com a
colaboração de alguns dos maiores artistas do século XX: Leonard Bernstein,
Zubin Mehta, Kurt Sanderling, Arthur Rubinstein, Martha Argerich, Kurt Masur,
Claudio Arrau, Mstislav Rostropovich, Jean-Pierre Rampal, José Carreras, entre
outros.
As atividades da OSB são viabilizadas pelo apoio da Prefeitura
do Rio de Janeiro, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES), da Vale e de um conjunto de investidores da iniciativa privada. Suas
séries de concertos acontecem na mais importante sala de espetáculos do Rio de
Janeiro, o Theatro Municipal. Com a Série Safira, apresentada na Sala São Paulo,
a OSB também marca presença na maior cidade brasileira, além de viajar
regularmente por outras capitais com espetáculos gratuitos em praças e
teatros.
Apostando num amplo espectro da música - da produção barroca aos
compositores contemporâneos -, a Orquestra Sinfônica Brasileira busca
continuamente a excelência artística e, por consequência, a concretização de
seus objetivos sociais e educativos.
Repertório
1. Parabéns pra você - Peter Heidrich
2. Suíte de danças concertantes para violão e
orquestra - Turíbio Santos
3. Suíte maranhense - Ubiratan Sousa
1° movimento: Ode ao boi
2° movimento: Ode ao tambor de crioula
3° movimento: Ode ao tambor de mina e ao Divino Espírito
Santo
Solistas: Anna Torres, Ubiratan Sousa e Coral São João
Participação: Companhia Barrica
4. Tributo à Ilha do Amor
Abertura (Ubiratan Sousa)
Ilha Bela (Carlinhos Veloz): Carlinhos Veloz
Ilha Magnética (César Nascimento): César Nascimento
Canto de Luz (Godão): Inácio Pinheiro
Toadas (Coxinho): Fátima Passarinho - Amanheceu; Fernando de
Carvalho - Linda Morena; Flávia Bittencourt - Urrou
Boi da Lua (César Teixeira): Wellington Reis
Bela Mocidade (Donato): Sergio Habibe
Boi de Lágrimas (Macarrão): Roberto Brandão
Boi Vagalume (Giordano Mochel): Giordano Mochel
Itamirim (Francisco Saldanha): Claudio Pinheiro
Mimoso (Ronald Pinheiro): Papete
Lua Cheia (José Pereira Godão / Bulcão): Gabriel Melônio
Maranhão Meu Tesouro Meu Torrão (Humberto do Maracanã): Humberto
do Maracanã, Mané Onça, Zé Alberto, Chiador e Chagas
Serviço
• O quê
Apresentação da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB)
• Quando
Hoje, às 20h
• Onde
Lagoa da Jansen
• Entrada franca
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