Locomotivas da Estrada de Ferro Carajás (EFC) foram
desembarcadas ontem no berço 103 do Porto do Itaqui. Os maquinários chegaram no
navio Tracer, de bandeira holandesa, de 100 metros de comprimento, 20 m de
largura, com 8,7 mil toneladas de porte bruto (TBP) e carga avaliada em 1.146
toneladas. Cada locomotiva pesa, em média, 183 toneladas. A Vale não divulgou
mais detalhes dos maquinários.
A estimativa, levando-se em conta o peso das locomotivas e o
volume da carga do navio, bem como as dimensões dos maquinários (cerca de 25 m
de comprimento e 4,5 m de largura), é de que o lote seja de, no mínimo, seis
maquinários. Esta é a segunda operação deste tipo realizada no Porto do Itaqui
neste ano. No mês passado, um lote de sete maquinários chegou no cargueiro
Stellanova (96 m de comprimento e 18 m de largura e 5.198 TPB), vindo do
Canadá.
O cargueiro Tracer fundeou na Baía de São Marcos no início deste
mês, vindo do porto de Norfolk, estado da Virgínia (EUA), de acordo com o site
Marine Traffic. O navio está programado para desatracar hoje.
Histórico - As locomotivas descarregadas ontem no navio Tracer
assemelham-se às que foram trazidas no Stellanova, em abril deste ano, que
estava carregado com maquinários equipados com motores diesel/elétricos, com
potência de 5,3 mil HP (horse power ou cavalo-força, em tradução livre), com
bitola de 1,6 metro (m).
Outra operação deste tipo foi registrada em maio de 2011 (há um
ano), quando cinco locomotivas foram desembarcadas do navio Industrial Egret, de
bandeira de Antíqua e Barbuda, com 140 m de comprimento e 20 m de largura. A
carga, no total, pesava 900 toneladas, incluindo os trucks (material rodante) e
os maquinários.
Anteriormente, em abril do ano passado, foi um lote de sete
conjuntos férreos que vieram no navio Industrial Fighter, de bandeira de Antíqua
e Barbuda (assim como o Industrial Egret), vindo de Norfolk, no estado de
Virgínia, costa leste dos EUA, mesma origem da carga trazida pelo Tracer.
Ferrovia - De acordo com o site da Vale, a Estrada de Ferro
Carajás (EFC) foi criada em 1985 no Brasil e conecta as minas de ferro de
Carajás, no estado do Pará, ao Terminal Portuário Ponta da Madeira, no Maranhão.
Pelos 892 km de extensão da EFC, são transportados principalmente minério de
ferro, ferro-gusa, manganês, cobre, combustíveis e carvão. A ferrovia tem mais
de 10 mil vagões e 220 locomotivas (dados da empresa). Pela EFC circula um trem
com quatro locomotivas e 330 vagões, considerado o maior do mundo. A EFC também
transporta pessoas. São levados, em média, 1,3 mil passageiros por dia em um
percurso que passa por 25 localidades, entre povoados e municípios do Maranhão e
do Pará.
Operação é considerada complexa
Operações de desembarques de locomotivas são consideradas
complexas no universo logístico, pois é preciso coordenar as atividades do porto
com as do navio. Nesta semana, o Porto de Paranaguá (PR) recebeu sete
locomotivas da ALL (América Latina Logística). Os equipamentos têm 4,5 metros de
largura e 25 metros de comprimento e vieram no navio BBC Fuji.
Para receber as locomotivas, o porto montou um esquema especial.
O desembarque foi facilitado devido a algumas características do local como o
calado, o tamanho do cais e a capacidade do piso. Outros importantes fatores
para a escolha do terminal, pela empresa, foi o espaço para a manobra, exigido
para carga como essa de locomotivas e também a logística para a saída da região
portuária, especialmente, por questão de segurança.
Até o fim deste mês, é aguardada outra operação como esta. As
locomotivas serão utilizadas na ampliação da capacidade de transporte no
corredor central do Paraná.
Mais
O navio Tracer, de bandeira holandesa, foi construído pelo
estaleiro BigLift Amstel B.V. (especializado em navios de transporte de cargas
pesadas, segundo o site da empresa), também holandês, em 1999. O cargueiro
fundeou na Baía de São Marcos no dia 6 deste mês, contratado pela Oceanus
Agência Marítima
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